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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dude, we are Lost!



Já que temos falado tanto em fenômenos, vamos ver mais um campeão de fã clube, seguidores, e números impressionantes. Lost.Quando se entra no tema Lost, tudo é gigante. Discussões, teorias, paixões, críticas... Qual seria o grande segredo desse seriado que arrastou uma multidão de fãs, legiões de pessoas em comunidades, foruns, e na criação da impressionante lostpedia. É o seriado que deixa o telespectador ansioso após cada episódio, cheio de dúvidas, criando mil teorias e explicações, enfim, deixa o cara verdadeiramente Lost!

Para quem nunca assistiu, a série inicia com a queda de um avião em uma ilha, que logo começa a se revelar cheia de mistérios e acontecimentos fantásticos. O grau de complexidade do seriado é muito impressionante, e isso é uma causa da provável (e pequena) rejeição do seriado. De fato ursos polares, monstros que arrancam árvores e alguns milagres logo no início davam ares de "fria fantástica" à Lost. Mas tudo é muito bem explicado, embora para cada explicação são apresentadas mais duas ou três dúvidas ou mistérios... Quem prestou atenção nos primeiros episódios, se apaixonou. Quem espiou alguma coisa no meio do caminho, achou loucura e não seguiu.

Além da misteriosa ilha, os personagens envolvidos são bastante complexos, a maioria com problemas mal resolvidos com seus pais, alguns com ligações anteriores ao acidente, e uma saudável e provocante troca de foco. O núcleo do seriado frequentemente é deslocado para um grupo ou outro. E são vários grupos que entram a cada momento na trama. Das figuras centrais destacam-se: Jack, um cirurgião com mania de consertar todas as situações e que lidera o grupo a maior parte do tempo; Sawyer, o bad boy que acaba se tornando uma forte liderança no grupo e faz um quarteto amoroso com Jack, Kate e Juliet. Kate é uma criminosa do bem, bastante complexa e marcante. Juliet uma pesquisadora pertencente aos "outros" que foi convidada a morar na ilha. O divertido ganhador da loteria com os misteriosos números da ilha, Hurley. O torturador iraquiano Sayid, e o quarteto que trava a guerra pelo comando real da ilha: Ben, Wildmore, Locke e Richard. Estes citando apenas alguns dos mais importantes, porque realmente Lost traz uma gama imensa de personagens com histórias interessantes e cheias de curvas! Sem falar nos grupos... Losties, Others, Dharma...

O seriado usa e abusa de flachbacks para contar a história dos principais personagens, e também inova trazendo os flashforwards, provocando os lostmaniacos com eventos no futuro que acabam se encaixando no decorrer da história. A medida que a trama se desenvolve, o número de personagens, de grupos, de mistérios vai se multiplicando e tornando Lost o mais complexo seriado que já tive contato. É bem comum entre os mais fanáticos assistir diversas vezes o mesmo episódio, em busca de pistas, pequenos sinais e assinaturas que os produtores deixam em detalhes da história. A prática de rever temporadas anteriores inteiras durante os intervalos do seriado também usual, e quase necessária para realmente aproveitar tudo que Lost pode oferecer.

A ilha esconde um passado de pesquisas, experiências de uma iniciativa chamada Dharma, que foi dizimada por um grupo de antigos habitantes da ilha, cuja origem ainda é mistério. A maior parte dos mistérios iniciais, que parecem super fantásticos a primeira vista é bem explicada pelas experiências realizadas, mas em contra partida mistérios muito maiores e mais complexos são apresentados. Existe por trás de boa parte do seriado uma guerra invisível, que só vai aparecer de fato com faces e armas lá pela quarta temporada. Lost se arrisca até mesmo com o perigoso tema "viagem no tempo", que costuma destroçar filmes e seriados que ousam abordá-lo. Mas nisso também Lost soube aplciar a dose certa e conseguiu somar na série ao invés de cair no descrédito.

Lost traz junto com a série de TV propriamente dita, o chamado Universo Lost. Esse universo contempla jogos de realidade alternativa (Lost Experience, Find 815 e The Project) que são desenvolvidos pelos produtores e escritores de Lost para que os fãs possam participar e expandir os horizontes de Lost. Os jogos utilizam várias mídias, tem páginas de web, e-mails, comerciais, outdoors, em uma produção impressionante. Lost tem díario, podcast, revistas e até jogos no celular. O fenômeno deve encontrar um apelo de fanatismo tão forte com Arquivo X. Não tenho conhecimento de nenhum outro seriado que tenha conseguido tal movimentação. Basta digitar Lost no google para entender do que estamos falando aqui.

Atualmente o seriado está chegando perto do final da quinta e penúltima temporada, e todas as especulações e milhares de teorias que surgem em todo o tipo de mídia tentam desvendar o grand-finale do seriado. Transmitido em 163 países, Lost entrará logo no recesso entre a quinta e a última temporada, e aí abre-se a janela para quem ainda não se "perdeu" nessa ilha! Certamente os mais fanáticos irão assistir tudo de novo nesse intervalo, para não perder um detalhe sequer do fechamento dessa série impressionante, e nesse barco novatos na história podem pegar uma carona e desembarcar, ou melhor, aterrisarnessa praia e descobrir o que, afinal de contas, jaz na sombra da estátua?


Dude!





(Hei você aí! É, você mesmo terminando de ler o texto! Faça uma sugestão de tema para o próximo artigo aqui ó, no comentário! Thanks!!)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Quem é o Y da questão?



Um dos grandes desafios do mundo dos negócios atual é saber gerenciar as diferentes gerações que estão atuando no mercado. As condições de contorno de cada uma dessas gerações são tão diferenciadas que os comportamentos resultantes exigem um estudo cuidadoso, para que essas relações tenham o sucesso esperado. O X da questão, agora é a Y. A irreverente geração que invade o mercado.

Hoje o mercado opera com quatro gerações ativas, cada uma com suas influências, suas condicionantes e seu resultado final, ou seja, seu comportamento. São elas, divididas por um período temporal aproximado:


Veteranos – 1925 – 1945;
Baby Boomers – 1945 – 1964;
Geração X – 1965 – 1980;
Geração Y – 1980 – 2000.


O que uma geração vive, irá determinar o que essa geração será, portanto as influências são fundamentais para entender as características de cada uma delas, o que vai nos permitir entender porque é tão difícil gerenciar o relacionamento entre elas.

A geração dos Veteranos, também chamada geração silenciosa, viveu tempos de guerra. Nasceu em período de forte crise econômica, escutou rádio e assistiu Charles Chapplin. Pela situação adversa onde foram forjados, os veteranos são pessoas dedicadas, que entendem e se conformam com o sacrifício. Eles admitem recompensas tardias, são rígidos e tem muito respeito por autoridade e regras. Certamente essas características afetam diretamente o comportamento dos Veteranos nas organizações. Eles consideram que o dever vem antes do prazer, o mesmo dever que é obrigação e consideram que a paciência é auto gratificante. São os Veteranos! Hardworkers!

Nascidos após a Segunda Guerra Mundial, os Baby Boomers levam esse nome por nascerem em uma época de explosão da nascimentos, devido ao crescimento econômico do pós guerra, e claro, a volta sedenta dos soldados... É a geração revolucionária, que assistiu TV, viveu Woodstock fumando um belo cachimbo, e cresceu em um ambiente familiar muito forte, com a presença da mãe em casa.São otimistas, valorizam o bem estar e a saúde, são competitivos e se envolvem nas situações que os rodeam. Os Babys ainda não conseguem compatibilizar a vida pessoal com o trabalho, são viciados em trabalho e definidos pela sua profissão. Eles gostam de se sentir necessários e valorizados, e para isso sacrificam a vida pessoal pela profissional. Preferem resolver os problemas em reuniões pessoais, fato conflitante com as possibilidades de comunicação atuais. Hoje no mercado os Babys são muito relevantes, pois normalmente ocupam cargos significativos na hierarquia das empresas. A maioria dos nossos diretores ainda são Babys.

Então é chegado o momento da pragmática Geração X assumir o seu lugar. A Geração X nasceu em situação mais diversa, sem as grandes marcas das gerações anteriores. Muitos tiveram pais divorciados e com as mães no trabalho. Essa geração começa com uma tecnologia mais arcaica e escutando música no walkman. A Geração X é marcada pela diversidade, equilíbrio, é uma geração que valoriza a diversão. A competitividade é uma marca dessa geração. Resistente, independente e adaptável. Assumem o emprego de uma forma séria, mas trabalham para viver, e não vivem para trabalhar. Entram e saem das empresas conforme a necessidade familiar, e é na família que essa geração enfrenta algumas verdades que as outras gerações deixavam passar. Fazem as coisas de maneira pragmática, e tendem a resolver os problemas por telefone mesmo, sem necessidade de reuniões. A geração X normalmente está em níveis gerenciais, com a difícil tarefa de comandar a geração Y...

Geração Y, a geração da internet, a geração do milênio. Os Ys nasceram no meio da prosperidade, pegaram a era FHC e assistiram o impeachment do Collor. Essa geração grava seus dados em pen drives, escutam música em Ipods e gravam CDs e DVDs. São os poderosos nativos da internet. As demais gerações podem até saber e conhecer, mas são imigrantes na tecnologia. Só os Ys tem a internet no sangue. A galerinha da Y é coletiva, são muito sociais, compartilhadores natos. Eles questionam qualquer coisa, no emprego não temem mudança, e só ficam lá se realmente gostam. Preferem horários flexíveis, tem muita habilidade tecnológica, usam os recursos sem manual e são irreverentes, muito irreverentes.

É uma geração multitarefas, são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo, são auto-centrados e acham que sabem tudo. Foram criados pelos baby-boomers, como muita autonomia e independência. Como só ganhavam elogios, tem dificuldade com feedback. São tenazes, tem elevada auto estima, porém teimosos e egoístas. Aprendem em pares, na tentativa e erro e trabalham melhor em equipe. São antenados mas muito impacientes, acreditam que o tempo é curto e acabam tendo visão de curto prazo. São empreendedores, criativos, inovadores e ambiciosos, mas apresentam baixa atenção concentrada e são angustiados, com alta tendência a depressão.

Uma das vantagens dos Ys em relação às demais gerações, é que no Brasil ela é a primeira que não foi "castrada", tornando o brasileiro o ser inferior frente às grandes nações do mundo. A geração Y foi ensinada a "poder"tudo! Por outro lado tem dificuldade com a consequência dos seus atos, já que visualizam o "Reset and Restart"sempre a sua frente. A dificuldade de lidar com pessoas "difíceis" também deriva da mesma linha, do botão "delete". Essa galerinha tem uma forma própria de se comunicar, e é muito difícil para as demais gerações acompanhar a escalada de ferramentas que eles usam. Com baixa resistência a frustração, os Ys devem ser acompanhados de perto por seus gestores quando seus projetos não saem como deveriam... Mas eles estão aí, entrando porta adentro do mercado, atropelando as demais gerações com a sua pressa, e já criando uma dependência da sua criatividade e capacidade. Então, que as organizações se preparem para lidar com seu futuro!

E como se atrai um Y para sua organização?
Ora, obviamente com tecnologia, mostrando sempre possibilidades reais de crescimento, e apresentando uma empresa flexível com um ambiente agradável, afinal de contas... O Y quer mesmo é ser feliz!
O Y precisa ter voz e vez, tem que pertencer, contribuir. E ele adora equilibrar a vida pessoal e profissional, afinal de contas, não veio ao mundo só para trabalhar!

Agora senhores estão definitivamente apresentadas todas as gerações e suas características, suas brutais diferenças, temores e anseios. O que, então, os gestores precisam para que esse explosivo coquetel de pessoas não exploda levando junto todo o talento e solidez do seu negócio?
Identificar é a chave, informar e provocar discussões é o segundo passo para que aconteça a troca de experiências. A flexibilidade entre as gerações deve ser estimulada, além de paciência e o jogo de cintura na forma de comandar. Não esquecendo nunca o plano de carreira bem claro, e com datas, porque essa garotada é apressada....

No mais, Veteranos, Babys, Xs e Ys, mãos a obra! Temos um mundo de negócios todo bagunçado aí na nossa volta! E é esse o povo que tem que resolver!


E para quem se interessou pelo tema, e quer se aprofundar no assunto...

Millenial Leaders – Bea Fields – S. Wilder
Generation Blend – Rob Salkowitz
Got Game – John Beck – Mitchell Wade
Generations at work - Ron Zemke

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Mundo de dois clicks!


Já faz um bom tempo, alguns anos na verdade, que a comunicação mundial mudou. A internet virou tudo de cabeça para baixo de uma maneira tão revolucionária que é quase uma piada estabelecer paralelos. A nova geração, a tão falada Y, nem sabe mais imaginar como era antes! Mas esse tema já é tão batido que não há mais nada a dizer. Nada a declarar!

Mas apesar desse conhecimento que já temos sobre essa revolução, algumas coisas ainda deixam espantados até mesmo os usuários mais antigos da comunicação virtual. O pessoal lá do ICQ, do mIRC e Cia Ltda. Tudo é em tempo real. Sim, em tempo real. O fenômeno da multiplicação está estabelecido em um número tão grande de fontes e meios, que só lista-los já é tarefa massante e cansativa.

Então o que mesmo seria capaz de chamar atenção? Susan Boyle. Susan Boyle seria capaz de chamar a atenção! Esta irlandesa quase cinquentona, que desbancou a pretensão de um programa de talentos de transformá-la na piada da semana, e consegui se transformar na personalidade do momento. Em menos de um mês, após fazer uma impressionante interpretação de I dreamed a dream, do musical Os miseráveis, ela se tornou uma celebridade. Após a apresentação no Britain's Got Talent, um dos jurados do programa, Simon Cowell, já anunciou que pretende fazer um filme com a história da nossa heroína. E para representar Susan, nada mais nada menos do que Demi Moore.

Do anonimato para a celebridade em alguns dias, devido a uma apresentação de não mais do que 10 minutos, e mais de 100 milhões de acessos no You Tube. O mundo conheceu Susan pelo site de hospedagem de vídeos. Lá, o equivalente a quase metade da população do Brasil se emocionou, assistiu, repetiu a dose, contou para todo mundo, comentou no blog, enviou email, e assim a irlandesa que mora em um vilarejo em Blackburn, West Lothian, vai ser imortalizada no cinema. 2 clicks que mudaram uma vida em alguns dias. Susan foi entrevistada por televisões de alguns países, outras músicas já varreram a internet como um tsunami! São 15 minutos de fama. Sim. Vão mudar a vida de Susan. Sim. Mas o que impressiona mesmo, a capacidade da mídia atual criar maremotos com a mais simples das histórias. Em 2 clicks se corre o mundo.

É tempo de exposição. Todos os canais de informação estão interligados, não importa o país, a cidade, a localidade, não importa a língua, nada mais importa. É tempo real. Mas sobretudo, é tempo de clãs. De fãs clubes, de tribos. É tempo de blogs interligados, de grupos, é a geração internet que trabalha junto, compartilhando tudo. Essa é a grande diferença. A informação estar disponível é o fato. Como ela caminha pelas tribos é que são elas!

A geração internet (Y) compartilha tudo. Hoje não mais consultamos tabelas técnicas para saber qual o melhor carro para se comprar. Consultamos foruns, onde milhares de pessoas fazem questão de ir lá compartilhar suas experiências reais. Essa é a grande chave. Aqui está o diferencial do momento. As pessoas compartilham. Suas opiniões, suas músicas, seus vídeos, as suas novidades, então o mundo gira em segundos! Nas 23h 56m 4,09 s que a Terra demora para executar sua manobra de rotação em torno de seu eixo, uma desconhecida vira celebridade. Uma celebridade é reduzida a pó por um simples video feito do celular do vizinho, tudo postado em alguma site e pulverizada em milhares de blogs, sites, e lavadas de "boca a boca", que agora tem realmente uma leitura megalomaniaca.

Susan Boyle compartilhou com todos nós os seus sonhos. Provou que era possível, e o mundo inteiro conferiu, compartilhou, aplaudiu, se emocionou e adicionou aos favoritos. Juntamente com outros 1.760.987.981.909.090 vídeos!

I dreamed...


Arranhando o crescimento Verde e Amarelo.

Lá vinha o Brasil, surfando tranquilo em altas ondas do bom momento mundial. Vários anos de crescimento, boas expectativas, exportações em alta, mercado imobiliário em ebulição histórica, tudo azul no país Verde e Amarelo. Todos felizes, cheios de glórias, clima de segurança total! A confiança era tanta, que o número de investidores na bolsa de valores (investimento de risco) crescia como nunca no país. Mas como o mundo é redondo, dá voltas, e tudo aqui é cíclico... Boom! Estourou a bolha.

No início não se sabia o tamanho do rombo. Mas as instituições atingidas sugeriam que não era brincadeira de peixe pequeno. Grandes bancos americanos (em especial os bancos de investimento) intoxicados por títulos podres, baseados em empréstimos hipotecários de alto risco que dificilmente serão pagos, sendo vendidos ou perdendo o controle. Gigantes do ramo imobiliário americano começaram a ruir. Fannie Mae e Freddie Mac ficaram a beira do abismo. Imediatamente foram arrastados bancos de nível mundial por todo o planeta. A europa, mais frágil do que se pensava, caiu rápido. Japão também. GM, Chrysler, AIG, e outros gigantes com baixa liquidez foram instantaneamente ameaçadas pela retração avassaladora no crédito mundial. Elas e toda sua poderosa cadeia, evidentemente. Já era fato consumado então, a maior crise mundial desde 1929. A família americana abarrotada de cartões de créditos, dívidas e sem poupança sinalizava que o problema não era apenas das grandes corporações. Os abonados executivos de Wall Street antes aclamados, agora eram caçados e demitidos. O mundo todo trancava o dinheiro para saber o quanto realmente tinha no cofre. As bolsas foram ao chão. Os governos anunciaram planos bilionários de ajuda às empresas mais afetadas, e o pânico estava totalmente estabelecido nos meses de agosto e setembro de 2008, auge da crise. O ouro explodiu. O ouro, que não é investimento, é proteção ao patrimônio. O mundo então voltava os olhos para os BRICs, enquanto curiosamente o dolar americano, epicentro da crise, valorizava.

BRIC é a sigla criada por um economista do Goldman Sachs que designa os quatro principais países emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia e China. Os gigantes em tamanho e população que de uma hora para outra se tornaram o último pilar seguro do planeta. No início se previa que eram os únicos a continuar crescendo. Mas aos poucos esses países vão entendendo que nem eles escaparão da recessão.
Então chegamos ao Brasil. Nosso presidente falava em marolas, autoridades governamentais elogiavam a força do Brasil e sua blindagem. Mas o discurso otimista não se sustentou. A Bovespa seguiu o caminho das bolsas mundiais e beijou a lona, apavorando investidores e empresas. As multinacionais barraram imediatamente investimentos, e logo começaram a demitir. As grandes empresas se preparavam para sobreviver à crise, cortando na carne, encolhendo. De qualquer forma, os BRICs se comportam até o momento muito melhor que a tendência mundial, a China deve crescer, e o Brasil deve ficar do mesmo tamanho, ou muito próximo disso.

O governo segue mantendo um discurso sempre um pouco mais otimista do que a maioria dos economistas, e tem tomado algumas medidas tentando impedir a queda do consumo. Tirou IPI sobre veículos (uma das cadeias mais afetadas pela crise, e representa quase 25% do PIB industrial brasileiro), sobre alguns eletrodomésticos e deve baixar o rendimento da poupança. Tudo para fazer o dinheiro Verde e Amarelo circular.

E nas ruas, o que acontece? De fato a redução do IPI dos veículos zero Km gerou um fenômeno no mínimo curioso. Mundo em crise, desemprego aumentando, e as concessionárias de veículos novos com filas de espera para alguns modelos. Filas nos populares, ruas cheias de camionetes luxuosas, provocando a tendência mundial. Agora resta a dúvida, está sobrando dinheiro no bolso do brasileiro, ou a empolgação venceu o conservadorismo que nos manteve a salvo da crise antes, e estamos, agora, comprando apartamentos acima do valor de mercado (financiados...), colocando mais carros nas ruas com financiamento a perder de vista, exatamente como fez o americano alguns anos atrás...

Ciclo?

Boa sorte Brasil, de Verde e Amarelo.
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