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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Quando crescer, quero ser como Morgan Freeman

Uma noite dessas, enquanto encarava uma pizza jogado no sofá, estava olhando para a TV naquele momento: "Não estou prestando atenção, apenas faça barulho e se movimente para distrair minha mente..." Então uma curiosidade do cinema me chamou atenção: Um programa sobre personalidades do cinema trazia um especial sobre o ator Morgan Freeman. Ele começou muito novo em produções da Broadway, fez cinema desde cedo, mas chegou realmente ao topo do cinema já com seus 50 anos. Claro que todos conhecem o trabalho do Morgan, e muitos dos filmes que ele participou. Mas não foi a história da vida dele que me chamou a atenção.

No decorrer do programa, um ator mais novo deu um depoimento sobre o ator de "Todo Poderoso" que me fez sair da zona de conforto do olhar sem intenção e objetivo para a TV, e prestar atenção no assunto. Disse ele algo mais ou menos assim: "Foi incrivelmente intimidador trabalhar com o Morgan, e não por alguma postura de prepotência ou arrogância. É justamente pelo contrário. A postura dele é tão sóbria, serena, e ele uma pessoa tão tranquila de se trabalhar mesmo com sua importância... Que intimida!"

Isso tem absolutamente tudo a ver com estilo de vida, estilo de liderança no ambiente corporativo ou mesmo no posicionamento em grupos de amigos ou familiares. Em um momento em que boa parte dos líderes se usam do poder, de barganhas excusas, de promessas e outros fatores para manter seus seguidores alinhados, ouvir algo desse tipo é uma nuvem branca expulsando a tempestade. Um cara do porte que Morgan Freeman tem hoje, e logo nesse mundo de estrelas que normalmente tem a necessidade pessoal de brilhar mais do que as outras, ter um depoimento como o citado acima é a prova que nem tudo está perdido. Ainda existem pessoas do bem na multidão dos poderosos. Ainda existem pessoas mais interessadas em ajudar um todo a vencer do que se promover pessoalmente custe o que custar. E estamos falando do cinema, um dos grandes depósitos da prepotência humana. Quando tento projetar no meu modo de levar a vida, seja ela no profissional ou familiar, vejo que meu caminho está certo. Ainda longo, mas na direção correta. Não existem pessoas na escadaria que eu persigo no meu crescimento. Existem apenas desafios. Isso é bom. Boa parte não difere desafios e pessoas no seu caminho. Mas a maneira como ainda trabalho com os desafios podia ser mais leve, mais tolerante, mais conciliadora. Uma notícia boa portanto, na minha reflexão acerca do depoimento que tanto me chamou atenção, e uma constatação que é sabida, mas por vezes esquecida, de ser mais leve. De viver mais leve, e de tratar as pessoas e as questões que as envolvem com mais tranquilidade e serenidade. Não basta ser bom, é preciso ter muita paciência, muito jogo de cintura, porém sem deixar que a linha entre ser bom e ser bobo seja ultrapassada.Neste mundo cada vez mais individual, cada vez mais acelerado, onde as pessoas confundem outras pessoas com os obstáculos e desafios pessoais, precisaríamos de mais personalidades como Morgan Freeman. Uma estrela que brilha porque tem brilho simplesmente. Não porque ofusca o que está próximo.


Nosso desafio é sempre se aprimorar. Nossa obrigação é servir ao bem comum, é fazer o bem, é buscar o que é bom. A nossa busca pelo aperfeiçoamento pessoal é constante e nossa total responsabilidade, ou abriremos mão da evolução que nos cabe. E quando crescer, eu quero ser como Morgan Freeman!





segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Férias, para que?

Não sei ao certo que momento foi esse. Mas foi. Foi alguns anos atrás, que decidi que só tiraria férias para viagens mais longas. No verão, a praia é tão perto aqui da Capitolândia que é possível ir todo fim de semana. Sair de férias para ficar em casa eu já considerava um absurdo completo.

Viagens mais curtas, fazia em feriadões e tal. Tranquilo. Aproveitava bastante. E as férias ficavam para as aventuras de maior vulto. Funcionou por um tempo. Fiz algumas viagens, aproveitei bem as férias, até o dia que as coisas convergiram para não saírem mais viagens. Quando queria, não conseguia sair da empresa. Quando pensava em programar a longo prazo, acabava mudando de idéia no meio da jornada. Cheguei a reservar passagem duas vezes nos últimos 2 anos. Cancelei. Ou era um motivo, ou outro. E fui indo, sem férias. O tempo foi passando, e eu achando que férias, só para viajar. Não precisava descansar por descansar. Perda de tempo. Ia tocando minha pesada rotina com cursos, trabalho, e muito esporte. Então, como meus amigos sedentários costumam dizer: Vocês atletas é que vivem machucados, os sedentários nunca se lesionam. Certo. Me lesionei, e fiquei de molho algum tempo, sem o esporte forte para relaxar. Mas mantinha minha idéia. Férias, só para viajar.

Então o stress começou a pegar. Mas quando percebemos que o stress começou a pegar, é porque o momento está pesado no trabalho. E adivinha? Quando o momento está pesado no trabalho, aí sim que não se consegue sair de férias. É paradoxal. Mas é lógico. Quando você precisa mesmo de férias, é o exato momento em que não poderá sair da empresa de jeito nenhum. E esse é o momento em que o stress te lembra porque ele é um dos assuntos mais batidos da atualidade. Então eu entendi que férias não é para viajar. Até pode viajar. Se puder, deve. Mas não, viajar não é o objetivo principal das férias. Descansar é que é o ponto. O corpo e a mente. Mais a mente do que o corpo, porque a mente manda no corpo. Mas o corpo não manda na mente. A grande moral é: Tirar férias é bom, excelente, essencial, fundamental. Mas precisar de férias pode complicar. Então não espere precisar. Tire férias antes de precisar, que essa sim vai ser aproveitada. Se já estiver precisando, vai acabar só descansando. E só descansar é exatamente o que eu sempre quis evitar...


Curtir umas férias é vital. Pode ser um breve momento, pode ser para dormir em casa, pode ser uma viagem longa, pode ser nacional, internacional, ou pode ser como ele, o ícone do cinema que sabe curtir a vida... adoidado!


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ser...Grande

Ser Grande

Muito se fala em ser grande. Em ter foco no que realmente interessa. Muito se fala em deixar passar o que não é relevante, e buscar o que realmente faz a diferença. Ser grande. Ser grande não é ocupar um gigatesco espaço com nossa "massa", mas sim com idéias. Ocupar espaços com novas concepções, conceitos, resolver situações sem se preocupar com o que não leva a lugar algum. Fazer a diferença. E não procurar diferença no irrelevante.

Como quase sempre, e em quase tudo, fazer o diagnóstico não chega a ser tão difícil. Apontar o problema sempre é mais fácil do que dar a solução para resolvê-lo. E o problema aqui é ser grande. Manter o foco. O difícil de se concentrar no que realmente interessa, é que para isso precisamos desligar do que não é importante. Ou pelo menos saber relevar. Ou administrar. Ou apenas tomar conhecimento. Mas quanto menos se envolver com besteiras, mais resultado se consegue na difícil tarefa de cuidar do objetivo final.

Na prática do dia a dia essas questões são muito importantes em duas situações, que são as que mais impactam no nosso tempo: O trabalho e os relacionamentos pessoais. Imagine que no trabalho, onde o stress anda pegando muito forte e cada vez mais forte, para ser grande você precise se afastar do que é pequeno. Isso significa não discutir com o colega ao lado por besteira, em insistir em uma solução mais ou menos porque quer que a sua solução seja a adotada, ao invés de buscar outra mais efetiva. Imagine ter que não perder tempo falando daquela picuinha que o colega da mesa 45 criou a seu respeito. Não se alterar com fatos que não façam diferença na sua vida, mas te incomodam naquele instante. Estamos falando de um policiamento intensivo de si mesmo, até conseguir atingir o ponto de equilíbrio e maturidade para ser assim, e não estar assim, grande.

Fora do trabalho, vem a gama de relacionamentos pessoais, familiares, amorosos, de amizade e tudo mais que compõem a nossa vida. Como gerenciar tudo isso sem bufar de brabo com uma situação de trairagem de um amigo. Ou daquele ciume teimoso do grande amor. Ora, não seríamos humanos se pudessemos separar tudo isso. Nem teria graça o nosso dia sem todas essas emoções. Mas a grande jogada mesmo é saber até onde se pode ir. Quanto tempo, e principalmente quanto desgaste queremos impor aos nossos pares com coisas pequenas que irão ficar logo ali na esquina, para nunca mais serem lembradas.

Algumas perguntas dirigidas a nós mesmos podem ajudar a clarear nossa mente em situações que caminham para desgastes:
- Vale a pena elevar a discussão sobre esse tema? Essa discussão irá gerar algo positivo ou o que está em jogo não é um fato relevante?
- O que essa pessoa significa na minha vida? Vale a pena ir até este ponto de discussão com ela? Vai acrescentar algo na nossa vida? Ou simplesmente o descontrole emocional é que está estabelecido?
- Porque várias pessoas tem me dito que estou agressivo? Estou? Porque? Vale a pena? Precisa?

É claro que tudo isso não quer dizer que devemos ser robôs que verificam automaticamente todas as questões para verificar quando vamos atuar ou não. O ser humano precisa viver as situações para aprender e evoluir. Mas é necessário lembrar que nossa exposição ao stress, excesso de informações, e a rapidez com que nossa era exige que vivamos nos trouxe uma sobrecarga. Então podemos ser sim, mais coerentes e peneirar as situações do dia a dia para melhorar nossa qualidade de vida e nosso rendimento em todos os âmbitos.

Para ser grande, é preciso ser grande.

sábado, 1 de agosto de 2009

É isso aí.

Marca é isso aí.

É impossível não falar de marcas sem lembrar da Coca Cola. Certamente um dos maiores cases de sucesso de todos os tempos, a Coca Cola atravessa gerações na liderança. Não importa o quanto os concorrentes tentem ou gastem em publicidade. Coca Cola é sempre Coca Cola, em qualquer lugar do mundo.

Provavelmente uma das poucas besteiras que fez na sua história foi viabilizar as tubaínas (refrigerantes locais). Sim, foi a própria Coca que viabilizou as tubaínas. Foi a Coca que capitaneou e apoiou a introdução da embalagem PET no mercado dos refrigerantes, para facilitar a distribuição. O detalhe esquecido é que a Coca já tinha a melhor distribuição do mercado. Pior que isso. A maior dificuldade de todo e qualquer concorrente menor sempre foi o custo com os "cascos"de vidro. Mais caros que o próprio conteúdo.

Sem o excessivo custo da embalagem, as tubaínas tiveram seu caminho aberto para ampliar a sua distribuição, e ameaçar cada vez mais o reinado da gigante insuperável. Localmente se pode ver marcas vendendo, e vendendo muito refrigerante, mesmo com a blindagem das grandes marcas (não só da Coca) através de acordos de exclusividade com inúmeros estabelecimentos.

Independente disso, a velha Coca, que na verdade começou como remédio para o estômago, continua liderando. E mais. Todos os outros mudam. Todos os outros atacam a Coca. Mas a Coca não precisa mudar, porque Coca Cola é isso aí!





A concorrente bate...






A local esfola...




Mas no fim... Coca-Cola é isso aí!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

United Breaks Guitars

United Breaks Guitars




Este é um daqueles casos que nós consumidores vamos a forra! O mundo dos serviços está repleto daquelas empresas gigantossauras, as telefônicas, as aéreas, as TVs a cabo... Todas enormes. São tão grandes que nós, consumidores-formigas deixamos de ter aquela importância. Na totalidade somos seu ganha pão, na individualidade somos nadica de nada. E as gigantossauras não fazem a mínima questão de esconder isso. Casos isolados são tratados como nada mesmo. Te vira aí amigo, que tenho mais o que fazer.

Mas aí, vem alguém com bala na agulha. E aí que a internet não perdoa. Os espertalhões da United Airlines quebraram o violão do músico Dave Carroll. Tudo bem que acidentes acontencem e coisas quebram, embora não devia. Mas pode. Até aí sem problemas. O músico foi ao balcão, afinal era um violão de 3,5 mil dolares, e claro que mandaram ele plantar uma corda para ver se o violão nascia de novo. Sozinho, porque a United não iria regar a corda. Lógico. Gigantossaura é assim mesmo.

Após quebrar o pau com a United na justiça, Carroll resolveu fazer uma homenagem à aérea como ele sabe fazer: Fez uma música, gravou, fez um vídeo, e postou. No You Tube. Isso foi no dia 05 de julho. Já tem mais de 4 milhões de acessos e um pedido de tudo que é coisa da United. Desculpas, perdão, pegue aqui seu violão gratuitamente, blá blá blá.

Não é humor negro não. Mas é muito bom ver as grandonas provar um pouco de pimenta no globo ocular, para saber um pouco que seja, de como é ficar levando trombada e nada poder fazer. Fica a lição para quem quiser escapar de uma saia justa dessas, afinal de contas, o You Tube está aí, e veio para ficar. Lá na hora da verdade com o cliente, é bom lembrar desse detalhe da era digital!


Ps. : Tomei conhecimento do assunto no Crônicas Urbanas, thanks.

domingo, 26 de julho de 2009

Foi Henry Ford

Então Henry Ford disse:

"Como se explica que quando preciso apenas de um par de mãos tenha de lidar com um ser humano?"

Alguém duvida que a maior parte dos problemas que ocorrem no mundo sejam decorrentes do ser humano, e sua complexa natureza? Temos nos esforçado. São milhares de anos de evolução. Milênios de sabedoria oriental, de pesquisa ocidental. São avanços tecnológicos inacreditáveis em todas as frentes, temos construído um mundo diferente, e um planeta doente. Henry Ford estaria orgulhoso dos carros de hoje, das máquinas de hoje, dos motores, de tudo. Mas apesar de todo nosso avanço, tem um fator que ainda não conseguimos controlar. O ser humano.

Lá nas suas fábricas, quando Ford começou a criar os meios de transportes que até hoje nos levam onde queremos ir, ele pagava mais aos melhores. Buscava aos melhores. Henry Ford pagava o dobro, diminuía a jornada de trabalho. Ele tinha os melhores do mercado. Mas mesmo os melhores do mercado eram seres humanos. Nada, nenhum processo produtivo, nenhuma impossibilidade tecnológica, nenhum desafio espacial é mais complexo e paradoxal do que o ser humano. No ser humano nada é exato. Nada é preciso. Nada é sim, nada é não. As organizações de hoje ainda precisam pagar mais para ter os melhores, seja em dinheiro, seja em benefícios que mantenham seu "pelotão de choque"alinhado e em alerta. Nada mudou. E se Ford ainda estivesse no comando de uma grande corporação, ele ainda teria de repetir a frase lá de cima.

Os maiores desafios da humanidade nunca foram as máquinas, ou a lua, ou os computadores. Os maiores desafios da humanidade sempre foram, e sempre serão relativos a própria humanidade. Seu pensamento paradoxal, sua contradição existencial. Nossas mentes vão e vem em uma ciranda sem fim, com o início correndo atrás do fim, e o fim sendo igual ao início. As mentes amam e odeiam, motivam e desmotivam, andam e param, conflitam sem saber porque. As mentes criam o que não vêem. Correm porque a ordem era caminhar. Caminham porque voar é mais fácil. O ser humano é o que é sem saber porque é, e muito menos o que é. Uma organização, qualquer que seja, sem um Recursos Humanos forte é acéfala, um robô desnorteado, seja a parte técnica boa o quanto for. O ser humano é paradoxal demais para simplesmente fazer o que precisa fazer.


Então, eu concordo com Henry Ford.

sábado, 25 de julho de 2009

O Bode e o Leão.

Havia um tempo em que se dizia, quando a situação estava preta, que no mundo dos negócios era necessário matar um leão por dia. Eu estava em início de carreira, e achava o máximo matar um leão por dia. Onça, tigre, o que fosse. Dava logo uma paulada na cabeça. Estou aprendendo, estou crescendo, dizia. Estava mesmo. Bons tempos. Hoje os tempos mudaram um pouco. Um executivo novo, lá no nível de gerência, de coordenação, qualquer cargo estratégico ou mesmo técnico precisam mais que isso. Qualquer profissional que ambiciona alguma coisa em uma organização precisa matar um leão por dia, caçar e fazer sapato com um jacaré, cortar as unhas de um tamanduá e ainda passar o dia cuidando bem de um urso panda. Além, é claro, de colocar os bodes na sala.

E o bode é extremamente importante. No mercado de hoje, quem não sabe lidar com o bode não consegue subir, e talvez nem manter seu posto. As vezes o bode é mais importante do que o leão, o tamanduá e todas as outras feras que desafiam os executivos no dia a dia das organizações. Eu aposto forte no bode. Colocar o bode na sala é "dar a real". Pegar uma informação pelos braços, revistar toda, procurar as condições de contorno, possíveis soluções, impactos na organização, clientes, fornecedores, parceiros, enfim. Colocar o bode na sala é a capacidade de análise de uma situação. Esse é o segredo do jogo. Colocar o bode na sala certa, na hora certa e com todos seus acessórios supra citados. Acredite, o bode pode ser mais importante do que o leão.

Dar porrada, matar leões é bom. Mas nem sempre suficiente. Depende do cargo e da ambição do profissional. Desafiador mesmo é entender a situação como um todo e ler as consequências para a organização lá na frente. Nem estou falando da famosa visão de águia, dos empresários visionários e cia ltda, porque aí sim a exigência está em outro patamar. A questão aqui é capacidade de analise de situações mesmo. Aos matadores de leão, hora de atenção, está todo mundo de olho na sua capacidade de analise da situação!

Nesta visão, pobre do leão. Não é mais o rei da selva no mundo dos negócios. Perdeu, e perdeu feio para o bode. Perdeu para o bode lá da sala...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

E-mail bomba!

"Severonildo, pega o documento e larga na sede"

"Re: Aquilildo, tenho mais o que fazer, pega você, não sou teu secretário!"

"Re: Re: Severonildo, todo mundo sabe que você fica fazendo fofoca o dia todo, faça algo de útil pela empresa".

"Re: Re: Re: Aquilildo, sem o devido respeito, vai-te a merda! Que todo mundo sabe que você corre que nem um maluco para todos os lados e não chega a resultado nenhum!"

É bomba. Normalmente em discussão de e-mails como esta acima, temos gerentes, diretores e colegas copiados. Porque não tem graça bater em alguém se ninguém testemunhou. É aí que o outlook vira ringue.


Uma das ferramentas de negócio mais revolucionárias da nossa geração, o e-mail, é também um dos maiores meios de transporte para discussões, intrigas, desentendimento e irritações. Em um mundo de negócios cada vez mais pressionado e tenso, turbinado ainda pela crise financeira do momento, as organizações e seus colaboradores andam no limite do equilíbrio. E o e-mail é uma excelente ferramenta para terminar de retirar o bom senso das pessoas, e provocar um efeito dominó de raiva e ataques interpessoais.

Em menos de 15 dias, assisti de perto (e até participei, dessa vez copiado/de camarote) três eventos desse tipo. Um resultou em funcionário indo para casa no meio de expediente, outro em caso de quase demissão, e outro com direito a uns tabefes e demissão. Não necessariamente da minha organização, porque esse problema é geral. Com graus diferentes, também dependendo do tipo de pressão que a empresa (ou se nicho) opera, mas é geral.

E não vai parar. Aliás, tende a aumentar. As novas gerações utilizam muito mais os canais virtuais, o que aumenta consideravelmente a quantidade de assuntos resolvidos por e-mail, portanto... Mais galo de rinha para os ringues! Adiciona-se a falta de tempo, problemas que exigem cada vez mais respostas rápidas, pressão, pressão, pressão...

E para quem acha que nunca viveu isso eu pergunto: Nunca mandou e-mail bomba para uma namorada(o)? Esse problema não se resume ao ambiente de negócios, mas em todas relações interpessoais que caem na rede. E tudo hoje cai na rede.

A solução é a mesma das discussões normais. Mais difícil por um lado, mais fácil pelo outro. É mais difícil porque sem ver a pessoa se perde metade ou mais da percepção do ênfase da palavra. A linguagem corporal as vezes diz mais do que as palavras, e a falta dessa visão torna muito mais dífícil o controle. O lado mais fácil é que o "contar até 10" pode ser mais de 10. Ou pode ser um cafezinho... Ou chá gelado... O negócio mesmo é esfriar a cabeça, botar a bola no chão e lembrar que não existe vencedor numa situação dessas. O diretor, ou gerente copiado no e-mail nem se preocupa em quem tem razão, porque nenhum tem. E se tinha, perdeu quando entrou nesse jogo. O big boss só pensa uma coisa ao ler um e-mail bomba: "Onde foi que amarrei o meu cavalo!"
baixaria@bomba.bum.gr

domingo, 14 de junho de 2009

Tempo, quem tem?

Quem tem tempo? Você tem tempo? Mas não estou falando de tempo entre baladas, jantas da galera e cia Ltda do entretenimento juvenil. Nem do tempo de participar do conselho do seu clube do coração, de atividades no clube de vela e dessas coisas de diretor de empresa bem resolvido financeiramente. Estou falando de tempo, de ler, de estudar, de aumentar a produção individual e corporativa.

Eu tenho defendido uma teoria sobre o tempo. E ela é relacionado com a idade. Sim, com a idade, profissional. Vamos exercitar essa teoria juntos (Admitindo carreiras executivas ou profissionais liberais de sucesso ou nesse caminho):

Etapa 1 - Visualizando os dados e as condições de contorno:
-Pense em quantos anos você tem;
-Pense nas responsabilidades que você tem e quanto você atinge delas;
-Agora tente visualizar as fases da nossa vida em uma visão particular, com idades aproximadas, logicamente: Criança (até 15), jovem estudante, (até 22) jovem profissional (até 25), profissional em crescimento (até 35), profissional sênior (até 50), manda-chuvas (acima de 50);
-Tente então, imaginar as prioridades, as necessidades e as responsabilidades de cada uma dessas fases que listamos anteriormente.

Etapa 2 - Compilando as informações:
-Crianças: são crianças, seu papel é absorver o que seus influenciadores tem de bom, formar seu caráter e não fazer nenhuma merda muito significativa como começar a fumar ou viciar em alguma coisa estúpida;

-Jovem estudante: tem uma tarefa dificílima, encontrar sua vocação (pois o sistema de ensino brasileiro é um túnel sem saída em nível de graduação). Depois disso, normalmente tem que aprender, ou aprender e trabalhar para pagar suas contas e continuar sem fazer nada estúpido a exemplo do citado anteriormente. Também precisa fazer festa, socializar e fazer amizades;

-Jovem profissional: Agora a festa está começando. Já declarou ou está prestes a declarar sua independência financeira, está entrando no mundo dos negócios e aprendendo muito mais que na faculdade. Precisa mostrar sua capacidade, fazer contatos e se estabelecer como um profissional sério e promissor;

-Profissional em crescimento: Aqui estão as engrenagens do país. Este cara precisa se sustentar, precisa colocar em prática tudo o que aprendeu até agora, precisa buscar ferramentas extras agora que já tem alguma carga de experiência no mercado (pós, MBA, mestrado, línguas complementares..) e precisa dar um jeito de estruturar sua condição financeira, pois precisa compor sua família... O profissional em crescimento leva esse nome não porque os outros não crescem, mas porque nessa idade, esse profissional precisa crescer na vertical, ou não terá o resultado de sucesso que desenhou.
-Profissional sênior: Em teoria já tem uma certa estabilidade, uma condição de vida mais favorável e tem cancha suficiente para administrar mais tranquilamente as situações. A carrreira acadêmica tende a estar completa e sendo reciclada com cursos menos traumáticos ao tempo disponível. Mas dedicam maior tempo à família;

-Manda-chuvas: Bom, estes em teoria fazem seu tempo conforme sua personalidade. Se é hard-worker, continua a mil. Se é mais família, está mais em casa. Distribui seu tempo conforme sua preferência.

Etapa 3 - Divagando para concluir:
Um tempo atrás marquei com 2 colegas de faculdade e grandes amigos um bate papo. Marcamos as 8. Um chegou 8 e meia, outro as 9. Conversamos meia hora, e na maior parte do tempo o assunto foi a dificuldade de nos encontrar, de manter as amizades e os contatos. Depois de algum tempo, algumas idéias e ações, surgia um grupo multi-disciplinar convidado de vários dos meus círculos de amizades, profissionais, acadêmicos e esportivos. Hoje temos um grupo de mais de 30 pessoas, a maioria entre 30 e 35 anos, e não conseguimos reunir mais de 10 pessoas em um encontro. E eles são mensais. Já passei por 3 das fases, hoje costumo brincar que estou girando as engrenagens desse país. De todas que passei, nada se compara a essa em relação à tempo. Isso considerando que estudei em turno integral no segundo grau, durante a faculdade tinha inúmeras atividades paralelas (não trabalhava, é verdade), mas nada se compara a idade de girar as engrenagens.
Na fase do profissional que está se desenvolvendo, cuidando da carreira e fazendo sua organização crescer e faturar, o tempo vira poeira. Não estou dizendo que essa é a única fase que não tem tempo. As mudanças do mundo globalizado oferecem tanto o que fazer, e tão rápido, que ninguém tem tempo pra mais nada. Mas na idade da engrenagem... Tensão, decisões, responsabilidades, cursos, metas, metas, metas, prioridades, objetivos... Assim estamos todos nós, da banda dos 30 e poucos, girando as engrenagens desse país.




segunda-feira, 8 de junho de 2009

A crise do Hot Dog.

Este é um texto de domínio popular, não foi escrito aqui na Artigolândia do Rico, mas merece ser divulgado neste momento da economia mundial.


Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente. Ele não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia o melhor cachorro quente da região. Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.

As vendas foram aumentando e cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses. E o negócio prosperava e prosperava . Seu cachorro quente era o melhor! Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu, e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo, agradando e prosperando e teve uma séria conversa com o pai:

- Pai, então você não ouve radio? Você não vê televisão? Não acessa a Internet e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar.

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: _ Bem, se meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode estar com a razão!

Com medo da crise, o pai procurou um Fornecedor de pão mais barato ( e é claro, pior ).

Começou a comprar salsichas mais barata ( que era, também, a pior ). Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada.


Abatido pela noticia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta. Tomadas essas ‘providências’, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar Economia na melhor Faculdade… quebrou.

O pai, triste, então falou para o filho: - ‘Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise. ‘e comentou com os amigos,orgulhoso:

- ‘Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele me avisou da crise …’

Aprendemos uma grande lição: Vivemos em um mundo contaminado de más noticias e se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticias nos influenciarão a ponto de roubar a prosperidade de nossas vidas.

O texto original foi publicado em 24 de fevereiro de 1958 em um anúncio da Quaker State Metais Co. Em novembro de 1990 foi divulgado pela agência ELLCE, de São Paulo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Negociar é preciso!

Hoje, sexta feira, a criatividade não visitou esta mente que vos fala, então, falamos de negócios...ou não!

Para quem pensa que negociação é assunto pra executivo interessado em fazer carreira e ganhar muito dinheiro, guess what? Não é não!

Precisamos negociar a cada minuto da nossa vida. Desde pedir a mesado do mês para o poderoso papai dos nossos 8 anos, até uma promoção com o presidente da nossa organização. E em casa, não tem negociação? Provavelmente negociamos mais em casa, com nossa família, com amigos, do que profissionalmente! Ou você acha mesmo que sua mulher pediu o cartão de crédito enquanto você estava indo pro futebol por que ela ia no mercado? Nada disso, ela pediu como contra-partida por deixar ela sozinha no sábado a tarde para ir vendo um bando de pernas de pau levar goleada e ficar detonando a mãe do juiz! E mais, você deu porque era final de campeonato, e não tinha tempo a perder discutindo o assunto, ou ia acabar sentando no colo do vendedor de amendoin!

Pois bem, vamos espiar um material bemmmm básico sobre negociação, mas que nem todo mundo presta atenção que, aplicando isso no dia a dia, as coisas podem sair bem mais redondas e a vida pode ser bem mais leve...


Fases da negociação:
• Preparação;
• Discussão;
• Proposta;
• Barganha;
• Encerramento / Acordo.

+ Argumentação (conhecimento do tema);
+ Convecimento;
+ Credibilidade;
+ Sedução;
- Agressividade:
- Rispidez

Os 4 princípios da negociação, segundo Harvard:
• Separar as pessoas do problema;
• Foco nos interesses e não nas posições (procurar o próprio interesse real, bem como da outra parte);
• Gerar variedade de opções para ganho mútuo;
• Insistir para que o resultado seja baseado em um critério objetivo.

George Hohlrieser:
6 habilidades para resolver conflitos:
• Criar e manter o vínculo até mesmo com o adversário;
• Estabelecer um diálogo e negociar;
• Pôr o peixe sobre a mesa;
• Entender a causa do conflito;
• Usar a lei da reciprocidade;
• Construir uma relação positiva.
Dicas gerais:
• Saiba sua MAANA (melhor alternativa) antes de entrar em qualquer negociação;
• O preço de reserva de cada parte determina as extremidades ZAP (zona de acordo possível);
• Não negocie só dinheiro, crie oportunidades.


O sucesso na negociação passa por três pilares principais:



Informação Tempo Poder


Informação:
• Não tenha receio de admitir o que não sabe;
• Não tenha receio de fazer uma pergunta;
• Faça perguntas abertas;
• Assunto;
• Fatos;
• Aspectos disponíveis;
• Aspectos pessoais;
• Estratégia.

Tempo:
• Nunca revele seu prazo;
• Se possível, reduza o tempo da outra parte;
• Use o tempo como fator na negociação.

Poder:
• Raramente um lado tem todo poder;
• O poder pode ser real ou aparente;
• O poder só existe até onde ele é aceito;
• Relações de poder podem mudar com o tempo;
• Teste seu poder.

Tipo de negociador:
• Tubarão – Ganha. Tem necessidade de ganhar sempre.
• Carpa – Perde. Vai pra negociação com o pensamento que não é possível ganhar.
• Golfinho – Ganha-ganha. Tem habilidade, joga.

E você, qual a sua cara? É tuba? Carpa tatu ou golfa?

Você escolhe o final!!!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Nessa terra de gigantes...


Estamos na era dos gigantes. Gigantes de tecnologias, gigantes de comunicação, gigantes do dinheiro, do ramo imobiliário, petróleo. Temos os gigantes da alimentação e até das fraldas. Até a padaria da esquina dá uma de gigante, pois faz suas compras através de cooperativas com outras mil padarias. Isso para poder sobreviver ao ataque dos hipermercados imperiais. A república dos pequenos faz o que pode para se defender dos gigantauros imperialistas! Mas o mundo é mesmo dos gigantes. É claro que sempre se soube, que não tem nada mais impiedoso do que um gigante caindo. É sinistro, impressionante e normalmente irreversível. Vamos falar então de um dos gigantes de uma área totalmente dominada pelos grandões do mundo. Chrysler, gigantão do mundo dos automóveis.
Vamos espiar o histórico de uma das montadoras de automóveis mais charmosas que o mundo conhece. Em 1924, um ex-executivo da GM e Buick dá início à Chrysler Corporation. Uma empresa que sempre vinha com novidades em seus automóveis. Em 1935 já era uma das principais marcas americanas do setor, e o fundador, Walter Chrysler já passava o bastão. Na segunda guerra a empresa chegou a fornecer caminhões e tanques para o exército americano. E a empresa segue crescendo, entra na europa, faz algumas aquisições bem importantes no setor automotivo, como a Dodge, a Maserati e a Lamborghini.
Na década de 90, através de automóveis de grande sucesso como o Jeep Cherokee, a Chrysler já era uma gigante vendida em mais de cem países, e chegou a ser eleita pela Forbes a empresa do ano. Nessa terra de gigantes, a ciranda das compras, vendas, fusões e trocas de tecnologia são bastante comuns, e até necessárias para o crescimento que essas empresas precisam para estar presentes a nível mundial. Então em 1988 é a vez da Daimler Benz comprar o nosso gigante. A empresa segue fazendo seus carrões grandes, bebedores e luxuosos. Com um design muito particular, os carros da Chrysler sempre chamam atenção por onde passam. Dificilmente um modelo da marca passa desapercebido no dia a dia das ruas. Principalmente nas nossas ruas, recheadas de modelos bem mais simplórios.
Em mais uma troca de mãos, em 2007 a Chysler que ainda detêm as marcas Jeep e Dodge passa seu comando para a Cerberus Capital e é nessa conformação que a nossa gigante charmosa dos carrões estilosos chega para enfrentar a crise de 2008. Mas a crise não perdoa. Além da falta de crédito e recessão, os carrões americanos bebedores de gasolina se tornam em um dos símbolos da culpa americana pelo consumo desenfreado. GM, Chrysler e Ford sinalizam ao governo que precisam de ajuda. E essa ajuda é dinheiro no bolso, não apenas outras ações. A operação destas brutais corporações está comprometida. O mundo inteiro se impressiona com a situação das empresas símbolos do poderoso estados Unidos da America.A Ford tem problemas menores, mas os tem.
O governo americano em um ato já mais de desespero do que uma atitude racional, aporta recursos à montadora, assim como fez com a GM. O que quer dizer que as enlatadas capitalistas precisaram de ajuda estatal, uma afronta ao cidadão americano, que acabou pagando o pato. Pesquisa recente aponta que três quartos dos americanos preferem ver as gigantes fecharem as portas, do que ver o governo colocar mais dinheiro público nesse buraco negro. A Inglaterra já fez essa operação décadas atrás com uma montadora inglesa, mas só conseguiu adiar a falência. É claro que um país como os Estados Unidos assistir a queda de um dos seus maiores símbolos é uma situação totalmente indesejável, mas creio que mais indesejável ainda seja assistir essa queda levando, além dos milhares de empregos, uma montanha de dinheiro público junto.
Todos devem conhecer a expressão: "This is a win-win situation". Pois bem, para o governo americano, a situação das gigantes automotivas é o exato retrato do contrário dessa expressão. Não importa o que se faça, o governo será condenado. Se não ajudou, é condenado porque não ajudou. Se ajudou é condenado por ter colocado dinheiro público fora, ou por ter ajudado pouco. Não há escapatória! E também dificilmente há escapatória para essas empresas, pelo menos sem grandes movimentações no mercado. E assim, veio a primeira grande movimentação pós crise: A FIAT abocanhou boa parte da Chrysler, em um mega acordo que considera troca de tecnologia, plataformas, distribuição... Inaugurando na velha concorrente americana uma era de carros pequenos e econômicos, o inverso da vocação da nossa gigante. Aliado a isso, a Chrysler está oficialmente em concordata! E a GM? O novo presidente já declarou o lógico... E a tendência é que a mais poderosa montadora do mundo seja desmembrada, vendida aos pedaços, e continue sua operação menor, mas bem menor mesmo do que a gigantesca montanha de carrões com o brasão do Tio Sam que conhecemos hoje.
O certo é que as padarias vão continuar comprando juntas, o império multinacional vai continuar comprando toda e qualquer empresa nacional de maior destaque (meio mais barato de aumentar o share), e as gigantes vão continuar crescendo mais e mais, ficando cada vez maiores e dependendo cada vez mais de um nível de consumo elevado, de crédito, de jogo financeiro, de títulos e cambios...

Só sei que nessa terra de gigantes... não veremos mais o mundo como ele era antes...


(Hei você aí! É, você mesmo terminando de ler o texto! Faça uma sugestão de tema para o próximo artigo aqui ó, no comentário! Thanks!!)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Quem é o Y da questão?



Um dos grandes desafios do mundo dos negócios atual é saber gerenciar as diferentes gerações que estão atuando no mercado. As condições de contorno de cada uma dessas gerações são tão diferenciadas que os comportamentos resultantes exigem um estudo cuidadoso, para que essas relações tenham o sucesso esperado. O X da questão, agora é a Y. A irreverente geração que invade o mercado.

Hoje o mercado opera com quatro gerações ativas, cada uma com suas influências, suas condicionantes e seu resultado final, ou seja, seu comportamento. São elas, divididas por um período temporal aproximado:


Veteranos – 1925 – 1945;
Baby Boomers – 1945 – 1964;
Geração X – 1965 – 1980;
Geração Y – 1980 – 2000.


O que uma geração vive, irá determinar o que essa geração será, portanto as influências são fundamentais para entender as características de cada uma delas, o que vai nos permitir entender porque é tão difícil gerenciar o relacionamento entre elas.

A geração dos Veteranos, também chamada geração silenciosa, viveu tempos de guerra. Nasceu em período de forte crise econômica, escutou rádio e assistiu Charles Chapplin. Pela situação adversa onde foram forjados, os veteranos são pessoas dedicadas, que entendem e se conformam com o sacrifício. Eles admitem recompensas tardias, são rígidos e tem muito respeito por autoridade e regras. Certamente essas características afetam diretamente o comportamento dos Veteranos nas organizações. Eles consideram que o dever vem antes do prazer, o mesmo dever que é obrigação e consideram que a paciência é auto gratificante. São os Veteranos! Hardworkers!

Nascidos após a Segunda Guerra Mundial, os Baby Boomers levam esse nome por nascerem em uma época de explosão da nascimentos, devido ao crescimento econômico do pós guerra, e claro, a volta sedenta dos soldados... É a geração revolucionária, que assistiu TV, viveu Woodstock fumando um belo cachimbo, e cresceu em um ambiente familiar muito forte, com a presença da mãe em casa.São otimistas, valorizam o bem estar e a saúde, são competitivos e se envolvem nas situações que os rodeam. Os Babys ainda não conseguem compatibilizar a vida pessoal com o trabalho, são viciados em trabalho e definidos pela sua profissão. Eles gostam de se sentir necessários e valorizados, e para isso sacrificam a vida pessoal pela profissional. Preferem resolver os problemas em reuniões pessoais, fato conflitante com as possibilidades de comunicação atuais. Hoje no mercado os Babys são muito relevantes, pois normalmente ocupam cargos significativos na hierarquia das empresas. A maioria dos nossos diretores ainda são Babys.

Então é chegado o momento da pragmática Geração X assumir o seu lugar. A Geração X nasceu em situação mais diversa, sem as grandes marcas das gerações anteriores. Muitos tiveram pais divorciados e com as mães no trabalho. Essa geração começa com uma tecnologia mais arcaica e escutando música no walkman. A Geração X é marcada pela diversidade, equilíbrio, é uma geração que valoriza a diversão. A competitividade é uma marca dessa geração. Resistente, independente e adaptável. Assumem o emprego de uma forma séria, mas trabalham para viver, e não vivem para trabalhar. Entram e saem das empresas conforme a necessidade familiar, e é na família que essa geração enfrenta algumas verdades que as outras gerações deixavam passar. Fazem as coisas de maneira pragmática, e tendem a resolver os problemas por telefone mesmo, sem necessidade de reuniões. A geração X normalmente está em níveis gerenciais, com a difícil tarefa de comandar a geração Y...

Geração Y, a geração da internet, a geração do milênio. Os Ys nasceram no meio da prosperidade, pegaram a era FHC e assistiram o impeachment do Collor. Essa geração grava seus dados em pen drives, escutam música em Ipods e gravam CDs e DVDs. São os poderosos nativos da internet. As demais gerações podem até saber e conhecer, mas são imigrantes na tecnologia. Só os Ys tem a internet no sangue. A galerinha da Y é coletiva, são muito sociais, compartilhadores natos. Eles questionam qualquer coisa, no emprego não temem mudança, e só ficam lá se realmente gostam. Preferem horários flexíveis, tem muita habilidade tecnológica, usam os recursos sem manual e são irreverentes, muito irreverentes.

É uma geração multitarefas, são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo, são auto-centrados e acham que sabem tudo. Foram criados pelos baby-boomers, como muita autonomia e independência. Como só ganhavam elogios, tem dificuldade com feedback. São tenazes, tem elevada auto estima, porém teimosos e egoístas. Aprendem em pares, na tentativa e erro e trabalham melhor em equipe. São antenados mas muito impacientes, acreditam que o tempo é curto e acabam tendo visão de curto prazo. São empreendedores, criativos, inovadores e ambiciosos, mas apresentam baixa atenção concentrada e são angustiados, com alta tendência a depressão.

Uma das vantagens dos Ys em relação às demais gerações, é que no Brasil ela é a primeira que não foi "castrada", tornando o brasileiro o ser inferior frente às grandes nações do mundo. A geração Y foi ensinada a "poder"tudo! Por outro lado tem dificuldade com a consequência dos seus atos, já que visualizam o "Reset and Restart"sempre a sua frente. A dificuldade de lidar com pessoas "difíceis" também deriva da mesma linha, do botão "delete". Essa galerinha tem uma forma própria de se comunicar, e é muito difícil para as demais gerações acompanhar a escalada de ferramentas que eles usam. Com baixa resistência a frustração, os Ys devem ser acompanhados de perto por seus gestores quando seus projetos não saem como deveriam... Mas eles estão aí, entrando porta adentro do mercado, atropelando as demais gerações com a sua pressa, e já criando uma dependência da sua criatividade e capacidade. Então, que as organizações se preparem para lidar com seu futuro!

E como se atrai um Y para sua organização?
Ora, obviamente com tecnologia, mostrando sempre possibilidades reais de crescimento, e apresentando uma empresa flexível com um ambiente agradável, afinal de contas... O Y quer mesmo é ser feliz!
O Y precisa ter voz e vez, tem que pertencer, contribuir. E ele adora equilibrar a vida pessoal e profissional, afinal de contas, não veio ao mundo só para trabalhar!

Agora senhores estão definitivamente apresentadas todas as gerações e suas características, suas brutais diferenças, temores e anseios. O que, então, os gestores precisam para que esse explosivo coquetel de pessoas não exploda levando junto todo o talento e solidez do seu negócio?
Identificar é a chave, informar e provocar discussões é o segundo passo para que aconteça a troca de experiências. A flexibilidade entre as gerações deve ser estimulada, além de paciência e o jogo de cintura na forma de comandar. Não esquecendo nunca o plano de carreira bem claro, e com datas, porque essa garotada é apressada....

No mais, Veteranos, Babys, Xs e Ys, mãos a obra! Temos um mundo de negócios todo bagunçado aí na nossa volta! E é esse o povo que tem que resolver!


E para quem se interessou pelo tema, e quer se aprofundar no assunto...

Millenial Leaders – Bea Fields – S. Wilder
Generation Blend – Rob Salkowitz
Got Game – John Beck – Mitchell Wade
Generations at work - Ron Zemke

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Arranhando o crescimento Verde e Amarelo.

Lá vinha o Brasil, surfando tranquilo em altas ondas do bom momento mundial. Vários anos de crescimento, boas expectativas, exportações em alta, mercado imobiliário em ebulição histórica, tudo azul no país Verde e Amarelo. Todos felizes, cheios de glórias, clima de segurança total! A confiança era tanta, que o número de investidores na bolsa de valores (investimento de risco) crescia como nunca no país. Mas como o mundo é redondo, dá voltas, e tudo aqui é cíclico... Boom! Estourou a bolha.

No início não se sabia o tamanho do rombo. Mas as instituições atingidas sugeriam que não era brincadeira de peixe pequeno. Grandes bancos americanos (em especial os bancos de investimento) intoxicados por títulos podres, baseados em empréstimos hipotecários de alto risco que dificilmente serão pagos, sendo vendidos ou perdendo o controle. Gigantes do ramo imobiliário americano começaram a ruir. Fannie Mae e Freddie Mac ficaram a beira do abismo. Imediatamente foram arrastados bancos de nível mundial por todo o planeta. A europa, mais frágil do que se pensava, caiu rápido. Japão também. GM, Chrysler, AIG, e outros gigantes com baixa liquidez foram instantaneamente ameaçadas pela retração avassaladora no crédito mundial. Elas e toda sua poderosa cadeia, evidentemente. Já era fato consumado então, a maior crise mundial desde 1929. A família americana abarrotada de cartões de créditos, dívidas e sem poupança sinalizava que o problema não era apenas das grandes corporações. Os abonados executivos de Wall Street antes aclamados, agora eram caçados e demitidos. O mundo todo trancava o dinheiro para saber o quanto realmente tinha no cofre. As bolsas foram ao chão. Os governos anunciaram planos bilionários de ajuda às empresas mais afetadas, e o pânico estava totalmente estabelecido nos meses de agosto e setembro de 2008, auge da crise. O ouro explodiu. O ouro, que não é investimento, é proteção ao patrimônio. O mundo então voltava os olhos para os BRICs, enquanto curiosamente o dolar americano, epicentro da crise, valorizava.

BRIC é a sigla criada por um economista do Goldman Sachs que designa os quatro principais países emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia e China. Os gigantes em tamanho e população que de uma hora para outra se tornaram o último pilar seguro do planeta. No início se previa que eram os únicos a continuar crescendo. Mas aos poucos esses países vão entendendo que nem eles escaparão da recessão.
Então chegamos ao Brasil. Nosso presidente falava em marolas, autoridades governamentais elogiavam a força do Brasil e sua blindagem. Mas o discurso otimista não se sustentou. A Bovespa seguiu o caminho das bolsas mundiais e beijou a lona, apavorando investidores e empresas. As multinacionais barraram imediatamente investimentos, e logo começaram a demitir. As grandes empresas se preparavam para sobreviver à crise, cortando na carne, encolhendo. De qualquer forma, os BRICs se comportam até o momento muito melhor que a tendência mundial, a China deve crescer, e o Brasil deve ficar do mesmo tamanho, ou muito próximo disso.

O governo segue mantendo um discurso sempre um pouco mais otimista do que a maioria dos economistas, e tem tomado algumas medidas tentando impedir a queda do consumo. Tirou IPI sobre veículos (uma das cadeias mais afetadas pela crise, e representa quase 25% do PIB industrial brasileiro), sobre alguns eletrodomésticos e deve baixar o rendimento da poupança. Tudo para fazer o dinheiro Verde e Amarelo circular.

E nas ruas, o que acontece? De fato a redução do IPI dos veículos zero Km gerou um fenômeno no mínimo curioso. Mundo em crise, desemprego aumentando, e as concessionárias de veículos novos com filas de espera para alguns modelos. Filas nos populares, ruas cheias de camionetes luxuosas, provocando a tendência mundial. Agora resta a dúvida, está sobrando dinheiro no bolso do brasileiro, ou a empolgação venceu o conservadorismo que nos manteve a salvo da crise antes, e estamos, agora, comprando apartamentos acima do valor de mercado (financiados...), colocando mais carros nas ruas com financiamento a perder de vista, exatamente como fez o americano alguns anos atrás...

Ciclo?

Boa sorte Brasil, de Verde e Amarelo.
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