Aqui na Capitolândia existem dois programas de rádio, primos próximos, de emissoras concorrentes, cujos integrantes vivem trocando de lado. O engraçado é que eles tocam o cacete um programano outro, uma emissora na outra, e depois trocam. É engraçado. Mas engraçado mesmo é ouvir eles. Tanto um como o outro. As vezes um é melhor, as vezes o outro. Brigaram durante um bom tempo pelo mesmo horário. Finalmente chegaram a conclusão que não adianta canibalizar, e rodam em horários diferentes e consecutivos. Bom para o ouvinte, que se diverte nos dois. Então eu ia para casa essa semana, após um dia daqueles pesados no trabalho, quando ouvi em algum dos programas que não lembro qual era, uma história interessante. Confesso que até tentei procurar na rede algo a respeito, mas não achei, o que é incrível. Mas tudo bem, porque confio naqueles caras, então deve ser verídico o fato.
Seguindo a linha da Onda, uma professora americana resolveu fazer uma experiência: Disse para seus pequenos alunos, crianças de pouca idade, que o mundo estava acabando. Não consigo imaginar por que razão ela fez isso, mas trilhando a linha positiva, se pode chegar na nossa conhecida frase poética da legião Urbana: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã". Pode. Talvez ela quisesse fazer com que as crianças ligassem para seus pais, que ocorresse enfim, uma comoção positiva nas horas finais de vida. Vendo o lado positivo, né. Porque ela poderia perfeitamente fazer isso só por curiosidade de assistir as reações, que obviamente, foram diversas. Em um dos vídeos que circula por aí, da tragédia do Haiti, uma mulher percebendo e filmando tudo ao seu redor ruindo diz: " É o fim do mundo!" Então a professora fez uma experiência que certamente muitos já viveram, porque se você mora na cidade que está ruindo, seu mundo está sim acabando. E algumas crianças simplesmente desligaram, desplugaram do mundo, outras começaram a chorar em desespero, e ninguém acabou amando nada dessa situação. O que é o esperado, na verdade. Pânico e não amor. Provavelmente a professora do fim do mundo não conseguiu seu objetivo, se é que ela tinha algum.
No fim, isso só comprova que nem em momentos que se tem certeza que não há amanhã, é difícil amar as pessoas... Amar as pessoas como se não houvesse amanhã é difícil, muito difícil.Imagine então, quando se pensa que sempre haverá um amanhã...
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