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domingo, 28 de março de 2010

Genial, Bial.


Muitos anos atrás, chegou ao Brasil um modelo de programa de televisão que prometia. Prometia sucesso absoluto, no país que melhor faz novelas no mundo. Isso pela paixão que o Brasil devota às suas novelas, à sua audiência, e pelo fato de remeter a uma certa cumplicidade entre as novelas de ficção e um novo modelo, a novela da vida "real". Mas assim como as novelas, o reality show já chegava com um rótulo anunciado. Rótulo de programa sem cultura, rótulo de besteirol que nada acrescenta ao povo. Enfim, trucidado e desprezado pelos intelectuais do nosso país. Apesar das críticas, como era de se esperar, os realitys chegaram e venceram. São mania nacional e motivo de guerra entre emissoras, mas o melhor, mais bem produzido é e sempre foi o Big Brother Brasil. E um dos motivos que tornam o BBB tão especial frente aos demais realitys que circulam em várias emissoras pelo Brasil é seu apresentador. Pedro Bial, um jornalista respeitável, de carreira absolutamente impecável, topou esse desafio e se tornou a face desse programa.

Durante 3 meses, Bial não só apresenta, como também de certa forma orquestra, aponta e apara, conta e desconta, Bial toma conta da casa mais vigiada do Brasil. Eu sou, e sempre fui espectador assumido do BBB, e perdi apenas uma das 10 edições realizadas até hoje. Por ironia do destino, perdi a mais temperada, como dizem, a 8. Mas neste ano resolvi ousar. Transferi meu vício que ia e vinha de escrever em blog para o Big Brother Brasil, e por lá estive nos últimos 3 meses. Isso me custou bem mais do que previ, mas me retornou muito mais do que imaginei. Escrever, mesmo que despretensiosamente sobre um tema de tanto apelo popular multiplicou por 100 o número de leitores. Trouxe amigos, trouxe elogios e críticas, mas principalmente, relembrou o que a gente muitas vezes esquece: A repercussão dos nossos atos. Quando se escreve para um público 100 vezes maior, é preciso saber das consequências disso, e estar pronto para ser julgado por cada palavra escrita.


Então imaginem agora quem teve a coragem de entrar na casa do BBB. Imaginem cada palavra dita, repercutida em TV aberta, gravada, transmitida ao vivo, sem interrupções e praticamente sem cortes em PPV. Cada besteira falada, cada desconhecimento mal colocado terminando em jornais, em mídia virtual. Tudo repercute, tudo gera polêmica, amplificado por um programa cujo objetivo é justamente alavancar audiência baseado em polêmica. Neste último sábado, Bial, o regente do Big Brother Brasil precisou lembrar a toda a gigantesca audiência deste programa, e a todas às torcidas envolvidas, muitas vezes fanáticas e organizadas, que BBB é entretenimento, que é um programa que altera o retrato de cada um, que é um programa que transforma o participante em caricatura. Tal foi a repercussão do duelo central do programa, travado entre os protagnonistas e entendido aqui fora como uma guerra entre homossexuais e heterossexuais, que Bial precisou intervir. Encerrado o duelo, Bial pediu aos participantes que se cumprimentassem como guerreiros pós combate, trazendo de volta para a relidade tudo que foi turbinado e amplificado pelas mídias Brasil afora. Em discurso emocionante, Bial deu contorno de caricatura às impressionantes repercussões que o programa originou. Em poucas mas emocionantes palavras, Bial tentou retirar, ou diminuir a histeria coletiva das repercussões amplificadas, foi genial, Bial.


E nesta interessante experiência de "blogar" BBB, eu entendi e lembrei do que sempre acabamos esquecendo: A força do que falamos, a força de como agimos, e a repercussão de cada movimento de nossas vidas. O universo deles, BBBs, enquanto no ar é o Brasil, nesta edição este universo chegou até mesmo a sair do Brasil, mas e na nossa vida, qual é o nosso universo? O quanto podemos repercutir? Nós, cidadãos comuns deste Brasil, não temos repercussão em nível nacional. Mas temos nossa vida e nosso universo pessoal. E nele, e para ele, tudo o que falamos e fazemos tem a mesma dimensão do Brasil para um BBB. Mas eles, contam com Bial. Nós, só temos nós mesmos, para percebermos como repercute tudo o que fazemos...



segunda-feira, 8 de março de 2010

And the Oscar goes to...


Quando somos os melhores, também podemos ter sido os piores.

 Neste domingo, em meio ao alvoroço gerado pelo polêmico BBB colorido, pesquei de cantinho a cerimônia do Oscar, o prêmio máximo do cinema mundial. Como sempre uma festa fantástica, com toda pompa e circunstância que seu mercado representa e fatura. Evento lindo de se acompanhar, grandes filmes, super-produções, o maior faturamento da história do cinema, enfim, um festa grandiosa. Mas deixando um pouco de lado a questão dos melhores filmes, e o sempre presente embate entre grandes produções populares versus filmes técnicos e elaborados, me chamou atenção uma personagem de grande peso no cinema: Sandra Bullock.

Sempre fui um dos grandes admiradores da Miss Simpatia, essa fantástica atriz que foi o pivô de um fato tão curioso quanto corriqueiro e lógico nesta semana. Antes da cerimônia do Oscar, Sandra Bullock foi premiada com a Framboesa de Ouro, o anti-Oscar, por sua interpretação na comédia romântica Maluca Paixão."Esse anti-prêmio foi dedicado a "pior atriz do ano", Sandra Bullock. Então vem o Oscar, e confere a Sandra o prêmio de "melhor atriz do ano", por sua atuação em Um Sonho Possível. Um paradoxo que é facilmente explicado, afinal um trabalho é diferente do outro, tem condições de contorno diferentes, são outras pessoas, outro roteiro, outro diretor... O time envolvido nas produções pode contribuir para que a participante Sandra tenha um desempenho ruim em um filme, e excelente no outro. E claro, ela mesma precisa ajudar, e ir fazer um trabalho de menor qualidade em um, e melhor no outro. Tudo com suas milhares de influências e varições normais na vida dela e em todas as nossas. O fato simples, e facilmente explicado, porém, faz questão de nos lembrar, nesse caso de forma gritante, que por mais que sejamos os melhores, podemos ter sido também os piores. A questão absoluta da busca pela perfeição heróica que muitas vezes vimos, ou exigimos de nossas referências ou de nós mesmos, é um objeto de ficção. Uma ficção como o próprio cinema.

Se sempre buscamos o nosso melhor, é porque estamos no caminho certo. Mas isso não quer dizer que sempre seremos ou faremos o melhor. E por melhor que sejamos, sempre haverá o momento que seremos os piores, ou faremos o pior. E esse momento pode estar até mesmo unificado ao momento do melhor. Pelo simples fato de que sempre haverá um olhar aguardando que se abra a nossa própria Pandora, porque afinal de contas, nem tudo é bem, nem tudo é mau...




sexta-feira, 5 de março de 2010

Lost are Lost?


Desde o final da temporada 5, a penúltima deste impressionante seriado, as perguntas ainda não respondidas tem até perdido a importância frente ao mistério principal: De que trata afinal, Lost. É sobre fé? É sobre a velha luta entre o bem e o mal? Porque só um dos personagens atravessa o tempo sempre com a mesma aparência, mesmo sem se utilizar de viagens?

A sexta e última temporada chegou de mansinho, já com aviso dos produtores de que nem todas as perguntas serão respondidas, mas as questões principais serão sim tratadas e clareadas. Nesta semana completamos o episódio de número 6, e a temporada dá ares de seriado novo, com dificuldade de engrenar, de explicar, de impactar. O que seria a grande sacada do início da temporada, o universo paralelo já é figura carimbada no momento dos seriado maníacos com Fringe, que brinca muito melhor com isso do que tenta brincar Lost. É mais um flerte perigoso, depois da viagem no tempo. Já começo a temer pelo final da série, fazem muitos anos desde a grande decepção de Arquivo X, e os lost maníacos não merecem uma surpresa desse nível.

A história principal da trama caminha rapidamente para a velha guerra do bem contra o mal, representada por Jacob, e pelo anti-Jacob, o homem de preto que hoje veste o corpo de Locke. Mas caminha ainda de forma tortuosa, respondendo apenas que todos os nossos personagens foram escolhidos por Jacob, alguns recrutados em troca de favores, seriam escolhidos, candidatos, msa não se sabe do que, para que. Neste momento da trama Jacob está em desvantagem contra seu anti, que outrora aprisionado, agora domina  a ilha e recruta aliados.
 
Jack conseguiu reverter a queda do avião, mas isso não evitou que eles estivessem na ilha. O incidente provocado pela explosão nuclear criou uma relaidade paralela em que a vida de todos segue normalmente em Los Angeles, uma realidade chata que recheia os episódios de tempo perdido. Se Lost se perdeu, ainda não é possível saber. Mas a sexta temporada parece ter feito o mesmo que nossos personagens: Caminha lentamente em um universo paralelo ao que foi o seriado e toda sua riqueza. Spoilers dão dicas que teremos mais notícias do início desse duelo entre Jacob e seu anti, em tempos anteriores a Cristo. No momento, é o que resta para os próximos episódios de Lost, nos explicar a origem do duelo, e qual a necessidade de candidatos e escolhidos. Pouco, muito pouco para uma série que começou com ursos polares e monstros de fumaça em uma ilha tropical cheia de escotilhas e mistérios. Lost are Lost?


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