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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Retomando os cifrões.

Retomada.

A palavra do momento na economia mundial é retomada. Os países mais afetados pela crise dos dólares virtuais americanos já deixaram de cair. E nas previsões que se fazia até algum tempo atrás, isso é fantástico. É claro que essa estabilização não significa que todos os problemas estão resolvidos. Não estão, e muitas organizações ainda vão amargar dificuldades homéricas nos próximos momentos. Mas pelo menos o caos já está controlado, o crédito já está se restabelecendo e as organizações começam a voltar a normalidade. É claro que a indústria deve continuar com dificuldades por um período maior, afinal de contas estava em crescimento, ampliando sua capacidade instalada e seu mercado (no geral) caiu. E caiu abaixo da capacidade antes das ampliações. E lá se vai um longo período até o consumo dar conta da capacidade ociosa da indústria.
Nos Estados Unidos as dificuldades ainda são grandes, e se pode medir pelas empresas brasileiras que estão presentes lá. Estas estão tendo que usar receitas daqui para cobrir os estrondosos prejuízos realizados na terra do Tio Sam. A Europa segue estacionada, e países menos afetados como o Brasil já começam a apresentar números favoráveis. O fato é que lentamente ou com melhor velocidade, todas as pontas estão com perspectivas positivas. Quem acabou pagando boa parte do "pato" foram os governos, que investiram e investiram pesado na recuperação. Fortunas foram aplicadas diretamente em empresas estratégicas e em bancos, e até a diminuição do impostos foi adotada.

A retomada econômica já é um fato, mas não se pode pensar que o preço da crise já foi pago. Não foi, e não vai ser pago assim tão rapidamente. O tsunami já passou, mas os ventos continuam fortes e as ondas altas. As finanças públicas de vários países passam por dificuldades assim como as grandes empresas. As cidades menores nem chegaram a sentir com força a crise, e devem ser afetadas muito suavemente, ao contrário das regiões de grandes empresas, que seguem sofrendo mais.

Resumindo a ópera, o mundo segue em frente, mas com o freio de mão puxado. O Brasil já está soltando o freio, mas carrega alguns riscos na atual conjuntura. Ou alguém ainda acredita que todos esses carros novos e caros que estão nas ruas e os apartamentos completamente acima do valor real serão pagos nesses financiamentos a perder de vista? Sentimos pouco a crise mundial, mas estamos criando a nossa própria...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Bolha.

Crise imobiliária no Brasil?

Bolha pra cá, bolha pra lá. Esse é o receio aqui na Artigolândia, a bolha viajante.

Logo que foi anunciada a atual crise econômica lá na terra do Tio Sam, o mundo inteiro ficou apreensivo esperando quanto desse maremoto atingiria diretamente o seu país. Alguns se enganaram, outros subestimaram, outros se preparavam como dava... E assim foi se se desenrolando, e ainda continua enrolando e desenrolando essa confusão toda. Bem ou mal, agora se conhece aproximadamente o tamanho do dano. Eu disse aproximadamente. Ninguém sabe ao certo como resolver, nem quando será possível fazer isso. E essa falta de solução ficou bem clara essa semana quando o Obama apresentou seu perfeito diagnóstico de tudo. E sua perfeita enrolada na hora de definir as ações necessárias para a reversão...

Mas enfim, o bode está na sala, os números seguem lá embaixo no monitor e é por lá que eles ficarão. Salvo em alguns poucos países que vão crescer, estão estruturados, blá, blá, blá. Essa conversa toda está em todas as colunas, jornais, noticiários e não é novidade para ninguém. Já assimilamos e estamos indo em frente. Aí é que está a questão, estamos? Indo em frente?

Exatamente aqui entra preocupação. O Brasil está mais preparado para enfrentar a crise. Está. Nem tanto assim, mas está mais que a maioria dos outros. O que é bom. Não suficiente, mas bom. E o que temos então nesse país preparado? Ora, se há uma crise lá fora, se a recessão está nos sondando, então o povo deveria estar atento. Está?

Para o governo, o povo tem que gastar. Comprar, para o comércio vender e a indústria arrasada voltar a produzir. Até aí tudo entendido. Juro baixando, quem não tem dinheiro não tem. Quem tem, não sabe onde colocar, mas tem que proteger o capital. Então eu começo a ver a bolha que estava lá, querendo se formar aqui. A bolha vem comprando carros financiados em 80 meses porque o IPI foi retirado. Ok, mas ainda assim o carro terá que ser pago. Mais barato, certo, mas terá que ser pago. Aí vem os imóveis, e a bolha começa a sorrir, porque esses ela conhece bem.

Os imóveis estão caros, acima do valor de mercado em todo lugar. Mas com excelentes condições de pagamento. Opa, a bolha continua sorrindo, esse filme ela já viu lá na terra do Tio Sam. Aí os investidores compram todos imóveis que encontram pela frente para proteger seu capital que estava no banco e o juro não vale mais a pena. A empolgação toma conta do mercado, as famílias são bombardeadas por anúncios de empreendimentos fantásticos, vendidos da noite para o dia, e concluem o óbvio: É o momento de comprar! Nem precisa de dinheiro! Um apartamento de 350 mil se pode pagar com 5 de entrada, mensais de 1 e pouco, meia dúzia de reforços, e lá no final da planilha o quadrinho de "saldo financiado".

Pois bem, os ingredientes estão todos aí: Financiamentos longos, imóveis super valorizados... Só falta mesmo a inadimplência dos financiamentos começar para termos a pitada final: Papéis podres. Aí estaremos trazendo a bolha deles, para nós...


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Selic, na balança.

Esta quarta-feira foi um marco na economia brasileira. O governo baixou a SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia (a alma da economia, pois é a base para todo o mercado calcular seus juros). A taxa de 9,25% ao ano, a menor desde 1979 (eu tinha 2 anos de idade a última vez que a taxa de juros esteva tão baixa), traz uma nova realidade ao povo brasileiro, que chegou a conhecer taxas absurdas alguns poucos anos atrás.


Um dos impactos dessa queda, é a perda da atratividade dos investimentos em renda fixa (que financiam o governo, pois os fundos aplicam muito em papéis do governo) frente a poupança (os recursos da poupança financiam a habitação). Claro que o governo já se antecipou a esse problema e anunciou a taxação nas poupanças com valores acimda de 50 mil. Esses pagarão IR. Mas como isso só vale no ano que vem, nos próximos 6 meses poderia haver uma transferência pesada dos fundos para a poupança, principalmente dos fundos que exigem menor valor inicial (que por consequência, tem as maiores taxas de administração).

Mas no final dessa história toda, o que nos interessa mesmo? Porque deveríamos estar preocupados com essa lambança toda que o governo anda fazendo para tentar ajustar o mercado a uma nova, e estável, realidade de juros no mercado?
Nosso bolso. Devemos nos preocupar, porque esse papo todo vai cobrar a conta no nosso bolso. Como tudo nesse país, pra não contrariar a história de saques que começou lá no descobrimento... Os caras lá em cima fazem o que querem, e mandam a conta aqui pra baixo, nos pobres mortais que precisam até mesmo pagar suas passagens aéreas. Então, para evitarmos um novo saque ao nosso bolso, precisamos ir às contas, e com precisão. Se você está conseguindo poupar algum valor mensalmente, atenção: As suas opções no geral são:

Ouro - Usado mais para proteger do que para ter ganho de patrimônio, nessa loucura econômica mundial foi o que mais valorizou. Mas agora já está caro, então, mantenhamos distância dele daqui pra frente.

Bolsa - Investimento de risco, instável no momento. Quem perdeu, vai ter que ter paciência até recuperar ou diminuir a perda. É um bom momento pra entrar? É, mas continua instável e de risco.

CDB - Conforme o valor, o banco fornece uma taxa. Perde competitividade em momentos de estabilidade como esse.

Dólar/Euro - Para quem tem lido o que houve com empresas gigantes que apostaram na desvalorização das moedas estrangeiras frente ao real... Já sabe: O prejuízo pode ser grande. Comprar moedas estrangeiras é pra quem quer viajar mesmo, ou proteger uma parte do capital, como no caso do ouro.

Então temos os dois investimentos que são os personagens principais do momento:

Poupança: Com um valor fixo + TR, a poupança ainda não tem incidência de IR (pelo menos até o ano que vem) e com a redução da SELIC se torna tão ou mais atrativa que os fundos de renda fixa. Deve ficar em torno de 7% ao ano.

Fundos de renda fixa: Normalmente a melhor opção para o investidor que não gosta do risco da bolsa, e não precisa de liquidez imediata, esses fundos são os mais atingidos pela redução da SELIC. Os fundos tem incidência de IR. E é aqui que vem a necessidade de fazer contas: Se o fundo que você tem alcance (valor de aplicação mínimo) tem uma taxa de administração alta (acima de 1,5%), provavelmente a poupança será mais rentável para seu suado dinheiro. A medida que a taxa de administração vai caindo, os fundos voltam a ficar mais competitivos que a poupança. Mas não esquece de levar em conta o IR que incide nos fundos... Que alías, o governo pode estar mexendo em breve, para evitar ou diminuir a migração para a poupança.

Complicado?

Que nada, ainda nem falamos de investimentos em imóveis... Que por sinal, cuidado na hora de comprar um apartamento na planta para tentar revender por 20% a mais depois de pronto. Pesquise muito bem antes a condição financeira da construtora, que essas levaram um tombo e tanto com a queda da bolsa... E o mercado já pode estar saturado, ou querendo pagar menos, pois a oferta é grande no momento. Sem esquecer ainda que comprar um imóvel residencial pra alugar sempre foi um péssimo investimento. Serve no máximo para proteger o patrimômio da instabilidade financeira. Já salas comerciais podem valer a pena, se forem compradas por um bom preço.

E por favor, não vamos dar uma de americanos e financiar carros, casa, tudo a perder de vista comprometendo altas parcelas dos salários, porque o resultado dessas insanidades é sempre o mesmo...

Calculadora na mão, uma boa planilha excel e boa sorte Brasil, agora um país de economia estável. (Será?)
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