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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Então, que venha mais um.


Nessa questão de aniversário, eu sou meio assim, meio assado. Tem ano que estou empolgado, quero festa, quero tumulto! Tem ano que fico na boa, quase indiferente, e as vezes até esqueço em que número eu ando. Não sei se é o dia, ou o momento, só sei que eu mudo conforme o ano. E imagino que isso seja bom, afinal, a gente passa o ano todo mudando, então, porque não mudar o comportamento com relação a esta data?

As vezes ouço: Lá se foi mais um ano! E outras vezes: Opa, lá vem mais um ano! São olhares diferentes para o mesmo fato, e com pensamentos diferentes também! Lá se foi é uma comemoração, ou um até logo ao que ficou, enquanto o lá vem é uma expectativa toda positiva para o que está por vir! E eu também entro nessa ciranda, as vezes dando bye, bye, as vezes dando hello. Mas no fim, you say bye bye you say hello, you say hello, hello, hello... (brincando de Paul McCartney). Em resumo, o aniversário é a chegada e a saída, é um marcador, um reinício até. É o marco pessoal, como o 01 de janeiro, só que pessoal, um início de ano particular. E marcos são bons, porque dão oportunidade de dar uma paradinha, uma pensadinha. Fatos que costumam fazer toda a diferença na hora de dar uma avançadinha! E esse é um ano que eu falo bye, bye, mas também falo hello, hello. E até acho que embora sempre tenhamos ênfase em uma ou em outra, ambas as formas são importantes e válidas. Bye, bye para tudo de bom que aconteceu, para tudo que aprendemos e crescemos e um hello para tudo que vem chegando. E esse ano são 33, um número especial. Sim, todos são especiais. Mas esse é particularmente especial, pelo seu significado, e pelo que vem por aí!

Então o nosso marco particular de tempo é também particular na sua leitura, no seu significado. E claro, na sua importância. Conheço pessoas que não dão a mínima para a data. Já outras consideram o principal evento do ano. Mas não tem certo nem errado nesse jogo. Nem juiz, nem torcida. É um jogo individual, é um momento todo particular de como, quando, e porque se revisam algumas coisas, ou se projetam outras. Ou não. E nem importa, o importante é fazer, no dia, ou em outro dia qualquer, ou melhor ainda: O tempo todo. O que importa mesmo, é ver e rever tudo que foi acertado, projetar para que o vem por aí esteja no melhor caminho, e consolidar o conhecimento adquirido. Pode ser a qualquer tempo? Pode. Mas que um marcador ajuda, ajuda. Então, se a vida é um livro, que o aníver seja o marcador. Avançando a cada leitura, nos lembrando onde estamos, e sempre trazendo mais conhecimento conforme vai se movimentando...

Agradecimentos especiais a todos que já se manifestaram, no orkut, msn, twitter, telefone, e-mail... Todos que enviaram suas energias positivas e felicitações, afinal de contas, estamos aqui todos de passagem, e uma das funções de estar aqui é exatamente conhecer, conviver e trocar experiências! Valeu pessoal, valeu família que volta e meia passa por aqui, e beijão especial para minha Co amada. E até homenagem virtual eu ganhei!Fer, obrigado pelo bolo! Mamis, obrigado pelo parabéns!


quarta-feira, 7 de abril de 2010

E o Rio chora...


Mais uma vez, assistimos ao festival de horror de uma enchente em uma cidade brasileira. Desta vez, a vítima foi o Rio. Mas poderia ter sido São Paulo, ou Santa Catarina, ou qualquer outro estado, e principalmente, qualquer grande cidade brasileira. Isso tem sido, e continuará sendo, motivo de tragédias cada vez maiores em nosso país. E porque? Bem, existem dois grandes motivos para o que está acontecendo, e o pior que ainda está por vir. O primeiro é o próprio clima, que está sim mudando e piorando, principalmente no que se refere a intensidades e situações extremas. A outra é a nossa falta de preparo para enfrentar tais situações, tanto no trabalho de base, a prevenção, quanto no trabalho de auxílio, pós evento.

O clima mudou, isso é fato inegável, e sem ser profeta do apocalipse. Mudou, está mais extremo, e será ainda mais já a curto prazo. Índices de chuvas de um mês inteiro precipitando em um dia, ventos cada vez mais forte, mudanças radicais em temperaturas, isso só para ficar no Brasil. Nem vamos abordar neste texto os tremores, tornados, tsunamis e tudo mais que tem assombrado o planeta em vários países.

Nas ocupações de risco como morros e regiões marginais e litorâneas, há de se ter prevenção e consciência do risco que se corre, e medidas de segurança devem ser tomadas. Com o clima como está, ter uma casa em um morro sujeito a deslizamentos é como morar ao lado de um vulcão. Pode não acontecer nada, mas também poderá acontecer, e essa consciência é necessária, e planos de emergência devem ser preparados e as pessoas treinadas.

Nas grandes cidades, planos diretores de utilização de superfície foram esquecidos. Hoje temos o solo impermeabilizado, a água não tem como escoar. E obras de canais, sim, eu sei, são as obras que via de regra patrocinam campanhas, porque são caríssimas. Mas essas obras são soluções posteriores ao problema já criado pelo excesso de superfície impermeabilizada. Quando você constrói sua casa, toda a água que seria absorvida pelo solo que antes era permeável, precisa escoar e ser absorvida em algum lugar, ou irá correr pelas ruas também impermeabilizadas arrastando tudo o que encontrar pela frente. Inclusive você, ou sua casa. Quem controla isso? O plano diretor da cidade. Ou deveria. Retiramos a condição natural da água escoar, agora, precisamos mostrar o caminho a ela, devolvendo superfície permeável, ou obrigando quem constrói a oferecer reservatórios compatíveis com a área impermeabilizada. Ou a água irá encontrar o caminho que lhe convier, e sem prestar atenção no que há pela frente.

Outro ponto é a preparação dos governos e agências para contornar um evento extremo já ocorrido. A defesa civil, precisará ser, e breve, uma secretaria forte, com dinheiro e pessoal para ser capaz de atender a essas demandas de grandes proporções. Talvez o exército precise estar acessível em determinadas situações. Especialistas, treinamentos. O que os governos ainda não entenderam, é que eventos como esses serão cotidianos, e alguns deles chegam a ser semelhantes a um pós-guerra, tal a natureza das devastações provocadas. É necessário profissionalismo no atendimento de fatores ambientais que são fatos irremediáveis a curto e talvez médio prazo.

Não adianta nada correr para todo lado sem saber o que atender primeiro. É preciso profissionalismo e consciência do que estamos enfrentando. É preciso planejar, treinar, disponibilizar recursos e pessoal. É preciso mais, muito mais do que temos feito. E é preciso que o trabalho de base, anterior a tragédia seja igualmente efetivo, eficiente, e cada vez mais cobrado pela população. Ou teremos carros anfíbios e casas flutuantes a venda no mercado, e logo.


domingo, 4 de abril de 2010

Bandeira, o símbolo?


Uma bandeira não é um símbolo qualquer. Uma bandeira é o grande símbolo. Uma bandeira é a instância máxima de um país, estado, município, de uma organização, de um movimento, enfim... É a bandeira que é hasteada nas ocasiões mais nobres. E também todo dia. A bandeira é a própria imagem do que ela representa. Quando um rei ganhava uma guerra, lá em outros nobres tempos, a bandeira vencedora subia bem alto na fortificação derrotada, para mostrar quem era o novo rei. E a bandeira derrotada era enrolada, ou queimada, ou rasgada, em ato de humilhação aos derrotados . Isso porque a bandeira representava o próprio rei posto, representava o seu próprio povo. A bandeira é sim muito importante, e ela deve ser sagrada para os seus defensores.

Quando alguém, ou alguma instituição levanta uma bandeira, na minha humilde opinião, essa bandeira deve ser o motivo real desse movimento. A bandeira é tão importante, que ela não pode ser usada levianamente, ou por interesses pessoais, porque interesses pessoais nunca fecham com os interesses de um país, ou de uma causa, ou do que quer que seja. Porque tudo isso é grande demais para ser usado por uma pessoa em nome de tudo que a bandeira representa. Bom, pode haver um exército de um homem só, mas nesse caso, ele que levante e cuide sozinho de sua própria bandeira.

Eu fico temeroso, realmente temeroso, quando uma bandeira é tomada por interesses pessoais, ou pior, indo até a interesses financeiros, porque isso expõe uma grande idéia, um grande movimento, a algo que não tem sua total representatividade. As vezes. Porque as vezes pode funcionar, mas não sem oferecer algum risco à sua própria bandeira. Recorro então, mais uma vez, a um programa de televisão que acompanho já há anos, para exemplificar a utilização de uma bandeira muito importante e de muita luta em dois casos, distintos, e com desfechos igualmente distintos. Mas ambos fizeram uso de um bandeira para fins pessoais, fato inegável. Alguns anos atrás, o Big Brother Brasil apresentava um participante homossexual assumido. Nada demais. Porém, na primeira vez que votado pela casa, ele iria enfrentar votação popular, esse participante disse ao vivo que foi votado justamente por ser homossexual. Reduziu todo o programa a essa questão, à perseguição à um participante homossexual. Se isso aconteceu ou não, não é agora importante o mérito da questão. O fato é que a bandeira foi usada em razão pessoal. Desta vez a bandeira colorida acabou sendo bem representada, o participante venceu o programa e não comprometeu a causa. Mas usou a bandeira, e poderia tê-la comprometido caso cometesse algum erro mais forte. Porque afinal, ele hasteou a bandeira, se auto-denominou seu representante e a colocou lutando ao seu lado, em jogo que valia 1 milhão.

Em nova edição, a décima, o Big Brother Brasil trouxe três homossexuais, e novamente senti o uso dessa bandeira em pról de objetivos pessoais. Mas fato curioso, não por todos. Um deles, nem usou, foi o que foi, fez sua participação, íntegra, correta, ele mesmo sem apelos. Defendeu sua ideologia, seu modo de viver, ouviu e se fez ouvir. E ganhou respeito, e foi sim respeitado. Outro flertou de leve, mas não abusou, não hasteou, muito. Já um terceiro hasteou. E foi além. Em nome da bandeira, perseguiu, caluniou e acusou outro participante. O acusador, homossexual, visivelmente esperava que fosse atacado e perseguido justamente por quem ele acusou e perseguiu. Usou de conceitos de homofobia bastante perigosos, já que pelas linhas que definiu para assim rotular o participante que acabou como o vencedor do programa, muitos que não amem e defendam a causa pudessem ter alguma, mesmo que muito leve, identificação. Um movimento via de regra injustiçado e que sofre preconceito através dos tempos, e ainda hoje luta por seus direitos dia a dia no mundo todo, na minha visão, luta por respeito, igualdade, e reconhecimento. Mas isso não inclui que todos devam hastear a sua bandeira e ficar na obrigação de amar todo seu modo de vida, que na verdade não é absoluto ao movimento, já que é sim muito pessoal para cada um. Usar de argumentos tênues, em um programa de tanta audiência, pode dar a impressão que um movimento tão sério e que luta por respeito e espaço, pode usar de argumentos que ele mesmo combate: Obrigação de gostar de um modo de vida, exigir comportamentos, rotular e acusar... Entre outros. Mas é claro, e disso não tenho dúvida, que isso é ato isolado, foi uma opção de um participante, que estava em um jogo disputando prêmio de 1,5 milhão de reais, e não a representação oficial de seu sério e justo movimento. Até porque, um movimento desse porte não tem presidente, nem embaixador, nem rei. Há de cuidar portanto, quando se hasteia uma bandeira que representa milhares. Porque uma bandeira, é demais, é demais mesmo, para qualquer pessoa hastear e se julgar representante, e em nome dela acusar e rotular, e pedir que o movimento o defenda, e condene seu oponente pessoal. E isso aconteceu quando se estava em um jogo, onde o prêmio é um cheque pessoal, nominal, e intransferível. Um cheque de 1,5 milhão de reais. Não seria responsabilidade demais fazer uso de uma bandeira tão importante para um fim dessa natureza?

Uma bandeira é muito grande. Uma bandeira é responsabilidade demais. Que as bandeiras sejam sempre respeitadas, e que sejam sempre objeto de sua luta justa e legítima, e que não sejam utilizadas para fins que não sejam justamente os seus, e nada mais. Nada mais.



Amanhã, complementando o fechamento do BBB 10, temos a análise das melhores e piores jogadas desse BBB. Lá na Artigolândia no BBB.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O maior espetáculo da Terra


O carnaval como um todo, não tenho grandes dúvidas, é a maior festa do planeta. Pelo envolvimento quase total do país, pela grandeza, pela diversidade da própria comemoração, e pela riqueza em todos os modos de se comemorar. Fica até difícil em apenas um post tentar descrever a imponência dessa impressionante festa cultural brasileira, então hoje vamos brincar apenas de Rio de Janeiro. Nos próximos dias vamos brincar com todas as máscaras dessa contagiante festa. Vamos brincar com a maior festa da Terra.

Apesar de não ser aquele carnaval da festa propriamente dita, de "girar no salão", ou seguir o trio elétrico pelas ruas, a Sapucaí é palco de um dos maiores espetáculos que nossos olhos conseguem perceber, em questão de produção, luxo, beleza, em primor técnico e em todos os componentes emocionais que fazem do carnaval de desfiles do Rio tudo o que ele é, e o que ele representa. O fato de ano após ano estarmos vivenciando, assistindo e acompanhando essa evolução dos desfiles tira um pouco da grandeza que ele alcançou, mas se esquecermos por um momento o que já vimos passar pela Sapucaí, o espetáculo cresce e se torna quase um sonho.

O que as escolas de samba nos apresentam nesses fantásticos dias de desfile são exatamente a concretização de sonhos. Dos sonhos dos carnavalescos, dos sonhos dos técnicos, do sonho de cada um dos integrantes dessas agremiações fanáticas, dedicadas, que se precisar deixam de comer ou de comprar um TV nova para que possam pagar sua fantasia. O sonho de estar presente na passarela do samba é muito mais do que vemos, e o que vemos já chega perto do inimaginável. Se existe uma fábrica de sonhos nesse nosso mundo louco, tenho certeza, uma das filiais é na Marquês de Sapucaí.

Quando tento achar comparações ou fazer paralelos aos desfiles da Sapucaí me tomo de uma sensação de orgulho, por de certa forma ser um integrante dessa festa. Se pensarmos na magia do cinema, e colocarmos em pauta a maior produção atual chamada Avatar, tido como um dos filmes mais contundentes no desafio do ser humano de desenhar seus sonhos, ainda assim, ele fica pequeno perto da Sapucaí. O carnaval brasileiro é de uma riqueza quase que inexplicável, é de uma alegria muito menos explicável, é uma festa que não tem paralelos. E continua evoluindo de uma maneira cada vez mais mágica, cada vez mais artística, buscando novos segredos a serem desvendados.

O carnavalesco vencedor desse ano, Paulo Barros é a própria prova dessa evolução rumo ao desconhecido, rumo a descoberta de novos caminhos dessa festa que já parece tão insuperável há muito tempo. É possível superar o insuperável? É. Na Sapucaí tudo é superável, e o segredo revelado por um adolescente pela internet ao gênio criativo residente na Unidos da Tijuca é a maior prova disso. Um desfile mágico, uma festa mágica, no país onde tudo é difícil, a mágica do carnaval é o sonho que impressiona e alimenta nossa alma.






Obrigado Rio de Janeiro. Obrigado Sapucaí. O Brasil sonhador agradece.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tem música no ar?


Foi lá no primeiro grau, não lembro exatamente com que idade, que ganhei o meu primeiro disco. RPM era um fenômeno, sua radio pirata revolucionou o minuto. Foi no Natal de um ano qualquer, e iniciaria ali a paixão de uma vida pela música. Quem tem a facilidade do download hoje não tem nenhuma idéia, e vai achar a maior graça do que nós fazíamos na época. Lembro como se fosse hoje das sessões de gravações, das lutas por discos e fitas, da dificuldade de se conseguir lançamentos, enfim. Todas aquelas coisas que a internet derrubou de uma hora para outra.
De certa forma existia um charme naquilo. A alegria quando conseguimos, eu meus primos mais ligados em música, uma fita cassete do Hooters, que alguém trouxe dos Estados Unidos. É isso mesmo. Uma fita cassete de 60 minutos, mal gravada, transportada dentro de uma mala americana para que pudéssemos acessar essa banda que não existia no Brasil. As vezes eu penso: Caramba, fico triste de ver essa geração com tantas opções, tendo tudo ao seu alcance, e tão pouco para alcançar? Será que naquela época, tínhamos tanto o que procurar porque era difícil de ter? Ou porque agora as bandas entraram em profunda depressão criativa? Vejo muitas bandas entrarem e saírem de cena, tanto no Brasil quanto fora dele, e nada de muito forte acontece.r OK, elas não são mais do "meu tempo". Mas tipo, Led não era do meu tempo. Pink Também não, assim como Beatles. Stones está aí até hoje, mas eu corria como louco atrás disso tudo. E como tinha atrás do que ir, e que prazer eu tinha de colar o ouvido no rádio esperando o lançamento mundial do novo disco do Depeche. Será que ainda tem? Tão raros os lançamentos mundiais, as estréias de clip no Fantástico, Black or White? É claro que eu já não tenho aquela mesma gana por música, por lançamentos, mal fico sabendo dos shows que estão desembarcando por aí. Mas não vejo as motivações na turma de hoje, não vejo aqueles lançamentos mundiais que paravam tudo por tudo. Sim, existem bandas que ainda páram o planeta e suas turnês, mas poucas e a maioria delas antiga, no mínimo lá da minha geração, dos nascidos em 70 e alguma coisa.

Logo que chegou o CD, a doce espera pela chegada de bandas inéditas no Brasil, a vontade de gravar imediatamente para as fitas cassete, o meio necessário para "escutar um som no carro". Lembro de uma locadora de CDs lá na Interiorlândia, que recebia visitas semanais minhas e da minha turma em busca dos CDs mais difíceis de encontrar por aqui. Lembro de passar tardes e mais tardes com aqueles fones gigantescos selecionando músicas em LPs para fazer uma fita, ou locando CDs, enfim. Era um tempo divertido onde principalmente as opções eram muitas. Tínhamos Legião, Paralamas no auge, Kid Abelha, Barão Vermelho, Titãs, Ira... Muitos dos quais estão aí ainda, mas hoje fazendo releituras, e sem aquela força criativa toda. Novas bandas tímidas tomam seu espaço, mas não vejo mais o que minha geração teve a oportunidade de ter. Lógico que alguém dos anos 60, dos anos 70 deve dizer a mesma coisa sobre os 80. Eles tinha Beatles! O que me dá pena mesmo é a facilidade de acesso que temos hoje, e tão pouco o que acessar! Ou então ficou tudo fácil que perdeu a graça toda da dificuldade. Será? Volta e meia me pergunto, se no meio de tanto Ipod, de mp3, de HDs gigantes que gravam todas as discografias de todas as bandas, baixadas em questão de minutos, se no meio de tudo isso, tem música no ar...



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como se não houvesse amanhã.

Aqui na Capitolândia existem dois programas de rádio, primos próximos, de emissoras concorrentes, cujos integrantes vivem trocando de lado. O engraçado é que eles tocam o cacete um programano outro, uma emissora na outra, e depois trocam. É engraçado. Mas engraçado mesmo é ouvir eles. Tanto um como o outro. As vezes um é melhor, as vezes o outro. Brigaram durante um bom tempo pelo mesmo horário. Finalmente chegaram a conclusão que não adianta canibalizar, e rodam em horários diferentes e consecutivos. Bom para o ouvinte, que se diverte nos dois. Então eu ia para casa essa semana, após um dia daqueles pesados no trabalho, quando ouvi em algum dos programas que não lembro qual era, uma história interessante. Confesso que até tentei procurar na rede algo a respeito, mas não achei, o que é incrível. Mas tudo bem, porque confio naqueles caras, então deve ser verídico o fato.

Seguindo a linha da Onda, uma professora americana resolveu fazer uma experiência: Disse para seus pequenos alunos, crianças de pouca idade, que o mundo estava acabando. Não consigo imaginar por que razão ela fez isso, mas trilhando a linha positiva, se pode chegar na nossa conhecida frase poética da legião Urbana: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã". Pode. Talvez ela quisesse fazer com que as crianças ligassem para seus pais, que ocorresse enfim, uma comoção positiva nas horas finais de vida. Vendo o lado positivo, né. Porque ela poderia perfeitamente fazer isso só por curiosidade de assistir as reações, que obviamente, foram diversas. Em um dos vídeos que circula por aí, da tragédia do Haiti, uma mulher percebendo e filmando tudo ao seu redor ruindo diz: " É o fim do mundo!" Então a professora fez uma experiência que certamente muitos já viveram, porque se você mora na cidade que está ruindo, seu mundo está sim acabando. E algumas crianças simplesmente desligaram, desplugaram do mundo, outras começaram a chorar em desespero, e ninguém acabou amando nada dessa situação. O que é o esperado, na verdade. Pânico e não amor. Provavelmente a professora do fim do mundo não conseguiu seu objetivo, se é que ela tinha algum.

No fim, isso só comprova que nem em momentos que se tem certeza que não há amanhã, é difícil amar as pessoas... Amar as pessoas como se não houvesse amanhã é difícil, muito difícil.Imagine então, quando se pensa que sempre haverá um amanhã...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Avisos...

Demorei.

Demorei para escrever sobre o Haiti, porque esses fatos me enlouquecem. Não posso nem mesmo ler muito a respeito, porque saio do sério. Terremotos tem acontecido ao longo da história, é verdade. Catástrofes naturais sempre aconteceram, é verdade. Agora sabemos muito rápido de todas essas coisas, é verdade. Mas apesar de tudo isso, está diferente. Esse tipo de acontecimento está sim, diferente. Eles ocorrem semanalmente. Trocam de país, de povo, mas acontecem. Alteram as porporções e consequências, mas acontecem semanalmente. E chega cada vez mais perto. Não de mim. De todos. Porque como pipoca na panela, não se sabe qual a próxima a estourar. Não se sabe qual a próxima cidade que vai ser alagada, que vai tremer, que vai queimar com temperaturas absurdamente altas, ou que vai congelar inteira a ponto de quase parar tudo. Não se sabe qual ponte o rio vai levar, ou qual praga nova vai aparecer.

Os sinais não cansam de chegar, e nós não cansamos de ignorar. E o Haiti que já era um país em delicadíssima situação, com uma história complicada demais, está agora completamente destruído. E o mundo ainda não se deu conta, nem os governos, nem as cidades, que a defesa civil, o exército e tudo mais que temos disponível em termos de apoio precisa ser treinado, equipado e estar alerta para ajudar o mais rapidamente possível os futuros soluços da natureza. Porque na redenção, pelo menos a médio prazo, eu já não acredito mais. Os soluços do planeta vão continuar, e nossas cidades irão sim ruir, um pouco cada uma, uma de cada vez. Nada de fim do mundo. Mas o fim de muitas pessoas, e de seu mundo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Vira virou.

Aqui e acolá. Virou. E virou tudo. E virou de cabeça para baixo. O que era pobre cresceu, o que era rico cambaleou, e virou. Virou o ano, virou a década, a Terra girou, o porco espirrou, o verde virou cinza, o euro é dolar, as bolhas estouraram, e os bolhas também. Virou 2009. Encerrou-se um ciclo. Uma década. Uma década maluca, de guerras postiças e de símbolos derrotados por aviões. De heróis portadores de esperança, e de anti heróis cheios de nada. O mundo entra doidão em 2010. Muita coisa aconteceu. Alguns dizem que essa década mudou o mundo. Até discordo. Porque, né, sempre muda. Toda década muda. Algumas mais, outras menos, porém alguma coisa sempre muda. Ok, essa mudou bastante. Então, até discordo, mas até concordo. Essa década mudou o mundo.

Veremos o que vem agora, então, após essas mudanças todas. É, o tempo de retrospectiva, na verdade, é antes da virada. Mas dezembro é dezembro, não há tempo para nada, estamos resolvendo as pendências do ano, pensando nos passos futuros, e aí sim, depois do balanço final, entre passado, presente e futuro é que fica claro que é importante mesmo. Então é agora que vamos rever, comentar e espalhar por aí as opiniões do que ficou dessa década que viu de tudo um pouco. A partir de hoje iniciamos aqui na Artigolândia a temporada de retrospectiva, dividindo por assuntos principais.


Aqui, no Brasil, quase tudo deu certo. Se é conjutura global, se é sorte, se foi o Lula, se foi herança do FHC, isso nem tem lá muita importância afora a política. O fato é, o Brasil cresceu. Já não é mais um menino na beira do rio. O verde e amarelo está abrindo espaço, se tornando um país de importância global como nunca foi, e tem condições de mais. Isso se o povo, os políticos, as leis e o judiciário ajudarem, claro. O povo não foi o primeiro citado por acaso. Não foi. Mas que o jogo virou, ah virou. E estamos do lado de cima. Mas o Brasil também alagou, teve conquistas no esporte, e tem até cinema próprio! Agora as empresas brasileiras é que fazem compras no mercado mundial! Ora!

E no globo. Se um sobe, outro desce. Então os países em desenvolvimento, Brasil, China, Rússia, Índia e cia sobem. E os EUA, boa parte da Europa, descem. Os grandões precisaram liberar cadeiras para os filhotes que eles criaram, colonizaram e deixaram aí, consumindo. Bom, economia é um dos tópicos que serão abordados. O fato é que agora o mundo é um só. A comunicação instantânea bagunçou geral, estressou geral, e todo mundo sabe de tudo. Ao mesmo tempo. Essa década viu a geração Y chegar ao mercado de trabalho, assistiu estarrecida o último aviso da natureza em tsunamis devastadores. Essa década, viu as torres em chamas, sentiu na pele as bolhas das .com e do setor imobiliário americano. Teve esperança com Obama, se descabelou com Bush, com a Coreia do Norte, com o Irã, e com a cara de pau da guerra do Iraque. E a poluição, os fiascos, as evoluções e os trambiques. Os personangens, e os comportamentos. Ah os comportamentos...

Enfim, temos muito o que falar. O presente é nosso, o passado já passou e o futuro está escondido. E como eu gosto de falar, mas também gosto de ouvir, e gosto que me convençam que estou errado, e gosto que reconheçam que estou certo, convidei o amigo e colega blogueiro Daniel para fazer o contra-ponto das opiniões aqui da Artigolândia.

Fogos ao alto, porque a Terra está girando mais rápido.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Sobre heróis e vilões

Um dos nomes de filme mais bacanas que vi até hoje foi: "Sobre Meninos e Lobos". É um nome simples, mas que manda um recado. Ele nos diz o assunto, e já o caracteriza em sua essência: o paradoxo. Além disso é um nome forte, provocativo, enfim. Mas eu gosto mesmo é do paradoxo. Hoje não vamos falar de meninos, nem de lobos. O assunto é outro paradoxo, heróis e vilões. Boa parte dos heróis tem seu lado negro, seu lado confuso, uma mente atormentada. Mas as pessoas não querem saber nadad disso. Só querem seus heróis, no mais alto grau de pureza.


Mas as pessoas também querem vilões. As vezes querem vilões mais do que querem os heróis. Claro, o vilão exige sentimentos mais fortes, queremos fritar o vilão, explodir ele. O vilão dá mais IBOPE do que o herói, sem dúvida. E uma das sociedades mais movidas a heróis da atualidade é justamente a mais poderosa da atualidade. Os americanos amam seus heróis. Os heróis americanos são diversos. Podem ser políticos emblemáticos (como o atual presidente), podem ser heróis de guerra, ou símbolos dos bons costumes. Chega a ser divertido observar essa necessidade americana, e tem um ótimo filme (que merece um artigo só para ele) que mostra uma boa dimensão desse necessidade americana. Dos seus símbolos de moral, bons costumes, e aquela ladainha toda pressionada pela sociedade pronta para explodir. "Beleza Americana" traz tudo isso. E agora a mídia se diverte com outro herói que virou vilão de um segundo para outro. A bola da vez não é qualquer um. Tiger Woods, um dos maiores jogadores de golfe da história, bom moço, exemplo típico de símbolo americano. Primeiro atleta bilionário da história, o "tigrão"do golfe se envolveu em um escândalo relacionado a amantes e viu seu bilionário castelo ruir. Perdeu patrocinadores, viu cancelado um projeto de condecoração no congresso americano, e foi massacrado pela mídia. O herói virou vilão imediatamente, largou o golfe "para se dedicar mais à família" e enfrenta a ira do povo conservador americano. A ira da mídia, que tem seu novo vilão vendedor de jornais, porque vilão vende mais, né? É claro que o cara não está certo colecionando amantes mundo afora, mas também não precisa passar de ídolo para inimigo número um da sociedade por cometer erros. E essa é a beleza americana, a hipocrisia dos certinhos. E aí que não é só dos americanos, é de todo o mundo, é de todos nós. Neste mundo maluco, onde ninguém resolve nada, onde somos liderados pela classe política (logo a menos confiável de todas as classes), neste mundo precisamos de heróis. Ou quem vai salvar o mundo em 2012? Queremos heróis. Mas não os queremos complexos, muito menos paradoxais. Queremos heróis perfeitos, modelos a prova de erros de conduta. Queremos. Não os temos, e nem os teremos. Mas é o que precisamos. E se não teremos, pelo menos queremos acreditar. E precisamos, até, acreditar.







Ninguém é herói o tempo todo. E talvez ninguém seja vilão o tempo todo. As vezes o herói é tão vilão quanto herói, ao mesmo tempo. As vezes é herói um tempo, e vilão em seguida. As vezes é menino, as vezes é lobo. E as vezes o menino aparece de dia, e o lobo durante a noite. E o mundo precisa dos dois. Um para bater, outro para ter fé.


We can be heroes, just for one day...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A queda.


Quando se faz uso da expressão: "A queda", a imaginação de uma pessoa corre para dois acontecimentos históricos, e curiosamente os dois relacionados a Alemanha. E mais que isso, os dois relacionados entre si. "A queda" ilustra a derrocada de Adolf Hitler, e também remete com a mesma intensidade a lembrança da queda do muro de Berlim. Uma curiosidade interessante, para dois eventos de primeira grandeza na nossa história.

No dia 09 de novembro, foi celebrado com toda a pompa e circunstância que o evento merece, os 20 anos da queda do muro. Um absurdo acontecia nas guerras (que já são absurdas), de dividir o território derrotado entre os vencedores. Dizendo que as pessoas que fazem parte do país derrotado pertencem agora a outras pessoas que nada tem a ver com eles, os vencedores que estavam melhor armados, tomavam posse do território, e do povo. Isso aconteceu na Alemanha após a Segunda Grande Guerra. Inicialmente dividida em 4 partes, Berlim acabou dividida por um muro, construído do dia para a noite, totalmente policiado, que parecia estar dividindo inimigos mortais. Pois estava dividindo a mesma pátria, as mesmas famílias, numa das atitudes mais ignorantes da história em pról de interesses de governos. Uma agressão desproposital, sem nenhuma chance de ser explicada em momento algum da história da humanidade. Com valas, cercas elétricas, mais de 300 torres de vigilância, o muro era praticamente um presídio de segurança máxima, separando o mesmo povo. É claro que um absurdo dessa magnitude um dia cairia, e assim caiu, juntamente com o sonho ideológico do comunismo, dos países isolados, pseudo auto-suficientes, que de tanta prepotência terminaram isolados, falidos e trazendo o povo infeliz, preso no seu próprio território, impedido de saber, de viver, de viajar, de conhecer, e até mesmo de ser alguém diferente de um boneco de chumbo.

Ainda bem que tudo isso acabou, pelo menos nas questões físicas dessa divisão. Nas físicas, porque as gerações que viveram todo esse drama ainda circulam pelas terras alemãs agora sem muros de concreto, mas que talvez ainda tenham suas divisões... Por razões familiares, tenho contatos na Alemanha, e de certa forma consigo absorver alguns pontos da cultura atual, pós muro. Pós absurdo.
Um dos grandes eventos da celebração dos 20 anos sem muro, foi o show do U2, banda que o próprio nome sugere, tem toda uma sustentação e habilidade política, humanitária e de justiça nas entrelinhas, nas linhas, e nas ações do Bono. E o show foi criticado, por ter uma "cerquinha", que separava quem tinha ingresso (distribuído gratuitamente), de quem não tinha. Isso é algo que todo show precisa, por questões de organização e segurança. Mas psicologicamente teve um peso, principalmente pela fragilidade que ainda existe por lá, resultado daquela violência absurda da divisão de um mesmo povo.
A questão que abordei algumas vezes com os alemães que conheço, que já são da minha geração, e não participaram tão intensamente daquele absurdo todo, é que se a barreira realmente caiu. A física sim, dizem eles. Mas, a turma que foi submetida ao comunismo ainda sofre com os olhares silenciosos, e sim, ainda há diferença. Mesmo que nunca falada, mesmo que nunca exposta, o que pude perceber é que isso existe, e que talvez ainda perdure por algumas gerações.

Mesmo para a Alemanha, esse impressionante país que se reconstrói e volta mais forte cada vez que é destruído (e já foi por duas vezes), essa tarefa é ardua. O povo alemão das novas gerações já não tem aquele semblante pesado, aquela face sisuda que tanto tempo o caracterizou. As novas gerações são tão soltas quanto nós aqui, malucos brasileiros que não conhecem dificuldades (além dos políticos e da violência). Mas essa carga toda, esse muro invisível e silencioso ainda existe, por mais que seja negada a sua existência.

Frente às dificuldades que eles viveram, são até sorridentes demais. Concluo isso se tento me colocar no lugar deles, na Alemanha daqueles tempos. Pessoas com picaretas e martelos, abrindo caminho para sua própria vida, sua própria liberdade, para o direito fundamental e ir e vir, foi o que se viu no fim daqueles sombrios tempos. Hoje, já com o muro ao chão e um país rico e desenvolvido aquela agressão ainda tem reflexos, e assim será até que essas lembranças façam parte dos livros de história, assim será até quando as testemunhas e participantes daquilo tudo sejam lembradas como heróis ou anti-heróis, por que tem coisas que só o tempo resolve. Derrubar o muro era somente uma parte da mudança. Era um marco, para que as feridas pudessem começar a fechar. Agora sem muro, a cura está a caminho. Mas lentamente. E que não esqueça o mundo de tudo isso. Que não esqueça o que acontece quando um país resolve que não precisa de mais ninguém, que todos os outros são inimigos. Que essa lição, esse drama que a Alemanha viveu e ainda vive não se repita. Por mais rápido que muros e cercas possam ser derrubados, as consequências humanas disso perduram por gerações. E o que mais assusta, é ver uns e outros, bem aqui pertinho do nosso verde e amarelo, criando universos que muito se assemelham daquele absurdo todo...



quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cidade do Cristo.

Sacrilegious.

Nunca fui ao Rio. Sou brasileiro, moro no Brasil, e nunca fui ao Rio. Amo viajar. Viajo sempre que posso, conheço muitos lugares, tanto no Brasil quanto fora dele. Mas não conheço o Rio. O mundo todo vai ao Rio passear sob o olhar sereno do Cristo, o mundo todo se interessa pelo Rio, que é sim uma das cidades mais lindas do mundo. E eu nunca fui ao Rio. Inicia temporada de férias, termina temporada de férias, e eu vou deixando o Rio para depois. E deixo por um simples motivo: É das cidades mais bonitas, mas requer algum cuidado. Quem vai, geralmente volta dizendo que é tranquilo, que as notícias exageram, aquela coisa toda midiática para produzir notícia fresca (todos sabem que o que mais vende na mídia da informação é sangue)! Mas eu acabo ficando com aquela pontinha de desconfiança, acabo achando que requer sim algum (grande) cuidado. Como estamos falando de férias, não quero ter cuidados. Cuidado é exatamente o que eu quero evitar. Quero relaxar, ficar tranquilo, estou de férias! E o Rio fica para a próxima. Já estive a ponto de ir para o Rio várias vezes, mas outras opções mais "tranquilas" acabaram tendo a preferência "dessa vez". E o tempo vai passando, e eu ainda não conheço o Rio.

Agora as Olimpíadas vem ao Rio, já escrevi sobre isso, sobre como será interessante. E vai ser. Ou não? O Rio costuma ser a mais visada cidade brasileira. Quem manda é Brasília, quem tem dinheiro é São Paulo, mas o Rio é que é a vitrine do Brasil. Isso é quase que inegável. O mundo sabe do Rio. Então quando tem notícia relevante do Rio, o mundo fica sabendo, o mundo se interessa. E sendo uma sede olímpica, a vitrina aumenta. E muito. Nesta semana, o mundo todo e mais um pouco, soube que um helicóptero da polícia foi derrubado por traficantes. Eu conheço alguns europeus, e volta e meia recebo alguns aqui na ponta de baixo do Brasil. É claro que eles chegam preocupados, cheios de medo, colhendo informações, tendo o máximo cuidado. Tentamos sempre aliviar a imagem, mas sem os deixar relaxados demais. Mas aí, precisamos manter nossos cuidados diários, na hora de estacionar liga-se alarme, coloca-se tranca, e escolhemos o local que "se pode" estacionar. Então nossa tentativa de aliviar essa imagem se torna vã. Porque uma coisa tão banal para nós, brasileiros, como ter o carro roubado para eles é algo de alto impacto. E se isso é feito de arma em punho, aí já toma proporções que eles definitivamente ignoram e acabam ficando apavorados. Não é questão de imagem, é questão de que é verdade.

Então eu, acostumado a me cuidar o tempo todo, tentando me convencer a cada férias, que está no momento de ir ao Rio, falando com as pessoas que voltam de lá tranquilas (que sim, é a maioria), vou me convencendo, vou me convencendo, e aí vem uma questão que assim como o roubo de carros, é verdade: Um helicóptero é derrubado. Ora, só no Iraque, no Afeganistão e em guerra helicópteros são derrubados, e mesmo lá isso é notícia mundial. Mesmo durante a guerra do Iraque, era notícia quando um helicóptero era abatido. Então vamos imaginar o mundo recebendo essa notícia, o mundo que se impacta com um roubo de carro, recebendo uma informação que até em guerra é notícia, e da cidade dos Jogos Olímpicos...

Não vou colocar aqui imagens de helicópteros sendo derrubados, nem de fuzis e metralhadoras, nem de nada de negativo. Eu quero ver o Rio como ele é, a cidade maravilhosa. Quando eu for ao Rio, quero olhar o Cristo, e quero fazer isso sem me preocupar se meu bolso vai estar com ou sem carteira quando baixar o olhar. Quero poder ir tranquilo, de férias, a passeio, e não tendo todos os cuidados... É claro que o Rio não será visto por nós tão seguro como Zurich, talvez nem por nossos filhos ou netos. Mas quero ir ao Rio sem saber que um ônibus acabou de ser incendiado. Quero ir ao Rio sem saber que um helicóptero foi abatido! Quero tirar a mancha do meu currículo de viajante, de nunca ter ido ao Rio!

Alow Rio, quero te conhecer!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Os anéis do Brasil

Foi então, escolhido o Rio de Janeiro. Em 2016, o Rio será o palco da maior celebração do esporte mundial. É claro que um evento desse porte traz a tona mil e uma discussões, conceitos, opiniões. Sediar uma Olimpíada impacta no país todo e de todas as formas, e a maioria das pessoas acaba se posicionando a respeito.

Um dos primeiros pontos discutidos é referente as condições do país. Como um país com tantos problemas na área da saúde, da educação, com tanta pobreza se dispõe a bancar um evento desses? Pois bem, eu acho mesmo que temos sim que bancar. Se vai ser gasto X ou Y, não é isso que faz diferença em um país tão rico que joga tanto dinheiro fora com desvios, má aplicação e outras "cositas más" que conhecemos tão bem. Não é isso que vai arrumar a casa do nosso país. Pelo outro lado, sediar uma olimpíada pode nos ajudar em vários pontos que temos dificuldades. A começar pelo nosso marketing externo. Só vendemos um Brasil de carnaval, futebol, de morenas peladas e corrupção. Vendemos uma imagem de favelas e praias, e não sabemos fazer diferente disso. Talvez o mundo nos mostre como fazer isso. Talvez o mundo nos veja, nos conheça realmente (não, o mundo não conhece o Brasil, acreditem!) e nos mostre como devemos nos vender. Talvez o mundo nos compre, sem precisarmos nos vender. Quantas são as organizações que são compradas, e nem precisam saber se vender? Agora, um país toda vida roubado e diminuído tem a oportunidade de colocar os anéis do esporte. Cabe a nós aproveitarmos essa oportunidade que as circunstâncias criaram e cumprirmos a nossa obrigação. A obrigação de dar condições do mundo saber quem somos, e fazer valer a criatividade que é um dos grandes diferenciais do nosso povo multi-racial. Talvez seja a oportunidade de deixarmos um pouco de nos concentrar nos nossos problemas, e passemos a analisar mais as soluções. O mundo todo estará nos olhando, curioso com esse gigante adormecido que possui todas as riquezas mas alimenta todas as pobrezas.


Então que venham os anéis olímpicos, que chegue ao Brasil o maior evento esportivo do planeta. Que o mundo conheça não apenas o que burramente divulgamos, carnaval, futebol e favelas. Mas que conheça tudo mais que temos por aqui, e não é pouco. Infelizmente sem rumo, e sem um povo sério para fazer funcionar. E apesar disso temos muito, à oferecer, e a ensinar ao mundo, que os gigantes do planeta também não são tão bons assim. Que venham os anéis, e que a cidade maravilhosa seja maravilhosa, e faça o mundo reler seu conceito do Brasil.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Chamas da cultura.

Bairrista.

Essa é uma das palavras preferidas de todo brasileiro ao se referir ao gaúcho. Sim, o gaúcho é bairrista. Alguns mais, outros menos. Mas isso tudo tem uma origem, e essa origem não é simplesmente uma "personalidade coletiva" que o povo do Rio Grande do Sul adotou. Essa origem tem raízes profundas, ligadas à cultura de um "povo forte, aguerrido e bravo". Escrevi algum tempo atrás um artigo que falava das consequências de o povo brasileiro não ter precisado lutar por sua bandeira. Pois o gaúcho lutou. Lutou 10 anos contra o império. Não foi pela independência do estado, que continua brasileiro. Mas calejou nosso povo, o único que canta com orgulho seu hino em estádios de futebol, formaturas e em vários outros eventos. O Rio Grande tem orgulho. Tem uma cultura forte, brava, uma cultura robusta que permeia, que se espalha por outros lugares. O gaúcho leva a cuia e sua erva mate para onde for. Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso... Não interessa o local. Onde tem um gaúcho, tem uma roda de chimarrão. Onde tem gaúcho, tem orgulho do Rio Grande.

20 de setembro.

20 de setembro é o dia mais importante para o Rio Grande do Sul e seu povo. Neste dia, em 1835, foi iniciada a Revolução Farroupilha. Neste dia começou uma guerra de 10 anos, uma guerra que marca definitivamente a personalidade do povo gaúcho. De uma maneira ou outra, praticamente todo o estado se envolve nas comemorações da Semana Farroupilha, que é muito mais do que o marco de uma guerra. É uma celebração à uma das mais belas e fortes culturas regionais do Brasil. É semana de botar a bombacha, de dançar chula e cortejar a prenda. E mesmo quem não se envolve tanto assim, como eu, se emociona com a função farroupilha. Eu nem tenho bombacha, como a maioria dos gaúchos também não têm. Mas não é só isso que forma nossa cultura, vestir o traje oficial. Ter ou não ter a bombacha não é o mais importante. Saber o que significa tudo isso sim é que é importante. "Honrar a bombacha" sim é que é importante. Defender nossas tradições é que é importante. No dia 20 de setembro, o que importa é poder dizer: "Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra".

O hino do Rio Grande por si só é uma amostra e uma bela tradução do espírito gaúcho. E mais do que uma letra fantástica e uma melodia, o hino do Rio Grande tem o peso das nossas espadas. Das nossas lanças farroupilhas. O hino do Rio Grande não é de gaveta. Ele está presente no dia a dia do povo gaúcho. É um hino ao estado, mas também é uma demonstração de força, de garra. É uma homenagem cantada aos gaúchos que construíram a nossa história.





Por isso tudo, dizer que o gaúcho é bairrista, assim, gratuitamente, não é uma posição coerente. Deve-se conhecer a história. O contexto. Deve-se saber como é viver no Rio Grande, longe demais das decisões do país, apesar de ter doado tantos líderes e ter uma participação política tão forte nesse imenso país. E se o Rio Grande é tão bairrista assim, porque elegeria uma governadora paulista?

Porém, se eu fosse bairrista, eu diria: Ora, uma paulista acendendo a Chama Crioula? Só podia acabar em chamas!


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Entra 7, sai 14.

Fazem alguns anos, na verdade não muitos, que declararam a Independência do Brasil. Comparado a outras nações, o nosso país é um jovem adolescente ainda lidando com as espinhas no rosto. E jovem tem lá as suas características. Discute, desobedece, briga, esperneia, faz pirraça, faz festa em véspera de prova, e todas aquelas coisas que todos nós já fizemos.

O jovem também é inocente, empreendedor, sonhador, irresponsável e imprevisível. Então que desde 7 de setembro de 1822 o Brasil iniciou sua caminhada para ser um país. Sim, porque se nós como seres humanos complexos e com uma construção divinamente perfeita que somos demoramos vários anos para chegarmos a um certo grau de coerência... E mesmo assim está cheio de tiozão fazendo tudo errado... Imagina o país todo, formado por essa tribo toda aí, desde o dia 7, gritando ao vento: Independência ou Morte. Pobre Brasil, Independência ou Morte. Até nossa independência foi uma peça teatral. E aí ficamos furiosos quando deputados dançam em plenário comemorando mais uma impunidade. Ou senadores , ou presidentes, ou todos esses aí encenando ao povo gado. Desde sempre, no Brasil entra 7 e sai 14. Chegam espelhos, sai ouro. Chegam chips de computador, saem cargueiros de minério. No Brasil da Independência ou Morte, entra 7 e sai 14.

As vezes me pego pensando que somos o que somos porque somos apenas um país jovem, tentando achar seu creme para espinhas, e tentando conquistar a coleguinha da escola. Mas temos algumas diferenças de outros grandes países. Nosso 7, veio fácil. Não foi um sangrento 4 de julho. Nem passamos por invasões, nem tivemos que defender nossa bandeira. O Brasil não suou. Além de sua formação, composta com o objetivo de servir de celeiro de riquezas e não de ser um país de verdade. Não tivemos que erguer o escudo, nem usar a espada. Nosso 7 foi teatral, e nenhuma gota de sangue foi derramada. Veio fácil, para sair fácil. Nossa bandeira é colorida e bonita, mas ela custou pouco ao povo. E tudo que custa pouco, tem pouco valor. E aí que somos jovens, bobos e inocentes, mas sem a rebeldia, sem o sangue quente. Aí que temos alguns ingredientes dos jovens, mas outros não. Somos um jovem sem pai. Tem mesada, mas só tem mesada, não vai ter salário. Melhor pagar a mesada, e não ter que pagar salário. Melhor receber a mesada, já que ter salário da muito trabalho. O Brasil precisa crescer. Brigar, lutar.

O brasileiro ganhou uma mina de riquezas, ganhou assim de graça. Com o compromisso de permitir que ela continuasse a ser explorada. E assiste conformado ao próprio teatro, porque afinal de contas, o 7 veio de graça. Desde que entrem 7, e saiam 14.

domingo, 23 de agosto de 2009

American way of life.



Preciso confessar. Eu não gostava de americanos. Nem dos Estados Unidos da América. E não era recalque, só porque eles são os poderosos. Juro que não era. Eu levava outros fatores em consideração. Um deles é a maneira fácil e sem constrangimento com que eles brincam com a vida alheia para criar oportunidades de negócio. Os EUA são os maiores especialistas do planeta em criar oportunidades de negócio. O Iraque que o diga... Não são os mais inteligentes, nem os mais dedicados, nem os mais nada. Eles simplesmente sabem criar oportunidades de negócio. Outro fator que sempre bati, é que o povo americano no geral é bobo. Doutrinado para seguir o que os líderes determinam. E esses sim, os líderes, são exaustivamente preparados para dominarem o mundo. Atualmente o ponto que mais me incomoda neles é sobre o planeta, que eles insistem em destruir. Eu sei que os outros países também. Mas falando em emissão de poluentes, nada chega nem perto dos EUA, e eles não querem mexer nisso...

Agora, algumas dessas minhas opiniões seguem comigo. Outras não. Mas o teor delas mudou, algumas para pior (caso do respeito ao planeta e as pessoas) e algumas melhoraram (sobre o modo de vida americano, e sobre a inocência do povo gado). Sempre temos que admitir que nossos opiniões podem mudar até porque estamos aqui para evoluir e aprender. E aprendendo nossas opiniões devem ficar mais embasadas, precisas. E temos que admitir que os EUA tem sim mais coisas a nos ensinar, e trago abaixo o relato da Pituia, uma grande amiga que vive nos EUA, sobre algumas das coisas do famoso modo de vida americano.

"Quem nunca viu algum filme americano onde os moradores da cidade se reúnem para decidir os assuntos pertinentes a vida comunitária dos habitantes e todos os moradores participam... Eu achava que isso fazia parte da vida das pessoas ha algumas décadas, e, mesmo assim achava que era uma ou outra pessoa que comparecia! Pois aqui em Winsted isso ainda existe. Terça-feira o "grampy" (avo) das criancas depois da janta (as 5 da tarde) pegou o seu barco e foi para uma reunião para discutir sobre o "rumo" ecológico para os próximos 10 anos aqui na cidade! Dizem que faz mais de meses que ele, bem como os outros moradores, vem estudando sobre o assunto para a dita reunião. Não tive oportunidade de conversar com ele para saber o que foi discutido, mas estou curiosa. As pessoas aqui levam as coisas a serio!! Elas se preocupam muito com o meio ambiente, com a saúde. Os idosos são ativos, nadam no lago, cuidam com as próprias mãos as suas terras, as mulheres além disso trabalham como voluntarias em lojas como a Goodwill (tipo brechó com preços muito baratos), dirigem barcos, vão a jantares. No Brasil todo mundo trata os velhos (com seus 70 anos pra cima) como incapacitados.... Mesmo os que são bem de saúde não ficam saracoteando pra lá e pra cá. Ficam em casa, recebem a visita dos netos e pronto (posso estar errada, mas é essa visão que eu tenho). Na Europa e principalmente aqui nos EUA isso não acontece. Mesmo os que dependem de cadeiras de roda tem seus carros adaptados e vão pra lá e pra cá! Visitam os filhos, vão nas lojas, gastam dinheiro com roupas, acessórios, cremes e levam uma vida como qualquer outra pessoa! Quando eu ficar velhinha, quero ser dessas que passa viajando pra visitar os parentes, as amigas, gastando o dinheiro da aposentadoria com roupas, presentes, que vai pra praia desfilar as rugas com chapeu gigante pra proteger do sol e reclamar que aqui na america nao da pra beber caipirinha na beira da praia!"

É. Temos muito o que aprender com eles. E não é só criar oportunidades de negócio. Por outro lado, eles também têm muito o que aprender. O planeta Terra que o diga...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Números mentirosos

Com o termômetro na Gripe A.

Ela começou assim. Toda midiática. Uma pirotecnia midiática. Assombrou o mundo, e depois revelou uma face menos sombria. Será? Em alguns países nem chegou a ser sensação. Em outros, assombrou geral. Chegou a fechar cidades. E então chegou no Brasil, em pleno inverno.

Por aqui ela foi chegando devagarinho. Começou como visita, presente apenas em quem vinha de fora. Mas não demorou, se tornou da casa, e agora já anda por aí por conta própria. Não tem mais o que vigiar. Antes tinha, mas não foi feito. Se alguém acha que foi feito, é porque não foi a aeroportos. Eu fui. Não havia vigilância não.

Então ela começou a encrencar, e o governo brasileiro a delirar. Quando devia abastecer a população de remédios, escondeu eles. Controlou, e não libera. Se você acha que tendo os sintomas dessa gripe, vai ir ao hospital e sair medicado... Surpresa: Não vai. Vão esperar que seu estado agrave, para aí sim medicar. E talvez não dê tempo. É assim que está. E se acha que não, ligue para o seus conhecidos que trabalham em hospitais. Hospitais? Aí vem o bobão da TV dizer que está tudo sob controle, tudo preparado para atender a população. Adivinha? Não está não. Nas emergências, estão todos juntos. Quem quebrou o braço, com os gripados. Acha que não? Vai lá conferir. Eu estive lá. Não estava gripado, e fui parar no meio deles. Claro que não fui atendido, porque o hospital estava o caos, nada funcionava. Parecia um hospital no meio de uma cidade em guerra. Civil. Estou falando em dia de semana, horário comercial. E não era um hospital de referência para a gripe.

Aí mandam um infectologista explicar que se liberar o remédio nas farmácias, as pessoas iriam tomar quando não devia e o vírus acabaria ficando resistente. Claro, porque o mundo não pensou nisso antes. Só os gênios brasileiros pensaram nisso. Gênios. Fizeram isso porque provavelmente não há remédio suficiente, está na cara. Se fosse para controlar, controla então. Passa o procedimento para controle similar ao de faixa preta. Segura a receita, pega a identidade. Fácil. Os países desenvolvidos tem remédios para todos. Nós não. Ei governantes, só para avisar, vocês são pagos para isso. Protejam seu povo, porque são pagos para isso. Se não conseguem, contratem alguém inteligente para fazer isso.

Aí dizem que a mídia toda é para vender remédio. Talvez seja, mas tem gente morrendo. E não são os números esses que aparecem nos jornais. Qualquer um que tenha pelo menos um contato dentro de hospitais sabe que o número de mortes é absurdamente maior. Não o dobro. Não o triplo. Muito mais. Muito mais. Depois de tanta burrada, mentem para evitar o pânico. Será que eles esqueceram que precisam é evitar mortes? Azar do pânico, desde que ninguém morra. Mas sem medicar as pessoas que não estão em estado grave, com um atendimento porco, ridículo, e mentindo para evitar o pânico, não se resolve nada. Se poderia haver pânico, a culpa é do governo que retirou os remédios e não preparou os hospitais para isso. Agora que já fizeram tudo errado, que permitam o pânico. Fechem uma semana as cidades mais atingidas e acabem com a dissiminação do vírus. Sete dias depois, voltaríamos ao início. Casos conhecidos, vírus fora da rua. Quando voltar para a rua, se foi o inverno. E isso muda tudo.

Tempos atrás escrevi um artigo chamado "A ferro e fogo". Era sobre os comandantes do nosso Brasil. Eu acreditava que com ferro e fogo, dava. Dá não. Precisa inteligência também.





segunda-feira, 13 de julho de 2009

Rock and Roll


13 de julho. Dia mundial do Rock and Roll. O que é o Rock, todo mundo sabe. Como surgiu, ninguém sabe ao certo. O que é certo é que todo mundo gosta. Se não é dos Beatles, é do Led. Ou do Black Sabbath, ou do Pixies, ou.... E aí se pode passar uma eternidade listando bandas e mais bandas que atravessam décadas com suas guitarras e bateras afiadas. Seus solos e suas vozes subindo no último tom.

De fato não importa muito quem começou, quem representou, quem é o maioral, ou quem é clássico ou progressivo. O Rock and Roll é um dos principais (para mim é o principal) movimento musical da história. Tem gerações que escutam mais, outras menos, mas o tempo passa e os dinossauros do Rock continuam vendendo discos e arrastando aos seus shows multidões que nem mesmo tinham nascido quando eles começaram a tocar.

O Rock é isso, sem definições e sem rótulos. O Rock and Roll é um movimento atemporal que não respeita idades nem fronteiras, o Rock é sem retorno nem depósito. O Rock não gosta nem mesmo que se fique querendo falar muito dele, porque o Rock gosta mesmo é de falar o que ele quer, como quer, quando quer, e sem intermediários. Então, vamos deixar o Rock falar ele mesmo!

Rock and Roll All Night!





segunda-feira, 6 de julho de 2009

O retorno do Rei.


Não costumo. Mas vou dar uma de artigoleiro disco furado para fazer a última homenagem ao Rei do Pop. E escrevo de novo para reafirmar o que havia dito no primeito post: O Rei poderia sim, voltar a brilhar. Aqui pelo Brasil já não havia muita esperança de ver Michael brilhando de novo, mas boa parte do mundo ainda acreditava, e eu jogo nesse time!

Agora leio que o treinador dele afirma que Michael estava bem, respondendo ao treinamento, e as imagens do ensaio não deixam mentir: Ele ia pro palco, e não ia fazer feio. Se ia aguentar 50 shows? Aí já não sei. Mas que íamos ter o prazer de ver de novo Michael Jackson na ativa, isso íamos. Agora vamos ter que nos contentar com um dos maiores funerais da história. Lamentável. Moonwalk agora só em vídeos.

E os números? Se já tinha o disco mais vendido da história da música, agora então... Piada mesmo é quando aparece a família do cara, aí é que se pode imaginar o motivo de tanta excentricidade e de querer viver em Neverland.

Mas chega de conversa sobre Michael Jackson, o que de melhor se pode fazer agora é curtir o que ele nos deixou de melhor:


Billie Jean

sábado, 4 de julho de 2009

On ou Off?

Imprensa, ou prensa?

"Em off é uma história, é uma lenda, essa coisa de off, que vocês aprendem na universidade que na vida real não funciona gente, não funciona, não pode ter off. Tem que ter on, tem que ter as pessoas falando e assinando embaixo. Isso aí é que ser homem, que é ser profissional".

Preciso confessar. Eu vinha resistindo em admitir o "fenômeno" Ronaldo no seleto grupo dos jogadores de futebol que, embora milionários, falem algo que faça sentido. O normal mesmo é só sair besteira. "O professor isso, o professor aquilo..."

Não acompanho muito esse lado de notícias do futebol, não vejo entrevistas, até por não encontrar algo que se aproveite normalmente. Mas Ronaldo me surpreendeu em uma entrevista na semana passada. Provocado por um desses plantadores de discórdia que se intitulam jornalistas (ainda mais agora que não precisa canudo...) ele largou a pérola que abriu esse post. " Tem que ter as pessoas falando e assinando embaixo. Isso aí é que é ser homem, que é ser profissional". Mais um golaço de placa para o Gordo! Respeitei ainda mais Ronaldo Nazário, alvo constante de sensacionalismo, invasão de toda e qualquer privacidade (embora as vezes ele realmente planta para colher sozinho algumas patuscadas homéricas...).

Enquanto isso, as flashes não páram. As notícias são instântaneas no mundo todo. Portais, blogs, twitter, redes sociais, e fotos, fotos, muitas fotos e vídeos. "Tá na capa da revista. Todo mundo é o alvo, ninguém está a salvo..." H. G.

Hoje leio um artigo do Terra, que diz: "Mídia esgota ao máximo fascínio por Michael" (Jackson). E esgotou mesmo. Tudo bem, isso merece, essa cobertura é merecida por alguém de tal importância. Mas em que momento vamos começar a ver o sensacionalismo começar a atacar a imagem que queremos levar do ídolo? Ainda estou esperando, e creio que em breve vou ter que assistir a isso. A imprensa já vem a muito faltando com respeito a tudo. Baseado no papo barato de liberdade de imprensa, se aproveitando de um passado de censura, esse meio que deveria servir ao mundo só está interessado em encher os bolsos a qualquer custo. E com o poder que tem nas mãos, qualquer custo é algo que não pode ser admitido.

Liberdade de imprensa? Ou abuso de imprensa? O que está faltando é um meio termo. Se existe algum controle, é censura. Se não existe controle nenhum vira abuso. E tem tido muito abuso. Não há respeito pelas individualidades, não há respeito pela privacidade, não há respeito por nada. Por um furo de notícia (que hoje não é apenas local, mas mundial) cada vez mais valorizado, os meios de comunicação são cada vez mais irresponsáveis. Seja através dos fotógrafos, dos repórtores, dos redatores, diretores... Não há limite algum para colocar uma notinha na capa de um portal de notícia. E sem limites, a liberdade pode ser mais perigosa do que a prisão. Quer imaginar isso? Retire as leis que regulam nosso convívio em sociedade, e assista a barbárie que o ser humano é capaz de estabelecer. Pois bem, as leis que regulam as notícias não estão funcionando, e estamos assistindo muitos episódios de barbárie na "imprensa livre". Até onde é possível, ou razoável, a sociedade suportar?


Flash livre ou algema no teclado?


O desafio é achar o meio de campo nesse jogo perigoso.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

The King of Pop

Michael Jackson

Não importa o quanto teve de confusa a trajetória de Michael Jackson. Ele sempre será um dos grandes ícones da música pop de todos os tempos. Qualquer pessoa que tem o mínimo senso de música, que admira bandas e escuta efetivamente música por prazer reconhece Michael como um dos maiores fenômenos da música em todos os tempos.
E nessa triste data, muito próxima de um retorno desesperado aos palcos motivado por motivos financeiros, um dos grandes artistas do nosso tempo se despede da vida da maneira como foi sua vida inteira: com mistérios, discussões, sombras em meio ao brilho que sempre levou no seu trabalho. Michael teve uma trajetória contrastante, uma carreira genial na mesma medida que tornava sua vida pessoal discutida, misteriosa, e assombrada por pesadas acusações.

O astro venceu em todas as frentes na carreira artística: Vários discos figuram entre os mais vendidos da história da música (Thriller foi o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos), ele criou seu próprio estilo de dança que foi febre no mundo todo, emplacou 19 Grammys (mais 6 com The Jacksons) e outros números e feitos fabulosos que que fazem inveja a qualquer grande personalidade do nosso tempo.

Na vida pessoal, porém, ele acumulava excentricidades e polêmicas. Sua aparência sofria intervenções frequentes, principalmente com relação a cor (justificada como Vitiligo, mas também apontada por desejo de ficar branco...) o fato é que Michael sempre viu sua vida pessoal tida como contraditória. Sempre aportando muito forte em caridade, chegou a ser acusado de abuso com crianças, inclusive presente em julgamento. Viveu boa parte da sua vida recluso em grandes mansões, sempre cercado de especulações sobre a fragilidade da sua saúde.

Essa vida incrivelmente marcante terminou ontem, entre rumores de falência financeira, de doenças graves... E como não poderia ser diferente na vida deste misterioso astro, sua morte ainda não está clara. Os adoradores da música entristecem e prestam homenagem ao cantor que criou seu próprio estilo, sua dança, sua música e até mesmo uma vida pessoal única e cheia de marcas.

A Artigolândia reverencia a obra de Michael Jackson. Vai o personagem, fica o legado.

It's Black, It's White.



Michael Jackson Tribute



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