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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Casa nova: www.artigolandia.com.br



Buenas caros leitores da Artigolândia! Estamos mais uma vez, e definitivamente de mudança! Os dois blogs foram unificados em uma site só, de domínio próprio, onde iremos continuar com nosso bate papo habitual.

A nova casa ainda está em obras, os antigos comentários ainda não foram importados com sucesso, mas todas as postagens do blog de assuntos gerais e do BBB já estão por lá. A identidade visual ainda está sendo trabalhada, mas optamos por desde já fazer a mudança.
A Artigolândia espera você por lá,

Grande abraço,

Arti, o Rico






domingo, 23 de maio de 2010

Lost, o penúltimo


E chegamos finalmente, ao dia de amanhã...

Jack. Ele foi, desde o início, o líder. O personagem das decisões, certas ou erradas, as decisões tomadas. Pessoalmente, eu o achava chato. Mas no fim, entre outros tantos que tentaram tomar frente na liderança do grupo, foi sempre Jack que tudo tentava consertar, e agora, no último episódio da melhor série que eu já vi depois de Friends, Jack será o responsável por "fixed this". Ou não?

O "brother"do Jacob conseguirá destruir a ilha através do Desmond? Ou será ele trazido de volta a condição humana pelas mãos especiais do mesmo Desmond. O personagem que sempre foi a constante da ilha se revela muito mais importante do que parecia. E Jack, tenho que admitir, termina como começou: O líder, o nome, o cara que decide. Já quase sem muito mais o que teorizar, já que está bastante claro (pelo menos para mim) que não será contada a origem da ilha, ou de sua luz, ou dos primeiros guardiões, nos resta descobrir como a ilha termina. No fundo do mar, em uma imensa explosão, ou segue seu caminho, com guardião após guardião. Com um novo Jacob (que já é Jack), talvez com um novo Richard, e talvez com um novo "Black Rock"ancorado na praia, e observado por Jack e new-Locke.

Fora isso, a realidade paralela, ou futura, ou seja lá o que ela representa, chegará a um termo final com a realidade da ilha, o que pode ser ou não ser uma surpresa. Mas isso tudo vamos saber, logo, ainda hoje, no final de Lost... Medo? Lost?


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Lost, with the Brothers.


Brothers.

Para quem vinha na mesma linha já há algum tempo, trabalhando na construção e explicação do gran finale, Lost deu uma virada bastante significativa no episódio 15. E forte! Jacob, que teoricamente seria o zelador dos segredos da ilha, nada mais é do que uma vítima do acaso. Filho de uma pessoa comum, acaba escolhido por uma zeladora anterior para seguir na sua eterna função: Proteger, não se sabe do que, a luz que emana da ilha, e que movimenta o tempo e talvez as dimensãoes. E o Jacob-brother, que poderia ser uma espécia de "Caixa de Pandora", ou poder maligno aprisionado na ilha para que o mundo pudesse existir, nada mais é do que um dos candidatos para a substituição da antiga zeladora, que se rebelou. E com razão.


O episódio desconstrói Jacob como a solução do seriado, e o rebaixa a mais uma confusa peça nessa roda viva que parece que irá mesmo ficar sem resposta. Se sobre o mundo, que é o nosso mundo, pouco sabemos sobre a origem e seu desenvolvimento, porque a ilha deveria nos oferecer todas suas respostas? Não é o universo como um todo, um grande mistério cheio de teorias por todos os gostos e sabores? Pois bem, Lost brinca de universo, e ja me conformo com a idéia de que a ilha já estava lá antes de que alguém pudesse dar explicações. Ela está lá como o nosso planeta está aqui, e a misteriosa e poderosa luz deve ficar como sendo o Big Bang desse mini universo chamado Lost, sobre a qual restarão milhares de teorias e nenhuma certeza. A origem da vida? O coração do planeta? O ovo do qual brotou a Terra? Acho que nunca saberemos.


A partir de agora, Lost pode, e provavelmente vai, responder a algumas dúvidas sobre esse espaço de tempo que restou entre o nascimento dos brothers e a queda do avião. Ou então pode flertar com algum outro momento antes dessa zeladora. Mas como ela mesma adiantou, é só uma resposta que leva a outra pergunta. Ou seja, antes dela, havia outra história parecida, sem que alguém saiba como isso tudo começou. E no fim, para fechar a caixa, devemos ter o destino final dos nossos heróis da Oceanic. Bom, eles podem fechar esse cliclo, e Jack pode desvendar e "consertar" essa função toda, ou simplesmente saem do circuito para que outros zeladores continuem o que não sabemos como começou. E essas últimas perguntas estão prestes a serem respondidas, logo mais, logo ali...

Importante mesmo, é a ilha. O resto, só está de passagem. Talvez um recado de que o importante mesmo, é o Planeta Terra, porque nós, só estamos de passagem...


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Lost, na paralela.


Reta final. E o maior mistério que me persegue no mundo Lost hoje é: O medo de se decepcionar com o gran finale é maior do que a falta que Lost fará? E até essa dúvida está perto, muito perto de terminar. E tenho gostado do rumo que as coisas andam tomando lá pela ilha. Mas o que eu menos gosto é mesmo o mundo paralelo. Meu negócio em Lost sempre foi a ilha, e no geral, o que acontece fora dela não me prende, nem mesmo quando tudo começa a convergir, e todos losties começam a achar estranho que o número de pessoas do vôo 815 que acaba entrando na vida delas...

Vem se aproximando o dia em que os losties se reunirão lá no mundinho paralelo, e aí só J.J. sabe no que vai dar. O tempo paralelo é pós ilha, isso é fato, porque as memórias da ilha estão sempre voltando. Mas se é pós, e estão todos candidatos lá, quem ficou de porteiro do new Locke? Porque o mundo ainda é mundo, portanto o fumaça negra ainda está preso. E agora Jack? Quem poderá nos defender? Enquanto isso, lá na ilha, o new Locke já revela o seu plano: Fazer com que os "candidatos"se auto-explodam, porque neles a fumaça negra não funciona. É só isso que ele precisa para ficar livre da sua prisão, a ilha. E Jack já se deu conta, e aposto várias moedinhas que é mesmo Jack o substituto. E mais. Vou lá longe no risco, e vou anotar aqui para comprovar depois, a cena final da série em que ursos polares caçam em selvas tropicais: Jack, e new Locke, reproduzindo a cena, e o diálogo que deixou todo mundo de boca aberta, entre Jacob e anti-Jacob na sua primeira aparição, olhando calmamente o mar, e talvez até com um novo navio chegando na ilha... Ou um novo avião caindo?

Eu vou achar uma maneira de matar você...


E Jack, que não é tão calmo quanto Jacob, vai continuar trazendo humanos para visitar a ilha, provocando o new Locke em sua jaula natural? Jack vai continuar tentando arrumar tudo? Poucas dúvidas restam, e eu acabei descobrindo, depois de passar esse tempo todo achando que eram mistérios demais, que o interessante e segredo de Lost mesmo era um novo mistério a cada dia!

Então, já contando os dias para a series finale, só podemos ficar arregaladinhos, esperando o momento L, talvez olhando calmamente o mar, talvez observando um avião caindo...

Vamos artigolar teorias?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Assim toca Johnny Rivers


Cheguei cedo, vestindo aquele uniforme de show. Aquele mesmo, o jeans envelhecido, o tênis confortável, e a camiseta preta. Bom, era frio, então a camiseta estava disfarçada. Menos mal, porque eu nunca me dou conta a respeito do uso desse uniforme em shows que não seguem essa regra. Meus colegas de trabalho foram de camisa, de botão. Claro que tirei onda, e ainda chamei de iniciantes na carreira de shows assistidos. Pois é. Mas esqueci que o evento, sim, o evento, era em teatro. E que o cantor gravou o primeiro disco em 1960. E sim, o público dele quase vestia terno. E sim, encontrei velhos professores, colegas de trabalho, e por pouco não pego algum diretor de empresa do meu ramo por lá. Bendito uniforme de show...

Rivers já vendeu mais de 25 milhões de discos, é o dono de Do You Wanna Dance e Secret Agent Man, entre outros. E seu público quase usa terno. Rivers era compositor apenas de Johny Cash e Elvis Presley, coisa básica, feito simples. E ele estava ali. Tem gente que é até contra, acha que é "assistir ex-banda", que prefere ficar com a imagem antiga, que esses shows fora de hora não são a mesma coisa. Pois o mesmo Rivers que levou 60 mil pessoas no Ibirapuera em 98 esteve a poucos 5 ou 6 metros da minha poltrona, onde eu assistia o cara que se mete a figurar com Presley e Sinatra em popularidade e vendagem de disco nos EUA. E não, não tinha nenhum traço de ex-show no palco. Muito pelo contrário.

Rivers entrou leve, brincando, parecia um gurizão zoando no palco. Não cansava, não perdia a voz, não fazia pausas, e claro, não errava nota alguma. Rivers fez show, foi um show. Quase não acredito nos amigos rockeiros que perderam esse show, o pessoal amante da música, aqueles que respondiam a pergunta "O que está fazendo?" prontamente: "Ouvindo música!". Lá no tempo onde isso era uma atividade exclusiva, sem msn, redes sociais ou portais on line dividindo o prazer de uma boa música. Quase não acredito que minha velha turma do vício musical não estava lá. Envelheceram eles, porque Rivers não envelheceu. Fez um show perfeito, desde a entrada, passando pela simpatia ao tratar o público (que para minha vergonha alheia, não lotou o teatro), até as brincadeiras, pegadinhas como quando flertou no início do hino Do you wanna dance, arrancando do público o clima que ele trazia ao palco. Leveza, alegria, não aquela obrigação de artista que volta ao palco porque o dinheiro acabou. Mas porque ama a música, porque tinha uma banda que tocava com prazer, como se não fosse a profissão. O público mais apurado sempre sabe, se o músico está lá a trabalho pura e simplesmente, ou se está lá trabalhando e se divertindo, sentindo a música e adorando estar lá.

Eu sou um fanático da velha guarda, dos que ouvem música desde sempre, desde que isso era uma atividade exclusiva, um colecionador de CDs e shows, muitos shows. E esse foi um show no literal sentido da palavra, não foi uma apresentação como tantas que aparecem por aí, foi um show de música, de respeito ao público, um show do grande artista que leva a grandeza de seu nome a sério. É dos shows que levam negrito na extensa lista, daqueles que ficam na memória, daqueles para lembrar, que assim toca Johnny Rivers.

Thanks You Tube, pelo momento mágico do show:




Mais? Aqui.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Então, que venha mais um.


Nessa questão de aniversário, eu sou meio assim, meio assado. Tem ano que estou empolgado, quero festa, quero tumulto! Tem ano que fico na boa, quase indiferente, e as vezes até esqueço em que número eu ando. Não sei se é o dia, ou o momento, só sei que eu mudo conforme o ano. E imagino que isso seja bom, afinal, a gente passa o ano todo mudando, então, porque não mudar o comportamento com relação a esta data?

As vezes ouço: Lá se foi mais um ano! E outras vezes: Opa, lá vem mais um ano! São olhares diferentes para o mesmo fato, e com pensamentos diferentes também! Lá se foi é uma comemoração, ou um até logo ao que ficou, enquanto o lá vem é uma expectativa toda positiva para o que está por vir! E eu também entro nessa ciranda, as vezes dando bye, bye, as vezes dando hello. Mas no fim, you say bye bye you say hello, you say hello, hello, hello... (brincando de Paul McCartney). Em resumo, o aniversário é a chegada e a saída, é um marcador, um reinício até. É o marco pessoal, como o 01 de janeiro, só que pessoal, um início de ano particular. E marcos são bons, porque dão oportunidade de dar uma paradinha, uma pensadinha. Fatos que costumam fazer toda a diferença na hora de dar uma avançadinha! E esse é um ano que eu falo bye, bye, mas também falo hello, hello. E até acho que embora sempre tenhamos ênfase em uma ou em outra, ambas as formas são importantes e válidas. Bye, bye para tudo de bom que aconteceu, para tudo que aprendemos e crescemos e um hello para tudo que vem chegando. E esse ano são 33, um número especial. Sim, todos são especiais. Mas esse é particularmente especial, pelo seu significado, e pelo que vem por aí!

Então o nosso marco particular de tempo é também particular na sua leitura, no seu significado. E claro, na sua importância. Conheço pessoas que não dão a mínima para a data. Já outras consideram o principal evento do ano. Mas não tem certo nem errado nesse jogo. Nem juiz, nem torcida. É um jogo individual, é um momento todo particular de como, quando, e porque se revisam algumas coisas, ou se projetam outras. Ou não. E nem importa, o importante é fazer, no dia, ou em outro dia qualquer, ou melhor ainda: O tempo todo. O que importa mesmo, é ver e rever tudo que foi acertado, projetar para que o vem por aí esteja no melhor caminho, e consolidar o conhecimento adquirido. Pode ser a qualquer tempo? Pode. Mas que um marcador ajuda, ajuda. Então, se a vida é um livro, que o aníver seja o marcador. Avançando a cada leitura, nos lembrando onde estamos, e sempre trazendo mais conhecimento conforme vai se movimentando...

Agradecimentos especiais a todos que já se manifestaram, no orkut, msn, twitter, telefone, e-mail... Todos que enviaram suas energias positivas e felicitações, afinal de contas, estamos aqui todos de passagem, e uma das funções de estar aqui é exatamente conhecer, conviver e trocar experiências! Valeu pessoal, valeu família que volta e meia passa por aqui, e beijão especial para minha Co amada. E até homenagem virtual eu ganhei!Fer, obrigado pelo bolo! Mamis, obrigado pelo parabéns!


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dexter


Já fazia algum tempo, na verdade muito, que o pessoal que curte seriado me indicava Dexter, com bastante frequência e intensidade. Por um motivo ou outro, eu vinha negligenciando essa indicação e adiando minha jornada pelo mundo vermelho de Dexter, até poucos dias atrás. Mas eu comecei. Assisti e caí na armadilha desse seriado que consegue colocar de um forma leve a vida de um serial killer com um número bastante significativo de "feitos".

Dexter é um seriado denso, complexo, e com uma receita de muito sucesso para dosar o peso de um serial killer que faz picadinho de suas vítimas sem parecer (e ser) um seriado "forte". É absolutamente surpreendente como Dexter com todo seu peso consegue ser tão leve. A primeira vez que ouvi falar, ou que li a respeito, imaginei um seriado forte, daqueles que requerem um tempo para a "digestão mental" do episódio, e é exatamente aí que reside a agradável surpresa de dexter.

Na verdade, agradável é exatamente a palavra que descreve o serial killer Dexter, um complexo jovem que se julga vazio e sem sentimentos. Se julga. Filho adotivo de um investigador da homicídios, Dexter é reconhecido em sua essência por seu novo pai Harry, e treinado para não ser pego. É direcionado, é um serial que usa sua necessidade de matar como um supervisor da justiça. Onde ela não alcança, ele entra. Um justiceiro requintado, técnico, frio. O pai, falecido, é chamado sempre na memória de Dexter, que trabalha como especialista em cenas do crime onde o sangue da vítima pode levar à suspeitas e resoluções de casos. No mesmo departamento trabalha Deb, sua irmã adotiva, uma esperta e insegura jovem inibida pelo talento do irmão e a ligação de Dexter com o pai. Na verdade, essa ligação era o próprio treinamento de Dexter. Treinamento em sobrevivência, uma aula de como ser um serial killer sem acabar na cadeira elétrica, onde a regra número era não ser capturado.

A vida na homicídios é bem agitada, e alguns personagens como Angel (esq.) denotam um certo tom de descontração e "passion" para os episódios, assim como Masuka (abaixo). Os personagens principais do departamento são também ricos, com histórias de vida interessantes, e os que não tem uma história interessante, levam as pitadas de humor ao dia-a-dia do seriado. Dexter é uma bela surpresa para quem procura medidas certas de algo mais, um prato extremamente bem temperado e atrativo já no primeiro episódio, mesmo que só comece a mostrar a complexidade de sua história mais adiante, no final da primeira temporada.


E a primeira temporada traz uma interessante e surpreendente (mesmo) competição entre killers. Dexter enfrenta e investiga um outro serial, ao qual ao mesmo tempo que admira quer eliminar. Um dos melhores elementos é que Dexter acaba virando a referência do serial, toda a comunicação é direcionada e feita especialmente para o nosso anti-herói. Durante toda a trama as histórias individuais são contadas na dose certa, enquanto vamos conhecendo os pensamentos e modos de Dexter viver sempre com a ajuda do "código de Harry", o conjunto de regras que seu pai adotivo criou para manter Dexter longe da cadeira elétrica e escolhendo apenas vítimas que mereçam ser executadas.

E sim, seriais killers também amam. Ou quase. Ou amam de verdade? A primeira temporada flerta também com a questão da capacidade de um assassino frio e sem remorso amar e se ligar às pessoas. Mas é ainda um flerte leve, de longe, sem a profundidade que a segunda temporada acaba revelando... A primeira temporada termina de forma surpreendente, usando a própria história do nosso anti-herói, em um ritmo quase frenético, em overdoses de surpresas que mesmo em excesso não pecam. É uma história sólida e bem construída, muito diferente do ambiente que transformou o garoto Dexter em um artista da morte. A primeira temporada trata principalmente disso, como Dexter foi construído. Ou desconstruído?


Na segunda temporada o flerte com os sentimentos de Dexter são postos todos a prova, e toda a trama brinca com seu futuro de forma mais efetiva, trazendo novos elementos e mostrando a obra que antes ficava apenas na sombra do oceano. Agora sim são testadas outras capacidades de Dexter, como o de compreender tudo o que foi responsável pelo que ele é, e o que ele pode fazer a respeito disso. Os sentimentos são provocados até chegarmos a conclusão que um assassino frio e calculista também ama. Ou não? A abordagem da segunda temporada é mais profunda que a aventura da caçada de gato e rato da primeira, mas de muita ação e reviravoltas. E assim como na primeira, outros perigosos personagens podem tentar fazer concorrência com nosso anti-herói denso, complexo e silencioso. Dexter experimenta fases e sensações diferentes, toma decisões inéditas, vai e volta, e deixa a temporada cheia de expectativas e sustos. E dizem que as próximas temporadas são ainda melhores...

Entre sem muito barulho, e bem vindo ao mundo reflexivo de Dexter...





segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um sopro...


Apenas um sopro. E o velho mundo não consegue mais voar.

No nosso planeta, a vida é assim. Acontece, quando ele permite. Se ele não permite, não existimos. Toda nossa maravilhosa tecnologia é uma falsa segurança. É uma falsa impressão que o planeta é nosso, e dele fazemos o que bem entendermos. Não. Não é. Nós é que pertencemos ao planeta, e ele é quem diz o que pode e o que não pode. Nossa tecnologia hoje permite quase tudo. Nossa expectativa de vida aumenta cada vez mais, nós podemos chegar a qualquer cantinho do planeta rapidamente, nos comunicamos e sabemos de tudo instantâneamente. Tudo isso nós podemos. Desde que, claro, a Terra assim permita.

A nossa tecnologia toda funciona perfeitamente bem em condições normais de temperatura e pressão. A energia nos permite morar onde quisermos, temos luz, temos água, podemos armazenar comida e falar com quem quisermos, em qualquer tempo em qualquer lugar. Também podemos ir e vir rapidamente de qualquer ponto do planeta Em condições normais de temperatura e pressão.

Um vulcão em erupção é uma das mais impressionantes manifestações de força da natureza. É impactante, bela e incontrolável. É um sopro quente que nos faz correr o mais longe possível, nos impede de voar, e ainda define a que distância precisamos ficar da irada montanha. Apenas um sopro, na Islândia, e quase toda a europa perde sua mobilidade, deixa de voar. A nossa tecnologia não tem vez contra a força da natureza, nas suas diversas manifestações. Um vulcão em erupção é uma manifestação natural, talvez uma manutenção, uma resultante do "modos" do planeta existir. Podemos de alguma forma ter colaborado com isso? Talvez algum teste nuclear esquentando o que não deveria? Talvez. Mas com ou sem nossa participação vulcões sempre existiram e sempre irão existir. E da mesma forma outras manifestações da natureza sempre irão existir, independente da nossa existência ou não.

Mas o que impressiona mesmo, é a força e consequência de uma manifestação como essa. Quanto mais tecnologia temos, mais somos afetados, porque cada dia mais somos mais interligados e inter dependentes. Um acontecimento de grande monta reflete e repercute em todos os lugares, e atinge muito mais pessoas do que antigamente. Nesse caso, toda nossa tecnologia joga até contra, porque amplia o grau com que os eventos nos afetam. Com tecnologia ou sem tecnologia, com culpa ou sem culpa, a força da natureza é superior a tudo que conhecemos e pudemos criar até hoje. Essa força nos lembra, volta e meia, que nós é que pertencemos ao planeta. E não que ele nos pertence...


Imagens: Portal Terra.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A constante de Lost

Aviso: A Artigolândia acompanha Lost pelos lançamentos americanos, portanto, há spoilers para quem não acompanha em tempo real.

Quem poderia imaginar, lá nos tempos da escotilha, a importância que Desmond esconde na trama de Lost. Desmond tinha tudo para ser mais um personagem de transição, contando sua história e saindo de cena no momento explosão da escotilha. Mas não. Há muito mais sob responsabilidade do "brotha" do que se poderia imaginar até então.

Já nos episódios em que Lost entrou perigosamente no ramo de viagens no tempo, Desmond já havia figurado como uma constante, alguém que pode estar cá e lá e sobreviver. Essa foi uma breve dica da importância que o personagem poderia ter. E para quem achou que Lost já havia se arriscado com viagens no tempo, veio então mais uma surpresa, e o seriado também abriu negócios no ramo de universos paralelos, quase um modo Fringe de ser. Mais uma vez, Desmond desponta como a grande constante, o personagem que consegue estar lá e cá, e que pode contribuir mais uma vez para que esse "looping" seja resolvido. Ou terá o anti-Jack, men in black ou Lock bad version conseguido eliminar essa constante com um mergulho no posso profundo?

Poderá a realidade paralela ser uma espécie de segunda chance para os personagens? Será que teremos mais um vôo para a nossa querida ilha? E conseguirá a nossa constante fazer com que os "candidatos" a Jacob recuperem a consciência de que aquele não é propriamente o seu verdadeiro lugar? São muitas dúvidas para os episódios que vem a seguir, sem comentar o flerte com o que é realmente a ilha, informação que Richard já recebeu de Jacob, e que infelizmente não quis nos contar! E quanto a Hurley, sim, ele realmente merecia ser ouvido. Desde o início do seriado, ele era o que sabia de tudo, mas não fazia valer sua opinião. Foi o grande amigo e grande acompanhante de todos e de suas ordens. Agora, com a rédeas da trama na mão, quem manda é Hurley. Pelo menos nesse ato.

Tão perto do fim, já com a configuração praticamente confirmada de que Lost sempre foi sobre a eterna briga entre o bem e o mau, a ilha ruma para ser a prisão de uma espécie de "caixa de pandora", o anti-Jacob. E na verdade, o tão importante Jacob pode ser apenas o guarda Belo, aquele, que fica controlando a prisão...

Será?


Promo, Epi 6x13.





A Artigolândia no BBB agora acompanha o Aprendiz 7, clique na imagem:

terça-feira, 13 de abril de 2010

O povo pelo povo.


Sempre defendi um fato polêmico, bem polêmico na verdade, sobre nós, o povo. Quando falo de políticos, e os leitores mais antigos aqui da Artigolândia sabem disso, sempre credito uma boa parcela da canalhice que é nossa política ao povo. Sim, somos também culpados por tudo isso. Na postagem sobre a tragédia no Rio, um leitor comentou exatamente esse ponto, que se o povo não tem educação para manter as ruas limpas, se ele não faz a sua parte, não adianta cobrar da defesa civil ou do governo. E é sim verdade. Não existe medida isolada para o Brasil.

Pegando o gancho da questão dos alagamentos que assolam muitas das nossas cidades, as soluções são ligadas e dependentes. Não, a defesa civil não vai resolver sozinha. Não, só o governo e o plano diretor não vão resolver sozinhos. Sim, o povo precisa participar e fazer sua parte. Mas todos precisam agir, e precisa ser ao mesmo tempo. Nada isolado vai funcionar. Mas porque então os representantes do povo é que são sempre cobrados? Ora, porque eles é que ganham para isso. Esse é o trabalho deles! Mas e o povo? Ah, o povo precisa sim fazer sua parte, lógico que precisa, sem dúvida nenhuma. Sim, eu sei, tem o fator educação, tem o fator condições básicas de sobrevivência, oportunidades... É, tem. Tem muito. Mas um dia precisamos começar, ou nada vai mudar. E quem vem primeiro, a galinha ou o ovo? Bom, nesse caso, de quem cobra quem, de quem faz sua parte primeiro, esse galinheiro precisará ser mágico. Vai ter que ter galinha recém nascida botando ovo! E ovo aparecendo sem galinha para colocá-lo. Ah vai.

O povo precisa sim fazer por ele mesmo. E esse ano mais uma oportunidade se aproxima, é temporada de eleições. É o momento em que o jogo vira, e quem pede são os políticos, e não mais o povo. É temporada de lembrar tudo o que aconteceu, de tomar memorex e lembrar dos ladrões, dos canalhas, dos hipócritas e varrer com eles com a mesma eficiência que as multidões se uniram no último reality show brasileiro, o BBB 10, que quebrou o record mundial de votos. É hora de mostrar que a parte do povo será feita. Pelo menos a parte da escolha correta dos seus representantes. Depois, tem todas as outras...

Sim, eu lembro, eu mesmo disse que o povo não está preparado, não tem educação suficiente, não tem preparo para escolher, o povo troca seu voto pelo pagamento de uma conta de luz, por um rancho, por uma promessa vazia. É, é verdade. Mas também é verdade que boa parcela da população já tem essas condições, e engajada, pode sim preparar quem não está preparado. Pode indicar, pode ajudar a formar opinião, pode fazer a diferença. Mas para isso, claro, não pode haver trocas de favores. Quem o fizer, tem que fazer pelo povo e para o povo. Não pela sua empresa, pelo seu bolso, ou pela sua própria ideologia política, já cega pelo tempo. É tempo da galinha nascer junto com o ovo. É tempo de jogar ovo em quem merece, é tempo de chocar os bons que podem alguma coisa fazer. Mas para isso, nós, o povo, temos que fazer a nossa parte. As eleições estão aí, é um bom começo.

Ou vamos ficar esperando a galinha dos ovos de ouro?


domingo, 11 de abril de 2010

Depreciou? Chama o Síndico!

Uma coisa que me deixa maluco em conversas de buteco, é a tal da depreciação. Quanto é difícil elogiar alguém, sem depreciar outro alguém! Como é difícil! Chega um chefe novo, e todos dizem: Caramba, como esse cara é legal! Muito diferente daquele outro safado que se achava o máximo! Que diferença! E isso vale, com o professor, com o colega de aula, com o vizinho, com o goleiro do time do coração... A lei da depreciação no elogio é tão válida que um elogio sem depreciar outra pessoa soa até estranho!

Então ontem, chegando na portaria do edifício onde moro, encontro o novo síndico, eleito 3 meses atrás. E já chego feliz, elogiando, falando da nova cerca elétrica (já que moro no Brasil, país onde os cidadãos moram no presídio e os bandidos fora dele), das modificações que ele anda fazendo, e claro: Criticando a ex-síndica! Porque agora sim o prédio tem pulso, antes parecia tudo abandonado, ninguém se importava com nada... Enfim. Segui uns 15 minutos naquele caminho que vivo criticando, o elogio depreciativo. Afaga de um lado batendo no outro. Parece que elogio é um artefato finito, que para entregar algum, você precisa fabricar ele retirando de outro lado através da depreciação. Parece que para entregar com a mão direita, precisa tirar com a mão esquerda. É algo que realmente me intriga e me incomoda.

Findada a sessão elogios ao novo síndico, que ouvia tudo em um silêncio perturbador, segui prédio adentro. Mas segui caminhando quase em dúvida, intrigado com a indiferença com a qual o síndico que vinha fazendo um excelente trabalho ouvia a tudo que eu falava. Todos adoram elogios! E esse senhor parecia ficar cada vez mais contrariado ao ouvir o quanto ele era mais competente que a antecessora dele, aquela mulher que ninguém sabia que existia! Então já quase no elevador, o porteiro me chama todo sem jeito:

- Senhor, senhor!
- Fala Zé Mario! Mas senhor não, por favor!
- Então, é só para avisar, que quando for elogiar o síndico, não fale tão mal da esposa dele! A ex-síndica!

É. É moleza ficar intrigado e irritado com o que os outros fazem. Portanto, é como eu digo: Depreciou? Chama logo o síndico!


quarta-feira, 7 de abril de 2010

E o Rio chora...


Mais uma vez, assistimos ao festival de horror de uma enchente em uma cidade brasileira. Desta vez, a vítima foi o Rio. Mas poderia ter sido São Paulo, ou Santa Catarina, ou qualquer outro estado, e principalmente, qualquer grande cidade brasileira. Isso tem sido, e continuará sendo, motivo de tragédias cada vez maiores em nosso país. E porque? Bem, existem dois grandes motivos para o que está acontecendo, e o pior que ainda está por vir. O primeiro é o próprio clima, que está sim mudando e piorando, principalmente no que se refere a intensidades e situações extremas. A outra é a nossa falta de preparo para enfrentar tais situações, tanto no trabalho de base, a prevenção, quanto no trabalho de auxílio, pós evento.

O clima mudou, isso é fato inegável, e sem ser profeta do apocalipse. Mudou, está mais extremo, e será ainda mais já a curto prazo. Índices de chuvas de um mês inteiro precipitando em um dia, ventos cada vez mais forte, mudanças radicais em temperaturas, isso só para ficar no Brasil. Nem vamos abordar neste texto os tremores, tornados, tsunamis e tudo mais que tem assombrado o planeta em vários países.

Nas ocupações de risco como morros e regiões marginais e litorâneas, há de se ter prevenção e consciência do risco que se corre, e medidas de segurança devem ser tomadas. Com o clima como está, ter uma casa em um morro sujeito a deslizamentos é como morar ao lado de um vulcão. Pode não acontecer nada, mas também poderá acontecer, e essa consciência é necessária, e planos de emergência devem ser preparados e as pessoas treinadas.

Nas grandes cidades, planos diretores de utilização de superfície foram esquecidos. Hoje temos o solo impermeabilizado, a água não tem como escoar. E obras de canais, sim, eu sei, são as obras que via de regra patrocinam campanhas, porque são caríssimas. Mas essas obras são soluções posteriores ao problema já criado pelo excesso de superfície impermeabilizada. Quando você constrói sua casa, toda a água que seria absorvida pelo solo que antes era permeável, precisa escoar e ser absorvida em algum lugar, ou irá correr pelas ruas também impermeabilizadas arrastando tudo o que encontrar pela frente. Inclusive você, ou sua casa. Quem controla isso? O plano diretor da cidade. Ou deveria. Retiramos a condição natural da água escoar, agora, precisamos mostrar o caminho a ela, devolvendo superfície permeável, ou obrigando quem constrói a oferecer reservatórios compatíveis com a área impermeabilizada. Ou a água irá encontrar o caminho que lhe convier, e sem prestar atenção no que há pela frente.

Outro ponto é a preparação dos governos e agências para contornar um evento extremo já ocorrido. A defesa civil, precisará ser, e breve, uma secretaria forte, com dinheiro e pessoal para ser capaz de atender a essas demandas de grandes proporções. Talvez o exército precise estar acessível em determinadas situações. Especialistas, treinamentos. O que os governos ainda não entenderam, é que eventos como esses serão cotidianos, e alguns deles chegam a ser semelhantes a um pós-guerra, tal a natureza das devastações provocadas. É necessário profissionalismo no atendimento de fatores ambientais que são fatos irremediáveis a curto e talvez médio prazo.

Não adianta nada correr para todo lado sem saber o que atender primeiro. É preciso profissionalismo e consciência do que estamos enfrentando. É preciso planejar, treinar, disponibilizar recursos e pessoal. É preciso mais, muito mais do que temos feito. E é preciso que o trabalho de base, anterior a tragédia seja igualmente efetivo, eficiente, e cada vez mais cobrado pela população. Ou teremos carros anfíbios e casas flutuantes a venda no mercado, e logo.


domingo, 4 de abril de 2010

Bandeira, o símbolo?


Uma bandeira não é um símbolo qualquer. Uma bandeira é o grande símbolo. Uma bandeira é a instância máxima de um país, estado, município, de uma organização, de um movimento, enfim... É a bandeira que é hasteada nas ocasiões mais nobres. E também todo dia. A bandeira é a própria imagem do que ela representa. Quando um rei ganhava uma guerra, lá em outros nobres tempos, a bandeira vencedora subia bem alto na fortificação derrotada, para mostrar quem era o novo rei. E a bandeira derrotada era enrolada, ou queimada, ou rasgada, em ato de humilhação aos derrotados . Isso porque a bandeira representava o próprio rei posto, representava o seu próprio povo. A bandeira é sim muito importante, e ela deve ser sagrada para os seus defensores.

Quando alguém, ou alguma instituição levanta uma bandeira, na minha humilde opinião, essa bandeira deve ser o motivo real desse movimento. A bandeira é tão importante, que ela não pode ser usada levianamente, ou por interesses pessoais, porque interesses pessoais nunca fecham com os interesses de um país, ou de uma causa, ou do que quer que seja. Porque tudo isso é grande demais para ser usado por uma pessoa em nome de tudo que a bandeira representa. Bom, pode haver um exército de um homem só, mas nesse caso, ele que levante e cuide sozinho de sua própria bandeira.

Eu fico temeroso, realmente temeroso, quando uma bandeira é tomada por interesses pessoais, ou pior, indo até a interesses financeiros, porque isso expõe uma grande idéia, um grande movimento, a algo que não tem sua total representatividade. As vezes. Porque as vezes pode funcionar, mas não sem oferecer algum risco à sua própria bandeira. Recorro então, mais uma vez, a um programa de televisão que acompanho já há anos, para exemplificar a utilização de uma bandeira muito importante e de muita luta em dois casos, distintos, e com desfechos igualmente distintos. Mas ambos fizeram uso de um bandeira para fins pessoais, fato inegável. Alguns anos atrás, o Big Brother Brasil apresentava um participante homossexual assumido. Nada demais. Porém, na primeira vez que votado pela casa, ele iria enfrentar votação popular, esse participante disse ao vivo que foi votado justamente por ser homossexual. Reduziu todo o programa a essa questão, à perseguição à um participante homossexual. Se isso aconteceu ou não, não é agora importante o mérito da questão. O fato é que a bandeira foi usada em razão pessoal. Desta vez a bandeira colorida acabou sendo bem representada, o participante venceu o programa e não comprometeu a causa. Mas usou a bandeira, e poderia tê-la comprometido caso cometesse algum erro mais forte. Porque afinal, ele hasteou a bandeira, se auto-denominou seu representante e a colocou lutando ao seu lado, em jogo que valia 1 milhão.

Em nova edição, a décima, o Big Brother Brasil trouxe três homossexuais, e novamente senti o uso dessa bandeira em pról de objetivos pessoais. Mas fato curioso, não por todos. Um deles, nem usou, foi o que foi, fez sua participação, íntegra, correta, ele mesmo sem apelos. Defendeu sua ideologia, seu modo de viver, ouviu e se fez ouvir. E ganhou respeito, e foi sim respeitado. Outro flertou de leve, mas não abusou, não hasteou, muito. Já um terceiro hasteou. E foi além. Em nome da bandeira, perseguiu, caluniou e acusou outro participante. O acusador, homossexual, visivelmente esperava que fosse atacado e perseguido justamente por quem ele acusou e perseguiu. Usou de conceitos de homofobia bastante perigosos, já que pelas linhas que definiu para assim rotular o participante que acabou como o vencedor do programa, muitos que não amem e defendam a causa pudessem ter alguma, mesmo que muito leve, identificação. Um movimento via de regra injustiçado e que sofre preconceito através dos tempos, e ainda hoje luta por seus direitos dia a dia no mundo todo, na minha visão, luta por respeito, igualdade, e reconhecimento. Mas isso não inclui que todos devam hastear a sua bandeira e ficar na obrigação de amar todo seu modo de vida, que na verdade não é absoluto ao movimento, já que é sim muito pessoal para cada um. Usar de argumentos tênues, em um programa de tanta audiência, pode dar a impressão que um movimento tão sério e que luta por respeito e espaço, pode usar de argumentos que ele mesmo combate: Obrigação de gostar de um modo de vida, exigir comportamentos, rotular e acusar... Entre outros. Mas é claro, e disso não tenho dúvida, que isso é ato isolado, foi uma opção de um participante, que estava em um jogo disputando prêmio de 1,5 milhão de reais, e não a representação oficial de seu sério e justo movimento. Até porque, um movimento desse porte não tem presidente, nem embaixador, nem rei. Há de cuidar portanto, quando se hasteia uma bandeira que representa milhares. Porque uma bandeira, é demais, é demais mesmo, para qualquer pessoa hastear e se julgar representante, e em nome dela acusar e rotular, e pedir que o movimento o defenda, e condene seu oponente pessoal. E isso aconteceu quando se estava em um jogo, onde o prêmio é um cheque pessoal, nominal, e intransferível. Um cheque de 1,5 milhão de reais. Não seria responsabilidade demais fazer uso de uma bandeira tão importante para um fim dessa natureza?

Uma bandeira é muito grande. Uma bandeira é responsabilidade demais. Que as bandeiras sejam sempre respeitadas, e que sejam sempre objeto de sua luta justa e legítima, e que não sejam utilizadas para fins que não sejam justamente os seus, e nada mais. Nada mais.



Amanhã, complementando o fechamento do BBB 10, temos a análise das melhores e piores jogadas desse BBB. Lá na Artigolândia no BBB.

domingo, 28 de março de 2010

Genial, Bial.


Muitos anos atrás, chegou ao Brasil um modelo de programa de televisão que prometia. Prometia sucesso absoluto, no país que melhor faz novelas no mundo. Isso pela paixão que o Brasil devota às suas novelas, à sua audiência, e pelo fato de remeter a uma certa cumplicidade entre as novelas de ficção e um novo modelo, a novela da vida "real". Mas assim como as novelas, o reality show já chegava com um rótulo anunciado. Rótulo de programa sem cultura, rótulo de besteirol que nada acrescenta ao povo. Enfim, trucidado e desprezado pelos intelectuais do nosso país. Apesar das críticas, como era de se esperar, os realitys chegaram e venceram. São mania nacional e motivo de guerra entre emissoras, mas o melhor, mais bem produzido é e sempre foi o Big Brother Brasil. E um dos motivos que tornam o BBB tão especial frente aos demais realitys que circulam em várias emissoras pelo Brasil é seu apresentador. Pedro Bial, um jornalista respeitável, de carreira absolutamente impecável, topou esse desafio e se tornou a face desse programa.

Durante 3 meses, Bial não só apresenta, como também de certa forma orquestra, aponta e apara, conta e desconta, Bial toma conta da casa mais vigiada do Brasil. Eu sou, e sempre fui espectador assumido do BBB, e perdi apenas uma das 10 edições realizadas até hoje. Por ironia do destino, perdi a mais temperada, como dizem, a 8. Mas neste ano resolvi ousar. Transferi meu vício que ia e vinha de escrever em blog para o Big Brother Brasil, e por lá estive nos últimos 3 meses. Isso me custou bem mais do que previ, mas me retornou muito mais do que imaginei. Escrever, mesmo que despretensiosamente sobre um tema de tanto apelo popular multiplicou por 100 o número de leitores. Trouxe amigos, trouxe elogios e críticas, mas principalmente, relembrou o que a gente muitas vezes esquece: A repercussão dos nossos atos. Quando se escreve para um público 100 vezes maior, é preciso saber das consequências disso, e estar pronto para ser julgado por cada palavra escrita.


Então imaginem agora quem teve a coragem de entrar na casa do BBB. Imaginem cada palavra dita, repercutida em TV aberta, gravada, transmitida ao vivo, sem interrupções e praticamente sem cortes em PPV. Cada besteira falada, cada desconhecimento mal colocado terminando em jornais, em mídia virtual. Tudo repercute, tudo gera polêmica, amplificado por um programa cujo objetivo é justamente alavancar audiência baseado em polêmica. Neste último sábado, Bial, o regente do Big Brother Brasil precisou lembrar a toda a gigantesca audiência deste programa, e a todas às torcidas envolvidas, muitas vezes fanáticas e organizadas, que BBB é entretenimento, que é um programa que altera o retrato de cada um, que é um programa que transforma o participante em caricatura. Tal foi a repercussão do duelo central do programa, travado entre os protagnonistas e entendido aqui fora como uma guerra entre homossexuais e heterossexuais, que Bial precisou intervir. Encerrado o duelo, Bial pediu aos participantes que se cumprimentassem como guerreiros pós combate, trazendo de volta para a relidade tudo que foi turbinado e amplificado pelas mídias Brasil afora. Em discurso emocionante, Bial deu contorno de caricatura às impressionantes repercussões que o programa originou. Em poucas mas emocionantes palavras, Bial tentou retirar, ou diminuir a histeria coletiva das repercussões amplificadas, foi genial, Bial.


E nesta interessante experiência de "blogar" BBB, eu entendi e lembrei do que sempre acabamos esquecendo: A força do que falamos, a força de como agimos, e a repercussão de cada movimento de nossas vidas. O universo deles, BBBs, enquanto no ar é o Brasil, nesta edição este universo chegou até mesmo a sair do Brasil, mas e na nossa vida, qual é o nosso universo? O quanto podemos repercutir? Nós, cidadãos comuns deste Brasil, não temos repercussão em nível nacional. Mas temos nossa vida e nosso universo pessoal. E nele, e para ele, tudo o que falamos e fazemos tem a mesma dimensão do Brasil para um BBB. Mas eles, contam com Bial. Nós, só temos nós mesmos, para percebermos como repercute tudo o que fazemos...



segunda-feira, 8 de março de 2010

And the Oscar goes to...


Quando somos os melhores, também podemos ter sido os piores.

 Neste domingo, em meio ao alvoroço gerado pelo polêmico BBB colorido, pesquei de cantinho a cerimônia do Oscar, o prêmio máximo do cinema mundial. Como sempre uma festa fantástica, com toda pompa e circunstância que seu mercado representa e fatura. Evento lindo de se acompanhar, grandes filmes, super-produções, o maior faturamento da história do cinema, enfim, um festa grandiosa. Mas deixando um pouco de lado a questão dos melhores filmes, e o sempre presente embate entre grandes produções populares versus filmes técnicos e elaborados, me chamou atenção uma personagem de grande peso no cinema: Sandra Bullock.

Sempre fui um dos grandes admiradores da Miss Simpatia, essa fantástica atriz que foi o pivô de um fato tão curioso quanto corriqueiro e lógico nesta semana. Antes da cerimônia do Oscar, Sandra Bullock foi premiada com a Framboesa de Ouro, o anti-Oscar, por sua interpretação na comédia romântica Maluca Paixão."Esse anti-prêmio foi dedicado a "pior atriz do ano", Sandra Bullock. Então vem o Oscar, e confere a Sandra o prêmio de "melhor atriz do ano", por sua atuação em Um Sonho Possível. Um paradoxo que é facilmente explicado, afinal um trabalho é diferente do outro, tem condições de contorno diferentes, são outras pessoas, outro roteiro, outro diretor... O time envolvido nas produções pode contribuir para que a participante Sandra tenha um desempenho ruim em um filme, e excelente no outro. E claro, ela mesma precisa ajudar, e ir fazer um trabalho de menor qualidade em um, e melhor no outro. Tudo com suas milhares de influências e varições normais na vida dela e em todas as nossas. O fato simples, e facilmente explicado, porém, faz questão de nos lembrar, nesse caso de forma gritante, que por mais que sejamos os melhores, podemos ter sido também os piores. A questão absoluta da busca pela perfeição heróica que muitas vezes vimos, ou exigimos de nossas referências ou de nós mesmos, é um objeto de ficção. Uma ficção como o próprio cinema.

Se sempre buscamos o nosso melhor, é porque estamos no caminho certo. Mas isso não quer dizer que sempre seremos ou faremos o melhor. E por melhor que sejamos, sempre haverá o momento que seremos os piores, ou faremos o pior. E esse momento pode estar até mesmo unificado ao momento do melhor. Pelo simples fato de que sempre haverá um olhar aguardando que se abra a nossa própria Pandora, porque afinal de contas, nem tudo é bem, nem tudo é mau...




sexta-feira, 5 de março de 2010

Lost are Lost?


Desde o final da temporada 5, a penúltima deste impressionante seriado, as perguntas ainda não respondidas tem até perdido a importância frente ao mistério principal: De que trata afinal, Lost. É sobre fé? É sobre a velha luta entre o bem e o mal? Porque só um dos personagens atravessa o tempo sempre com a mesma aparência, mesmo sem se utilizar de viagens?

A sexta e última temporada chegou de mansinho, já com aviso dos produtores de que nem todas as perguntas serão respondidas, mas as questões principais serão sim tratadas e clareadas. Nesta semana completamos o episódio de número 6, e a temporada dá ares de seriado novo, com dificuldade de engrenar, de explicar, de impactar. O que seria a grande sacada do início da temporada, o universo paralelo já é figura carimbada no momento dos seriado maníacos com Fringe, que brinca muito melhor com isso do que tenta brincar Lost. É mais um flerte perigoso, depois da viagem no tempo. Já começo a temer pelo final da série, fazem muitos anos desde a grande decepção de Arquivo X, e os lost maníacos não merecem uma surpresa desse nível.

A história principal da trama caminha rapidamente para a velha guerra do bem contra o mal, representada por Jacob, e pelo anti-Jacob, o homem de preto que hoje veste o corpo de Locke. Mas caminha ainda de forma tortuosa, respondendo apenas que todos os nossos personagens foram escolhidos por Jacob, alguns recrutados em troca de favores, seriam escolhidos, candidatos, msa não se sabe do que, para que. Neste momento da trama Jacob está em desvantagem contra seu anti, que outrora aprisionado, agora domina  a ilha e recruta aliados.
 
Jack conseguiu reverter a queda do avião, mas isso não evitou que eles estivessem na ilha. O incidente provocado pela explosão nuclear criou uma relaidade paralela em que a vida de todos segue normalmente em Los Angeles, uma realidade chata que recheia os episódios de tempo perdido. Se Lost se perdeu, ainda não é possível saber. Mas a sexta temporada parece ter feito o mesmo que nossos personagens: Caminha lentamente em um universo paralelo ao que foi o seriado e toda sua riqueza. Spoilers dão dicas que teremos mais notícias do início desse duelo entre Jacob e seu anti, em tempos anteriores a Cristo. No momento, é o que resta para os próximos episódios de Lost, nos explicar a origem do duelo, e qual a necessidade de candidatos e escolhidos. Pouco, muito pouco para uma série que começou com ursos polares e monstros de fumaça em uma ilha tropical cheia de escotilhas e mistérios. Lost are Lost?


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O maior espetáculo da Terra


O carnaval como um todo, não tenho grandes dúvidas, é a maior festa do planeta. Pelo envolvimento quase total do país, pela grandeza, pela diversidade da própria comemoração, e pela riqueza em todos os modos de se comemorar. Fica até difícil em apenas um post tentar descrever a imponência dessa impressionante festa cultural brasileira, então hoje vamos brincar apenas de Rio de Janeiro. Nos próximos dias vamos brincar com todas as máscaras dessa contagiante festa. Vamos brincar com a maior festa da Terra.

Apesar de não ser aquele carnaval da festa propriamente dita, de "girar no salão", ou seguir o trio elétrico pelas ruas, a Sapucaí é palco de um dos maiores espetáculos que nossos olhos conseguem perceber, em questão de produção, luxo, beleza, em primor técnico e em todos os componentes emocionais que fazem do carnaval de desfiles do Rio tudo o que ele é, e o que ele representa. O fato de ano após ano estarmos vivenciando, assistindo e acompanhando essa evolução dos desfiles tira um pouco da grandeza que ele alcançou, mas se esquecermos por um momento o que já vimos passar pela Sapucaí, o espetáculo cresce e se torna quase um sonho.

O que as escolas de samba nos apresentam nesses fantásticos dias de desfile são exatamente a concretização de sonhos. Dos sonhos dos carnavalescos, dos sonhos dos técnicos, do sonho de cada um dos integrantes dessas agremiações fanáticas, dedicadas, que se precisar deixam de comer ou de comprar um TV nova para que possam pagar sua fantasia. O sonho de estar presente na passarela do samba é muito mais do que vemos, e o que vemos já chega perto do inimaginável. Se existe uma fábrica de sonhos nesse nosso mundo louco, tenho certeza, uma das filiais é na Marquês de Sapucaí.

Quando tento achar comparações ou fazer paralelos aos desfiles da Sapucaí me tomo de uma sensação de orgulho, por de certa forma ser um integrante dessa festa. Se pensarmos na magia do cinema, e colocarmos em pauta a maior produção atual chamada Avatar, tido como um dos filmes mais contundentes no desafio do ser humano de desenhar seus sonhos, ainda assim, ele fica pequeno perto da Sapucaí. O carnaval brasileiro é de uma riqueza quase que inexplicável, é de uma alegria muito menos explicável, é uma festa que não tem paralelos. E continua evoluindo de uma maneira cada vez mais mágica, cada vez mais artística, buscando novos segredos a serem desvendados.

O carnavalesco vencedor desse ano, Paulo Barros é a própria prova dessa evolução rumo ao desconhecido, rumo a descoberta de novos caminhos dessa festa que já parece tão insuperável há muito tempo. É possível superar o insuperável? É. Na Sapucaí tudo é superável, e o segredo revelado por um adolescente pela internet ao gênio criativo residente na Unidos da Tijuca é a maior prova disso. Um desfile mágico, uma festa mágica, no país onde tudo é difícil, a mágica do carnaval é o sonho que impressiona e alimenta nossa alma.






Obrigado Rio de Janeiro. Obrigado Sapucaí. O Brasil sonhador agradece.
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