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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Churrasco no Maracanã?

No último domingo do campeonato, o futebol brasileiro viu de tudo. Viu time praticamente rebaixado sair do buraco, viu time que já comemorava título ficar fora do G4 (Libertadores), e viu churrasco no Maracanã. Mas o jogo era com o Grêmio, e o Flamengo ganhou, e foi campeão, então deu feijoada e não churrasco! Não é? Que nada, deu churrasco!

Em um desses caprichos da vida, o arqui-inimigo vermelho ficou na dependência do rival azul. E aí que o tricolor gaúcho ficou naquela situação em que se apresenta aquele sorriso maroto ao principal rival: Bah, no Maracanã lotado não tem como fazer churrasco de carioca... E a direção fala besteira, e jogador fala besteira, e acaba a gurizada tendo que resolver. Com medo de fritar titulares, e com mais medo ainda de ganhar o jogo, a direção tricolor manda para a cidade maravilhosa a gurizada olímpica. Com técnico (interino e promissor) com medo de levar uma sacola, e gurizada tranquila, o Grêmio entra em campo e assusta o Brasil todo. Vai para cima de um Flamengo todo borrado (como todos times que chegaram na ponta nesse campeonato), com medo de levar esse título. E tem gol, e é azul. E pela primeira vez na história colorados comemoram gol gremista enquanto a fanática torcida azul espragueja contra o próprio time. Eu sou do tempo que os colorados eram os maiores compradores de camisa do Brasil. Eles tinham camisas do Palmeiras, do Corinthians, do Ajax, do Nacional... Ora, nos bons tempos da década passada o Grêmio era o brutal time do sul que amassava os ricos clubes lá de cime. Ao Inter só restava secar, mero coadjuvante que era no cenário do futebol nacional. Que saudade daqueles tempos...

Dia 12 de dezembro 30 mil gremistas saudosos irão assistir ao poderoso time de 1995, aquele... A máquina tricolor que amassava seleção brasileira vestida de verde em pleno Palestra Itália, que tocava 5, que ganhava tudo que passava pela frente para desespero do país todo. E o país todo ficou esperando para ver, na "final"desse campeonato, se o Grêmio poderia cometer um crime parecido, com 85 mil pessoas assistindo ao vivo, e milhões na TV. Se fosse o time titular, que nunca perdeu em casa, e nunca ganhou fora (vamos deixar os Aflitos fora, afinal de contas, o palco da grande batalha não conta no mundo real...), não haveria chance. O Grêmio perderia e o Inter mais ainda. Mas era a gurizada. E guri é guri. Guri respeita essas coisas de trauma. Guri vai lá e toca horror, porque essa geração é assim mesmo. E a gurizada tocou terror, botou o Brasil todo de fraldas, inclusive a sua torcida. E no final, só não cometeu o crime porque sabia, mesmo que no subconsciente, que dar um brasileirão de graça para o Inter, era assinar a demissão no clube tricolor. Entregaram? Não. Não entregaram. Mas se o inverso fosse verdadeiro, e o Grêmio tivesse que ganhar do Mengo par ao Inter NÃO ser campeão... Ah se fosse assim, não tenho dúvidas... No mínimo aquele empate tinha permanecido. E tinha rolado churrasco no Maraca. Mas como a vida é bem caprichosa, o churrasco aconteceu de qualquer maneira.

Fiquei aliviado, fiquei feliz... Mas ainda assim fiquei com aquela sensação de ter dado uma de colorado... Deu a impressão de estar com a camisa do Flamengo, e aí o churrasco ficou sem sal...




sábado, 12 de setembro de 2009

Marmelada veloz

Nós somos brasileiros. Moramos no Brasil. Somos calejados, doutrinados, somos mesmo acostumados com essa doce especiaria regional portuguesa. A mais famosa vem de Odivelas, cidadezinha próxima a Lisboa. A marmelada é um puré de marmelo (abaixo) cozido com açucar em partes iguais. Portanto, muito, mas muito doce. Brasileiro gosta de doce. Gosta muito. Por aqui, quem se encarrega de produzir nossa marmelada são os goianos. É lá da Cidade Ocidental e de Luziânia que vem nossa marmelada. Branca ou vermelha, a marmelada faz parte do dia a dia aqui no nosso belo e cheio de frutas Brasil.

Mas como nosso país é um dos mais criativos de mundo, e outras coisinhas mais, a marmelada no Brasil tem outras muitas fontes. Brasília, por exemplo, não cultiva a fruta mas é uma das maiores produtoras mundiais de marmelada. Inclusive pizza de marmelada é bem comum por lá, em certos estabelecimentos. Mas não fica restrito a capital nacional não. Praticamente toda a cidade tem um grupo de pessoas que trabalha com marmelada. Então estamos bem acostumados. O Brasil tem algumas atividades esportivas que até vai bem. Vai bem sim. Algumas até domina. Mas também nesse assunto de certa forma estamos acostumados a apreciar o doce português. Principalmente no esporte nacional, regido por uma entidade sediada lá no Rio dos Janeiros. Então que o torcedor assiste aos jogos tomando sua cervejinha e comendo marmelada sentadinho no sofá. Até aí tudo normal.

Mas tem alguns esportes que são mais individuais, regidos por entidades internacionais e tudo mais. E tem brasileiros que são, e principalmente que foram realmente ícones mundiais. E lá vem a Fórmula 1, a mais importante modalidade mundial de velocidade. Por lá o Brasil já foi muito importante. Hoje é menos, bem menos. Mas continua presente mantendo alguma posição. O grande problema é que somos viciados em marmelo. Então um dos nossos pilotos que nem chega a ser importante, mas é filho de um dos mais importantes pilotos brasileiros e do mundo, resolve participar de uma marmelada veloz. Bateu, de propósito, seu carrinho em uma curva. Por ordem da equipe, que queria o safety car na pista. É claro que o círculo da F1 não tem só bobos, então logo começaram a perceber e comentar que aquele acidente estava estranho, e nosso marmelão abriu a boca, explodiu a equipe dele, e ainda saiu com um acordo de que não seria punido.

Alô Nelsinho, marmelada na F1, por favor, que mal gosto! Escolha outra especiaria... Vá produzir champanhe como seu pai, não marmelo...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

21s08

Cielo, mais uma prova de ouro.

Não poderia, de forma alguma, ficar sem citar o feito totalmente relevante que este brilhante atleta realizou no mundial de natação de Roma.

Somente uma vez na história um nadador repetiu nessa prova a medalha olímpica e o ouro no mundial. E isso é muita coisa. A prova dos 50m é decidida no piscar de olhos. Sem respirar, sem errar, sem nem ao menos pensar. É uma prova de máxima concentração e total explosão, muscular. Para quem não nada, 50m parece bem pouco. Para quem nada também, é bem pouco. Mas 21 segundos é mais pouco ainda. Quase nada. Quase tempo nenhum, admitindo erro nenhum.

O melhor, é que não é só Cielo. A natação brasileira vem mostrando uma evolução bastante consistente, nesse esporte de ponta e extremamente competitivo. Nas piscinas e nas águas abertas, o Brasil vem conquistando algum espaço. Em vários esportes isso vem acontecendo. Uso a natação como exemplo porque é também meu esporte, mas principalmente porque é um dos grandes esportes olímpicos. E é justamente nas olimpiadas que mostramos que o Brasil é o Brasil. Nas olimpiadas que mostramos que levaram todo ouro daqui, e só sobrou lata. Nas olimpiadas nossos favoritos fracassam. Mesmo sendo os melhores do mundo, fracassam. Sempre defendi que o fracasso dos nossos inúmeros favoritos, campeões mundiais, e que quase sempre fracassam na olimpiada tem relação com o país que eles defendem. É uma coisa tão absurda para um brasileiro ter uma medalha olimpica, que mesmo ele sendo o melhor do mundo, o feito praticamente fica impossível. Alguns usam a expressão "pipocar". Eu prefiro ver como herença. Herança de um país que tem medo do ouro. Alguns ganham. Mas isso é menos, bem menos do que o número de medalhas que nossos atletas poderiam trazer. Se não tivessem medo do ouro. Experimente tirar das nossas medalhas douradas, os atletas que treinam fora do Brasil, para ver o quanto sobra...

Por isso os "Cielos" são tão importantes. Atletas que não tem medo do ouro. E que precisam contaminar os demais com esse absurdo.

Vale a pena ver de novo:

terça-feira, 21 de julho de 2009

100 Anos depois, Gre-Nal é Gre-Nal

Neste fim de semana o Rio Grande viveu um momento diferenciado. O maior clássico do sul, e umas das maiores rivalidades do futebol fez aniversário. E não é qualquer aniversário. Fez 100 anos. Um século de história. Um século de jogos pegados, jogos que deixam o estado todo em alerta, com foguetes e cornetas a postos, e muita, mas muita discussão em cada esquina de qualquer cidade gaúcha.
No geral o Gre-Nal é um jogo feio, de muita marcação, poucos gols e invariavelmente deixa quase metade do estado de mal humor no dia seguinte. O Gre-Nal tem efeito arrasador no time que perde, que normalmente segue perdendo vários jogos até recuperar a moral. Mas também costuma recuperar o time que anda pior, e ganha o clássico. O Gre-Nal tem pancadaria, mas também tem magia.


A mesma torcida que vê um jogo feio, também vê Ronaldinho Gaúcho dar balãozinho em Dunga. Também vê banheiros incendiados, e muita briga na rua. O Gre-Nal é intenso, é vida, é colorido. Em nenhum outro momento os ânimos ficam tão alterados para tanta gente ao mesmo tempo na terra dos Maragatos e Ximangos. O time considerado de elite, contra a reação popular. Mas que inverte a mão, e o que seria de elite, tem a maior torcida. E o teoricamente popular, tem mais sócios. Incoerências que só um Gre-Nal proporciona.
É claro que o mundo todo é recheado de rivalidades. Cada estado, cidade tem seus times que se degladiam em uma disputa sem fim. Aí dois fatores tornam o clássico dos pampas um pouco mais evidente: O primeiro é a polarização em apenas dois clubes. Que excluem outras rivalidades mais diluídas. E o segundo é a importância dos clubes, naturalmente traduzida em títulos, porque é assim que se mede futebol. Não de outra forma. Só com títulos.


Em recente pesquisa, entre as maiores rivalidades do mundo apareceram times da Escócia, Egito, Turquia, Marrocos, Sérvia, enfim. Times sem expressão internacional, sem querer tirar seus méritos, mas nada de muitos títulos importantes. Também aparece rivalidade paulista. Lá tem títulos. Mas se for perguntar para um torcedor de um desses times qual é o maior rival, talvez ele fique na dúvida, ou tenha resposta diferente de outro torcedor logo ali da esquina. Porque não é polarizado. Na lista também tem Boca e River, essa sim certamente uma das maiores rivaldiades do futebol mundial. Mesmo assim a supremacia do Boca tem sido tão grande, que o equilíbrio não permite mais tanta rivalidade. Basta caminhar pelas ruas de Buenos Aires para ver isso. Já no Gre-Nal, não há duvidas. É amor, é ódio. O primeiro time de um gremista é o Grêmio. O segundo é a derrota do Inter, seja contra quem for. E não há um terceiro. Jamais haverá um terceiro time. O inverso naturalmente é verdadeiro, e por isso o Gre-Nal é Gre-Nal.

Dessa dupla já saíram entre tantos outros, Ronaldinho Gaúcho e Falcão, Dunga e Felipão. Os dois juntos somam 2 títulos mundiais, 3 Libertadores da América, 1 Copa Sul Americana, 5 Brasileirões e 5 Copas do Brasil. Somam juntos quase todos os regionais. Tudo com muito equilíbrio. Dois times de nível internacional. Dois times temidos e respeitados em qualquer cenário. E isso tudo, de uma cidade de 1,6 milhões de habitantes. Sem patrocínios milionários, sem apoio incondicional da imprensa (o contrário normalmente é verdadeiro), e via de regra tendo que vencer dentro e fora do campo. Assim são esses dois co-irmãos, que ficam no sobe e desce de uma equilibrada gangorra, deixando as cornetas e bandeiras de lado a lado sempre alerta, nesse clássico que ninguém sabe o que vai acontecer. Afinal de contas, "Gre-Nal é Gre-Nal, e vice-versa" (By Jardel).



Até a pé nos iremos, para o que
Glória do desporto nacional,
der e vier, mas o certo é que nós
Oh Internacional, que eu vivo a
estaremos com o Grêmio onde
exaltar/Levas a plagas distantes,
o Grêmio estiver
feitos relevantes/Vives a brilhar


100 Anos




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